Mesmo que anunciar na F1 não seja nada barato, é altamente lucrativo. Até a Red Bull, cujo tipo de investimento na categoria não é nada ortodoxo, teve um ganho em chamado “valor de exposição” maior que o orçamento de suas duas equipes somadas: US$ 345 milhões gastos contra US$ 366,6 milhões obtidos em termos de imagem. Isso sem contar nas cifras acumuladas pelo título de construtores e pelas demais cotas de patrocínio que ambos os carros ostentaram durante o ano.
Também, pudera. A categoria comemorou mais um ano de crescimento em sua audiência, chegando aos 527 milhões de espectadores em 2010. Os números do ano passado não foram divulgados oficialmente, mas acredita-se que não tenham passado dos 520 milhões. Os dados desse ano significam que cerca de 27,7 milhões de pessoas estavam ligadas em cada corrida, em média. Isso, nos 188 países que recebem as transmissões da categoria.
O “valor de exposição” é o cálculo do tempo que a marca apareceu durante as transmissões transformado na quantia que seria paga caso a empresa tivesse optado por comprar uma cota publicitária de TV. Os números da Red Bull sugerem um retorno de 150% em relação ao valor investido, tanto na equipe principal, quanto na Toro Rosso. A marca monopolizou nada menos que 30,5% de toda a exposição durante as etapas do mundial, o que é explicado pelo fato de estar presente em dois times, mas principalmente por um deles ser o carro mais rápido do grid.
Melhores retornos de patrocínios em 2010
Marca | Equipe | Valor de exposição estimado |
1º Red Bull | Red Bull, Toro Rosso | US$ 366,6 milhões |
2º Vodafone | McLaren | US$ 122,4 milhões |
3º Santander | Ferrari | US$ 99,3 milhões |
4º Petronas | Mercedes | US$ 85,4 milhões |
5º Renault | Renault, Red Bull | US$ 69,3 milhões |
Não por acaso, as equipes arrecadam grande parte de seu orçamento com patrocínio, e as cotas dos grandes times são bem mais salgadas. Uma parceria com a extensão da Vodafone – que, inclusive, dá nome à McLaren – ou do Santander na Ferrari sai entre 50 e 70 milhões de dólares ao ano. Em 2010, enquanto a primeira teve retorno de 190% do investimento, o banco espanhol chegou aos 200%. Num acordo fechado há mais tempo, antes da crise financeira, estima-se que a Phillip Morris pague cerca de US$ 100 milhões por sua propaganda subliminar nos carros vermelhos.
Além de lucro, a parceria entre McLaren e Vodafone ainda rendeu boas risadas:
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Mas não é preciso investir tanto para colocar seu nome num carro de F1 – ao menos que não se importe de ter um espaço menos visível e/ou numa equipe que apareça menos. As 141 marcas que patrocinam as 12 equipes tiveram uma exposição conjunta em 2010 que vale US$ 1,2 bilhão, média de US$ 62 milhões por GP. Cada uma delas injeta, em média, US$ 4,31 milhões ao ano – ou US$ 607,710 milhões ao todo. Ou seja, tem muita gente fazendo dinheiro por meio da categoria.
No entanto, há uma certa dose de risco envolvido. É fato que um grande patrocinador de uma das equipes que dominam o campeonato terá muita visibilidade. Mas, se sua empresa não tiver muita bala na agulha, o retorno não é tão garantido, pois sua marca pode ficar escondida no meio do pelotão e, assim, uma ferramenta de marketing mais tradicional, como os comerciais de TV, por exemplo, pode ser mais lucrativa. Por isso, as equipes pequenas têm mais dificuldade em prospectar clientes.
6 Comments
Com gastos menos elevados, certamente diminuiria o abismo entre as equipes grandes e pequenas, melhorando o espetáculo.
A RBR, ao contrário de Toyota, Honda, e BMW, como boa empreededora, não subestima a necessidade de se vencer em pista, como forma de angariar $eguidores perante seu público. Seu espírito inovador e aventureiro, talvez seja uma das explicações plausíveis para a boa sintonia com o inventivo Newey. Esses números são tão significativos, que pode servir de resposta para algumas teorias conspiratórias, que dizem que a Ferrari dá equipamentos diferenciados para Alonso e Massa, ou seja, seria uma tremenda estupidez para uma equipe grande, perder a exposição de um de seus dois carros, com o intúito de favorecer alguém, seria 50% de prejuízo, algo mt alto quando se fala de f1.
Julianne,
novamente tenho que te parabenizar. O enfoque que você dá na sua cobertura da F1, além dos tradicionais tempos e das fofocadas de quem vai para qual equipe, é simplesmente brilhante!!!!
Você mostra um outro lado do esporte para quem, acostumado apenas com as transmissões da Globo, nem sabia que existia.
Muito obrigado e continue o ótimo trabalho.
EU TAMBÉM GOSTARIA DE PARABENIZÁ-LA.
VOCE ULTRAPASSA ESSE JORNALISMO SUPERFICIAL QUE ESTAMOS ACOSTUMADOS A VER E REVELA-SE DETENTORA DE UMA MULTIPLCIDADE DE CONHECIMENTOS BASTANTE IMPORTANTES QUE AGREGADOS AO TEMA F1 ENRIQUECEM MUITO SUAS CONCEPÇÕES.
BOA FORMAÇÃO CULTURAL E REDAÇÃO PERFEITA.
PARABÉNS E SUCESSO!!!
Agradeço muito as palavras de ambos, Pires e Dudu Lopes. A F1 é algo que, quanto mais se conhece, mais se quer conhecer. Fico feliz em poder dividir essa minha paixão com pessoas como vocês.
adorei sua matéria sobre f1 você deixa claro as coisa la dentro não é como a Globo mostra aquilo que quer mostrar , ainda bem que ta saindo o Galvão puxa- saco de piloto . e jogador de futebol.
valeu vou sempre ler suas matérias garota .