F1 O top 5 de 2010 - Julianne Cerasoli Skip to content

O top 5 de 2010

Listas sempre são complicadas, polêmicas e não levam a nada, mas são simplesmente irresistíveis! Fiz a minha considerando a equação resultados X o que o carro permitia e dando um crédito maior àqueles que lidavam com a enorme pressão de disputar um dos campeonatos mais parelhos de todos os tempos. E para vocês, quem foram os melhores do ano e por quê?

1 Fernando “não desisto nunca” Alonso

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Chegar com o 3º melhor carro do ano – com ou sem os pontos da Alemanha – liderando na última etapa do mundial e só perder o tricampeonato por um erro inexplicável da equipe já fala por si só. E isso, no 1º ano de Ferrari. Cometeu 3 erros graves – largada na China, batida nos treinos livres em Mônaco e na corrida na Bélgica – mas esteve perfeito nos momentos decisivos e claramente levou o F10 a lugares que não merecia, incluindo duas poles e 5 voltas mais rápidas. Alguns podem dizer que mais herdou que consquistou vitórias, mas isso só foi possível porque se colocou em posição de aproveitar as falhas dos rivais. As performances em Monza e Cingapura foram especialmente impressionantes. Dominou completamente, dentro da pista e na política interna, um companheiro que fazia sua 5ª temporada na equipe.

2 Lewis “ou vai ou racha” Hamilton

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Só perde o 1º posto para Alonso porque seus erros ocorreram nos momentos mais importantes do ano mas, assim como no caso do espanhol, creio que sejam em grande parte consequência da tentativa de superar um equipamento deficiente. Não é exagero pensar que, tivessem, Hamilton ou Alonso, uma Red Bull nas mãos, o campeonato seria bem mais sem graça. A performance de Lewis entre os GPs da Turquia e da Alemanha, quando somou 98 pontos dos 125 possíveis, assim como suas 5 voltas mais rápidas em corrida num carro claramente deficiente em relação à Red Bull, mostram a força de um piloto que soma agressão a qualidade. Envolver-se mais em questões estratégicas e ter uma melhor visão global do campeonato o ajudaria muito a subir de degrau.

3 Sebastian “da pole eu não saio” Vettel

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Os 66 pontos perdidos por falhas mecânicas claramente fizeram falta, mas o menino prodígio bem que poderia ter facilitado sua vida. Rápido e talentoso – as 10 poles não mentem – ele comprovou que é, mas a afobação em momentos de pressão foi outra marca igualmente forte. Tanto, que precisou de uma corrida péssima da Bélgica para adotar a mentalidade de azarão no campeonato e mostrar toda a sua velocidade, sendo absolutamente perfeito, dentro e fora das pistas, nas 4 provas finais. Não se pode deixar para trás a estatística de que apenas converteu em 25 pontos 3 das 10 poles, algumas jogadas fora em manobras de defesa desnecessárias na largada (Inglaterra e Alemanha foram gritantes). Também precisa demonstrar que consegue vencer em outra condição que não seja “flag do finish” – todas as vezes em que truinfou na F1, saiu da pole ou em 2º lugar, passando o 1º já na largada (à exceção do GP de Abu Dhabi de 2009, quando Hamilton quebrou enquanto liderava). Tem que mostrar que tem racecraft e sabe ultrapassar.

4 Jenson “come quieto” Button

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Outro que também trocou de equipe neste ano, aterrisando em pleno “território Hamilton”, e soube conquistar bem seu espaço. Mesmo com um carro bem inferior aos Red Bull e problemas com aderência nas classificações, manteve-se na luta até a penúltima etapa. Isso porque foi o único dos candidatos ao título que não cometeu erros graves durante as provas. A performance com a maior asa traseira que Monza já viu foi excepcional. Toda essa constância, no entanto, ficou em segundo plano na metade final do campeonato, quando a McLaren se perdeu nas atualizações. Um Button corrigindo a trajetória do carro não é um Button feliz, e foi esse que vimos a partir de Silverstone. Várias vezes declarou não saber por que o carro estava daquele jeito, que sua McLaren tinha mudado de uma hora para outra. Para ser bicampeão, especialmente com Hamilton a seu lado, terá que descobrir como reagir em dias nos quais o carro não coopera.

5 Robert “procura-se vagas” Kubica

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Depois de um 2009 fraquíssimo, quando andou menos que o companheiro Heidfeld, Kubica se encaixou rapidamente no novo projeto da Renault e cumpriu bem um papel de liderança que é, de certa forma, novo para ele. Não cometeu nenhum erro grave e alçou o time a posições irreais dado o rendimento do carro – embora a comparação com Petrov, aquele que colocou um pneu na zebra molhada na 1ª volta da classificação em Spa “só para testar” e sobre quem o polonês colocou 0.75s, em média, aos sábados, seja impossível. A performance nas chamadas “driver’s tracks”, como Mônaco, Bélgica e Japão, são um bom chamariz para as equipes maiores ficarem de olho. Só não o coloco mais acima na lista porque guiou sem qualquer pressão de disputa interna ou de título. Quem sabe num futuro próximo…

Menções honrosas

Mark “nada mal para um 2º piloto” Webber é outro que fez um grande campeonato. Tinha um canhão nas mãos, o que faz com que os erros sejam bem mais difíceis de acontecer, é verdade, e, tendo isso em vista, o 3º lugar no campeonato sem ter sofrido qualquer falha mecânica é pouco, mas deixou para trás a imagem de piloto errático e incostante com as vitórias dominantes na Espanha e em Mônaco. A diferença média em classificação para o excelente Vettel ficou em apenas 0.04s. Más largadas e o fato de ter sucumbido à pressão na hora em que sua experiência lhe seria mais valiosa acabaram com, muito provavelmente, sua única chance de ser campeão.

E, por fim, Nico “Michael who?” Rosberg, que chegou na Mercedes neste ano e mostrou muita consistência, ótima adaptabilidade e a qualidade de se colocar em posição de lucrar dos erros dos demais. Rosberg dominou ninguém menos que Michael Schumacher com propriedade, sabendo trabalhar com o heptacampeão dentro e fora das pistas.

11 Comments

  1. Oi Julianne! Está aí uma coisa que tbm tenho certo vício e esse é fazer listas.

    Os melhores do ano p/ mim foram exatamente esses que citou, portanto estou de pleno acordo com a sua lista. ^^

    Sua página é ótima! Adorei!

    Reparei que provavelmente vc seja parente da minha orientadora na faculdade. Desculpe a indiscrição: Vc é de Campinas?

    Abraços!

      • Josianne Cerasoli. Ela foi minha professora na Universidade Federal de Uberlândia e será minha orientadora na monografia.

        • É minha irmã! Que legal, vou falar com ela pra não te cobrar muito na monografia…

  2. Ju, quando falamos da era shumacher, vimos que o alemão, por mais genial que sempre foi, e uma estrutura fenomenal na ferrari, no meu pensamento, não encontrou em nenhum momento, quantidade e qualidade de pilotos que temos hoje, postulando ao título! hoje, além dos carros muito parecidos, a margem de erro parece muito menor que nos tempos auréos do alemão! por torcer por alonso, conheço sua capacidade e, acho que se a ferrari moldar o carro de 2011 ao seu gosto, brigará pelo tri! hamilton e vettel para mim, são acima da média! penso que ambos com o passar dos anos, se tornarão pilotos ainda mais fortes! sobre button, apesar de constante, acho que lhe falta uma caracteristica importantíssima para um grande vencedor, audácia! kubica, hehe, sem comentários! este cara já nasceu pronto! guia com maestria! imagina quando estiver em um bom carro! webber apesar da burrada deste ano, por estar em boa equipe, aliado à experiência, pode surpreender novamente! colocaria alonso em primeiro pela competência e experiência, depois, no mesmo nível, hamilton, vettel e kubica! os estilos de button e webber são bem parecidos! 2011 promete!

    • Acho que a época do Schumacher foi ímpar. Ele construiu todas as condições para ser o que foi, foi o piloto que mais trabalhou fora do cockpit na história e vimos o resultado disso! Mas não duvido que ele cometeria vários erros se estivesse lutando por décimos de segundo num carro não tão eficiente. Todos os grandes o fizeram, faz parte de encontrar o limite.

  3. Para ser sincero o que mais gostei em toda a temporada de F1 foram seus apostos aos nomes dos pilotos. Geniais, parabéns. Na minha modesta opinião o Alonso, na verdade, não perdeu o campeonato apenas para a equipe Ferrari e seus erros infantis, mas também para sua soberba de dimensões iguais ou maiores que seu talento. Assisti à gravação da transmissão feita pela BBC, e o clima de “já ganhei” era claro antes da corrida: o assessor de imprensa da Ferrari negando entrevista ao Martin Brundle, o FA dando atenção apenas às babações de Suas Majestades e Suas Altezas Reais e quejandos, enquanto o Vettel era de uma humildade e simpatia de quase menino que é, sem badalação alguma, à sua volta apenas uma das garotas do grid. Não fosse esta soberba, o seu talento e experiência teriam lhe alertado para a inadequação de um parada naquela hora.

    • Obrigado, me diverti fazendo isso…
      Não sei bem se a palavra é soberba. Até pelo contrário. A soberba os faria marcar a parada do que vinha à frente, e não atrás – e daria certo! O que vi foi o mesmo excesso de zelo na forma de encarar o final de semana que fez a McLaren perder em 2007 e quase repetir o erro em 2008. Até a configuração defensiva do carro mostra isso. Parece que o medo de perder foi maior que a vontade de ganhar

  4. Juliana, a ilusão (ou percepção) do F10 ser apenas o 3º carro do ano vem da péssima temporada do Massa (derrotado e abatido desde a China) e dos muitos erros do Alonso até Hockenheim. Se não foi um foguete na classificação como o RB6, o F10 sempre teve excelente ritmo de prova e adaptação muito mais rápida e eficiente ao escapamento rebaixado ao estilo Red Bull que o MP4-25.

    Os pontos que Alonso jogou fora ao:
    – colocar as rodas na faixa branca e fazer péssima largana na Austrália;
    – queimar a largada na China;
    – bater nos treinos e perder a classificação em Mônaco;
    – ficar preso no Q2 na Turquia (enquanto Massa foi ao Q3);
    – se complicar com os retardatários no Canadá;
    – perder a cabeça durante o GP da Europa;
    – cortar caminho, ultrapassar Kubica por fora da pista e ser penalizado em Silverstone e, finalmente;
    – rodar e bater sozinho em Spa

    fizeram a diferença entre ser campeão com certa folga e ficar no quase.

    O RB6 foi melhor durante o ano, mas uma rápida análise dos GPs, ao invés da mera contagem no placar, dá uma idéia bem mais realista do que o F10 foi capaz.

    Por fim, minha lista é parecida com a sua, Hamilton, Vettel, Alonso, BUtton, Kubica.

    • É, colocaria Ferrari e McLaren num mesmo patamar e, por isso, Hamilton e Alonso estão nas primeiras colocações. A ordem poderia ser inversa, mas achei que as 4 oportunidades quase seguidas, na reta final, desperdiçadas pelo Lewis foram mais decisivas.


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