O diagnóstico dos dirigentes da Fórmula 1 mudou, o exames que a Pirelli pediu se tornaram realidade. Mas ainda há dúvidas se o produto que será utilizado em 2017 será exatamente o que o médico prescreveu.
Nesta temporada em teoria devemos ver menos pit stops e pilotos forçando mais os pneus. Os italianos mudaram a construção e os componentes, uma vez que receberam a ordem de tornar os compostos não apenas mais rápidos, como também mais duráveis.
No entanto, não foi uma preparação sem dramas. Depois de muita briga nos bastidores, a Pirelli conseguiu 24 dias de testes apenas dedicados aos pneus e realizados por Ferrari, Mercedes e Red Bull, o que foi feito de agosto a novembro do ano passado. No entanto, para garantir que ninguém ganharia nenhuma vantagem, foram usadas apenas asas e difusores com as novas dimensões, o que não simulou com precisão as cargas às quais os pneus serão submetidos: o aumento observado na pista foi de 10%, enquanto a expectativa gira em torno de 25-30%.
Assim, mesmo após os testes, a Pirelli está contando com os dados de simulação das equipes – tanto do downforce para o início, quanto (e até mais importante) para o final da temporada – para ajudar no desenvolvimento de seu produto. Sua expectativa é de que apenas a maior aderência dos pneus mais largos e duráveis diminua os tempos de volta em 2s5.
Outro obstáculo foi a falta de validação final dos pneus médios e duros, que seria feita em Barcelona pela Mercedes. O teste foi atrapalhado pela chuva. No caso dos três compostos mais macios, a prova final foi em Abu Dhabi com os três carros na pista, o que garantiu a aferição de uma grande quantidade de dados. O cuidado com a estreia destes pneus ficou claro, contudo, com a decisão de ceifar a liberdade de escolha dos compostos para as 5 primeiras etapas: todos receberão 2 jogos do composto mais duro, quatro do intermediário e sete do mais macio disponível.
O novo pneu será melhor?
Considerando que os pneus vão funcionar bem para seu propósito, fica a dúvida se adotar uma borracha com mais performance é o melhor caminho, principalmente quando vemos sistemas de suspensão como o da Mercedes por meio do qual o carro “interage” com as curvas de forma tão perfeita que Paddy Lowe reconheceu que “o único fator que nos distancia de ter um carro perfeitamente equilibrado é que a performance do pneu não é estável.”
Mas há alguns bons sinais: com a expectativa de menos degradação, deve diminuir consideravelmente a sujeira na pista, que criava um trilho que desencorajava os pilotos a tentarem ultrapassagens na parte final da prova. Além disso, as simulações também apontam para uma menor sensibilidade a mudanças de temperatura. O pneu usado até o ano passado saía facilmente de controle quando se superaquecia e isso não se repetiu nos testes. Seja como for, como no caso dos motores, a Pirelli já admite mudanças em seu produto para 2018 se os objetivos não forem atingidos. E não é difícil encontrar no paddock quem defenda que a tarefa é complicada demais para que os fornecedores acertem de primeira.
3 Comments
Olá Ju! Referente a relação pneus/pilotos, quem pode se dar bem nesse ano? Por exemplo: é sabido que Perez costuma conservar bem os pneus, enquanto Massa se sai melhor quando não precisa se preocupar com isso, vide seus resultados na época dos compostos indestrutíveis. Minha curiosidade é se 2017 tende a favorecer a performance de pilotos como o brasileiro ou a habilidade de caras como o mexicano. Abs!
Também estou curiosa pelos mesmos motivos que você apontou!
Realmente, isto pode ter ate mais impacto do que as próprias mudanças nos carros, caso os motores se aproximem é claro (leia se 4 ou 5 equipes), o único que me lembro que parece se adequar a tudo o que vem de novo é o Alonso…. e olha que não sou tao fã dele…. haja ansiedade pelos testes…. e Melbourne…