F1 O rei e o “azarado” de Spa - Julianne Cerasoli Skip to content

O rei e o “azarado” de Spa

Um detém o título de rei de Spa. O outro, pelo menos para seus padrões, pode ser considerado o azarado de Spa. Kimi Raikkonen e Fernando Alonso guardam relações curiosas com o circuito belga que, de certa forma, se relacionam: enquanto o finlandês venceu em todas as vezes que viu a bandeirada, o espanhol tem no traçado cravado na floresta das Ardenas um dos (poucos) territórios que nunca conquistou.

Kimi não é um piloto excessivamente técnico. Sua velocidade é natural e cai como uma luva na fluidez das curvas de alta, que exigem, além de perícia, uma boa dose de irresponsabilidade. Tanto, que embora duas de suas quatro vitórias tenham ocorrido em provas dominadas por McLaren em 2005 e Ferrari em 2007, forte indício de que o finlandês tinha o melhor carro, suas conquistas mais espetaculares foram em 2004 e 2009, quando obteve as únicas vitórias do ano de, novamente, McLaren e Ferrari. Venceu com carros que não nasceram bem em um circuito pautado pela eficiência aerodinâmica – e deixou seus companheiros comendo poeira.

(Há inúmeros vídeos na net com Raikkonen em Spa, confesso que escolhi esse pela música da banda Feeder)

Sua trajetória em Spa ainda tem outros feitos dignos de nota, como o segundo lugar na classificação em 2002, colocando-se entre as imbatíveis Ferrari, e a corrida dominante de 2008, que não se transformou na quinta vitória pela chuva nas voltas finais e a consequente – e incrível – batalha com Lewis Hamilton nas voltas finais, que acabou resultando em batida para Kimi e punição ao inglês.

Raikkonen Alonso
2001 Abandonou (transmissão) Abandonou (câmbio)
2002 Abandonou (motor)
2004 Abandonou (rodada)
2005
2007
2008 Abandonou (acidente)
2009 Abandonou (roda mal encaixada no pit)
2010 Abandonou (acidente)
2011

Na outra ponta, há Fernando Alonso. Em oito GPs disputados, são dois pódios e nenhuma vitória. Claro que, para muitos pilotos, chegar no top 4 em todas as provas que completou em determinada pista não estaria nada mal, mas, levando em consideração o currículo do espanhol, Spa é o circuito em que tem pior retrospecto.

São quatro as pistas do atual calendário nas quais Alonso nunca subiu ao lugar mais alto do pódio. Na Índia, apenas uma prova foi disputada. Em Abu Dhabi, ocorreram três GPs até aqui e em nenhuma delas o espanhol teve, de fato, carro para vencer. Os casos mais “graves” são de duas pistas em que o asturiano já cansou de andar, mas nas quais nunca ganhou: Spa e Interlagos. No Brasil, contudo, chegou por 8 vezes no top 4 e soma seis pódios.

O curioso dessa história de Alonso com Spa é que o espanhol despontou de vez no cenário internacional ao dominar o final de semana da finada F-3000 em 2000, aos 19 anos, com uma equipe que esteve longe da briga por vitórias no restante do campeonato. Na F-1, o espanhol teve seus momentos na pista belga, como a recuperação na última volta de 2008, mas a combinação de carros cujas características não se adaptaram bem ao traçado e finais de semana não tão limpos o privaram de sequer lutar para valer por uma vitória.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=OzjUCpqjx4w&w=480&h=360]

Nos últimos anos, seu problema tem sido aos sábados. Foi na Bélgica, aliás, que Alonso sofreu duas de suas maiores derrotas em classificações para Felipe Massa, levando 0.739 em 2010 e 0.995 ano passado. Nestes dois anos, não teve a companhia de Kimi. Agora, terá de enfrentar, além do companheiro, o dono do pedaço na Bélgica.

7 Comments

  1. Räikkönen. Como disse o Felipe Motta ao final daquela prova de 2009, “aqui ele é o demônio”.

  2. Julianne fiquei com a curiosidade de saber os retrospectos do Kimi em Monza e também em A1-Ring na Austria, circuitos onde a velocidade pura é predominante assim como Spa, pistas se não estou enganado acima de 65% da volta com o acelerador todo acionado, é isso mesmo?

    • Kimi correu três vezes em A1-Ring e tem um segundo lugar. Na Itália, são 3 pódios e nenhuma vitória. Entendo a relação que você fez, por serem circuitos velozes, mas são pistas que demandam habilidades diferentes. Em Monza, se ganha tempo contornando bem as chicanes, e não acelerando, por exemplo. Spa é um circuito mais completo, pois tem vários tipos de curvas, então a comparação não é direta.
      Segundo li recentemente em release da Pirelli, o tempo de volta com o pé embaixo é de mais de 75%.

  3. Ju, uma coisa que sempre me chamou à atenção em Spa, é o fato da volta ser muito longa e desafiadora, possibilitando reviravoltas constantes…

    • Essa é a melhor parte da Spa, que a torna também uma das pistas em que o acerto é mais difícil.

  4. Julianne,
    Acho que Sua Majestade levou um drible memorável de um certo Lewis Hamilton, após ter devolvido a posição e cuja merecida vitória na pista lhe foi incompreensivelmente retirada no tapetão. . . Francamente, parece que só queriam que Hamilton tentasse novamente a ultrapassagem duas voltas depois. . . Estou torcendo por uma chuvinha legal, só mesmo para molhar a pista. Ainda nem olhei a previsão do tempo para domingo, mas o microclima de SPA é um fato.

    • (Na corrida de 2008)


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