Um dos grandes valores dos pilotos do passado era uma capacidade que remete ao conto de fadas da princesa que, mesmo dormindo sobre diversos colchões, acordava com dores nas costas, incomodada por uma ervilha. Com a evolução da telemetria na F1, a sensibilidade fica guardada para mudanças nas condições da pista – por chuva, vento, etc. – e poupar o equipamento.
Todo o trabalho de identificar anomalias nos carros fica a cargo de 150 a 300 sensores ligados – varia de acordo com a pista, devido ao peso do carro – em cada canto do chassi. Eles controlam o desempenho do motor, a eficiência aerodinâmica, a pressão do óleo, a aderência dos pneus e o desgaste de freio. Além disso, geram informações chave para a comparação entre os companheiros de equipe e a melhoria dos tempos de volta.
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Os dados são enviados do carro para os boxes usando de 1.000 a 2.000 canais de telemetria, utilizando tecnologia de microondas, com um atraso da ordem de apenas 2ms. Em cada final de semana de prova, são coletados na faixa de 5 bilhões de amostras. Nenhum dado é perdido quando o carro entra em um túnel, por exemplo: assim que a comunicação é perdida, o carro continua coletando dados e os armazenando para enviá-los logo em seguida.
Menos mecânica e mais tecnologia
A complexidade da aquisição e interpretação desses dados faz com que as equipes tenham parcerias com marcas do ramo da tecnologia, que desenvolvem softwares sob medida para a F1. Os dados são estudados nos boxes e nas fábricas, tanto em tempo real, quanto após as corridas, para direcionar o desenvolvimento do carro.
Telemetria da F1 já permitiu que carros fossem mudados do pitwall
A primeira experiência com telemetria na F1 foi o disquete acoplado no Renault de 1985. Rapidamente, as equipes desenvolveram maneiras de melhorar a captura de dados dos carros, até que a Williams levou os sistemas eletrônicos ao limite:
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Nessa época, a telemetria já era bi-direcional, ou seja, a equipe podia receber dados do carro e também efetuar mudanças nos mesmos. A partir de 94, a sistema bi-direcional foi banido, mas voltou nos anos 2000 para ser novamente proibido, sob a justificativa do corte de gastos, em 2003. Desde então, as equipes veem todos os dados em tempo real, mas dependem dos pilotos para fazerem modificações. E esse é um dos motivos para os volantes atuais serem tão complexos.
4 Comments
Sobre sentir o carro, li uma entrevista do José Carlos Pace que ele falava como ” sentia ” o carro: http://2.bp.blogspot.com/_zK2GYsQ8HgM/SUqI6Hpxg0I/AAAAAAAADM0/LGKB3ryb_28/s1600-h/jos%C3%A9+carlos+pace+03.jpg
Luis, muito bacana seu vídeo! nada como rever o passado, e ver como os caras se viravam. nada é eterno, mas a f1 foi, e sempre será autoridade quando se falar de carros!
Ju, aproveitei o seu vídeo, e de tabela, vi a entrevista do piquet, sobre shumacher. como foi um fora de série, nelson fez uma análise perfeita, não disse que o alemão era tudo ou nada, mas com sabedoria, disse que para as circunstâncias daquele tempo, era o ideal, caindo naquele caso das “comparações” serem improdutivas. nelson, hehe, não escorregou como lauda. em vista do que aprendi na escola faster, hehe, nada de comparações sem embasamento técnico, afinal, cada época com suas variantes! até que no começo dos câmbios automáticos, havia vantagem, pois, não se tirava a mão do volante, e não havia um volante tão carregado quanto hoje, portanto, as coisas se complicaram! dois fatos me chamaram a atenção: 1º penso que a suspensão ativa, por mais genial que foi, neste caso, interferia negativamente na disputa, pois a correção não era feita pelo piloto; 2º a telemetria bidirecional, por ser manipulada pelo piloto (ok), e pela equipe (no), tornavam as coisas 50% certas, e 50% erradas, neste caso, afetava a disputa limpa. P.S: MENÇÃO HONROSA: 1º e em pensar que a globo ao menos, em alguns dias, produziu vídeos explicativos de qualidade, heim?; 2º aquela willians (ativa/92) ao mesmo tempo que merecia nota 10, por parecer filme de ficção, por outro lado, merecia nota 0, por ter tornado a disputa tão monótona, e nos dar um susto, nos fazendo acreditar, que a f1 poderia acabar com toda aquela tecnologia!; 3º a explicação do burti, estilo bbc, é apenas para o globo esporte SP? P.S: MENÇÃO DESONROSA: em relação à telemetria, ela ainda possibilitaria, a instalação futura do “controle de tração”, que como sabemos, era controlado pelo computador, e não pelo piloto. valeu a genialidade, mas sua criação não combina com f1, apenas com o trânsito do dia a dia.
Luis Antonio Mendes vlw pela entrevista do pace muitoo bom ….