Lewis Hamilton na Ferrari, um dos quatro pilotos que trocaram de equipe. O Brasil volta ao grid com Gabriel Bortoleto, um dos seis pilotos que estarão fazendo sua primeira temporada completa na categoria. O fim do ponto pela volta mais rápida. Mais chances para jovens pilotos. Introdução de um “ar condicionado” para os pilotos. Aumento do peso mínimo do carro. Mais rigor com a flexibilidade das asas. Muita coisa muda na F1 2025.
Mesmo em um ano de “estabilidade” na Fórmula 1 antes de uma revolução nas regras dos carros e dos motores em 2026, são várias as mudanças neste ano.
Apenas duas equipes mantiveram suas duplas de pilotos
A campeã de 2024, McLaren, e a Aston Martin vão continuar com as mesmas duplas (Norris e Piastri, Alonso e Stroll). E o grid passou por uma extensa renovação: Liam Lawson fará sua primeira temporada completa, depois de atuar como substituto de Daniel Ricciardo em 2023 e 2024, e dividirá logo a Red Bull com Max Verstappen. E Andrea Kimi Antonelli, estreante de apenas 18 anos, ocupará o lugar de Hamilton na Mercedes.
Será interessante também ver o que Carlos Sainz conseguirá trazer para a Williams, e quanto tempo Jack Doohan, estreante australiano, vai durar na Alpine, tendo Franco Colapinto como sombra.
Além de Hamilton e Sainz, também mudaram de equipe Esteban Ocon (que foi para a Haas) e Nico Hulkenberg (que trocou a Haas pela Sauber). E os outros estreantes são Oliver Bearman, na Haas, e Isack Hadjar, da Racing Bulls, além de um tal brasileiro…
Brasil terá um titular pela primeira vez desde 2017
Dentre os estreantes está Gabriel Bortoleto, que vem de um título na F3 como estreante e de um título na F2 também como estreante, o caminho perfeito até a F1.
Mas ele vai estrear na equipe que foi a última colocada em 2024 e que passa por um período de reconstrução. Em 2025, a Sauber já será totalmente controlada pela Audi, mas só passa a carregar as cores da montadora ano que vem, aproveitando a estreia do novo regulamento.
Eles têm recrutado profissionais experientes e os primeiros frutos começaram a ser vistos com a evolução no final do ano passado, mas estão vindo de uma base bastante defasada. Brigar por pontos aqui ou ali já seria uma vitória para a Sauber, e especialmente para Bortoleto, o estreante de 2025 com menos quilômetros rodados com carros de F1.
Mudanças sutis no calendário
Serão as mesmas 24 corridas, com algumas mudanças de datas. A temporada volta a começar na Austrália e depois vai para o leste da Ásia para “driblar” o ramadã, quando não faz sentido realizar eventos no Oriente Médio. Para o Brasil, isso significa que serão três corridas de madrugada logo de cara.
Imola agora está “integrada” à temporada europeia, saindo de abril para maio. A última prova antes da pausa de agosto volta a ser na Hungria, e a Holanda fará sua corrida de despedida.
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E, no final do ano, um alívio para quem trabalha na F1, com o GP de São Paulo ficando isolado, sem corridas nos finais de semana anterior e posterior.
São Paulo segue no calendário das sprints, que terá seis etapas, com o mesmo formato. A única mudança é a saída da Áustria e a volta da Bélgica.
O que muda F1 2025 – regras esportivas
Código de pilotagem: as mudanças exatas ainda não foram divulgadas, mas os pilotos estavam descontentes com as regras para tentativas de ultrapassagem por fora. Querem evitar que o piloto possa se jogar na curva para se defender, como Verstappen fez com Norris em Austin.
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Fim do ponto para a volta mais rápida: Como foi algo que não acrescentou muito e criou a possibilidade de pilotos fora do top 10 trocarem de pneu para fazer a volta mais rápida só para roubar pontos de rivais, a regra caiu.
Duas vezes mais chances para os jovens: Até 2024, cada piloto tinha que ceder uma sessão de treinos livres para um piloto que fez menos de três GPs na F1. Agora, serão duas sessões por piloto, quatro por equipe.
Perigo de Calor: Quando o serviço meteorológico oficial prever que o índice de calor (a sensação térmica) será superior a 30,5ºC em algum momento durante a sprint ou a corrida, o perigo de calor pode ser declarado 24h antes do início da competição. Quando isso ocorre, as equipes precisam instalar os sistemas de refrigeração do piloto. E passa a valer o limite de peso de 800kg + sistema de refrigeração.
Posição do campeonato pode definir grid: Se não for possível fazer a sessão de classificação, o grid será definido pela posição no campeonato de pilotos. O mesmo vale para a sprint.
Testes com carros antigos têm novas regras: São os carros de pelo menos duas temporadas atrás, os únicos com os quais as equipes podem fazer testes privados (a não ser nos super limitados filming days, com carros atuais). Só pode ser usado um carro, circuitos que fazem parte do calendário não podem ser usadas a partir de 60 dias antes do início da temporada. E há um limite de 20 dias de teste por equipe.
No caso de pilotos titulares ou que a equipe quer preparar para entrar como titular na temporada, o limite é de 1000km em quatro dias. Os testes de pneus da Pirelli diminuíram de 40 para 10 dias, e não haverá mais testes para tentar diminuir o spray em condições de chuva.
O que muda na F1 2025 – regras técnicas
Mais rigor com flexibilidade das asas: Isso não está decidido, mas as equipes já receberam um rascunho de uma diretiva técnica que será implementada durante a temporada limitando ainda mais a possibilidade de flexibilidade das asas dianteiras. É preciso dar tempo para as equipes porque, em 2024, a FIA tinha anunciado que não aumentaria o controle nas asas dianteiras, que foram fundamentais para o crescimento da Ferrari e Mercedes no final do ano. Também foram fechadas as brechas encontradas pela McLaren para a asa com “DRS duplo” com a qual eles correram no Azerbaijão.
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Aumento do peso mínimo: O conjunto carro + piloto tem que pesar pelo menos 800kg (o limite era 798kg em 2024). Esses dois quilos a mais foram adicionados no mínimo reservado para o piloto. Se o piloto pesar menos de 82kg, é necessário usar lastro. Nestes 800kg não está computado o peso a mais para a instalação do sistema de refrigeração dos pilotos.
Adaptações para acomodar o “ar condicionado”: novas aberturas no cockpit foram necessárias para acomodar esse sistema. Também foram permitidas aberturas na carenagem para direcionar o ar aos pilotos. Mas estas regras ainda não estão totalmente finalizadas.
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