F1 Personagem do GP: Pastor Maldonado - Julianne Cerasoli Skip to content

Personagem do GP: Pastor Maldonado

Há algum tempo, mais precisamente desde o GP da China, Pastor Maldonado já vinha visando: “Com dois décimos, podemos estar no top 10. Isso é absolutamente nada hoje em dia.” De fato, a Williams vinha se mostrando muito forte em ritmo de corrida, mas teve várias provas comprometidas primeiramente por más classificações e pelos cinco abandonos em oito possíveis de seus pilotos. Em outras palavras, todas as vezes que um Williams cruzou a linha de chegada em 2012, esteve dentro dos pontos.

Sabendo desse quadro, o venezuelano chegou em Montmeló sabendo onde focaria, como revelou ao TotalRace na quinta:

“Estarei concentrado no classificatório, pois começando atrás é difícil de ultrapassar, de fazer uma boa estratégia por causa do tráfego e de uma porção de coisas. Acredito que temos um carro competitivo que possa buscar boas posições. O legal é que as corridas da Fórmula 1 estão mais emocionantes, há novas coisas, as corridas não são sempre as mesmas.”

Mal sabia ele que a surpresa da vez seria muito provavelmente a maior da temporada maluca até agora. Na sexta-feira, a animação após os treinos livres já sugeria que Maldonado estava no caminho certo. “Estou confiante. Esse é um circuito que eu gosto.”

Na classificação, Maldonado foi consistentemente rápido, colocando-se desde o Q1 entre os primeiros. Ao final, fez o segundo melhor tempo, batendo Fernando Alonso, Kimi Raikkonen e outros três campeões mundiais. Nada mal para quem faz seu segundo ano na F-1, na qual chegou relativamente tarde (tem 27 anos), sob o rótulo negativo de piloto pagante, correndo por um time que marcou apenas cinco pontos em todo o ano passado.

“Pouco a pouco a Williams está voltando [a ser o que era]. Essa é minha tarefa, meu trabalho, meu objetivo. Tínhamos tudo sobre controle [no Q3]. Esperamos todos saírem antes de lançar a volta. A equipe revelou ter muita calma e mostrou ser grande. Temos de comemorar isso também, pois não nos deixamos levar pelo momento, o que poderia nos atrapalhar. Trabalhamos todos juntos e aí está o resultado.”

No sábado, Maldonado falava em pódio, não em vitória. Mas ganhou um upgrade no domingo. É claro que a punição a Lewis Hamilton pelo grosseiro erro (mais um!) da equipe McLaren deu uma mãozinha – e, com o inglês vindo de trás e fazendo uma estratégia diferente, fica difícil saber como seria seu ritmo em relação à Williams. O que sabemos é que, sem precisar de chuva, acidentes, quebras e mesmo com um pit stop lento, a equipe que lutava para não ser eliminada no Q1 nas últimas provas do ano passado, a mesma cujo futuro na F-1 estaria seriamente comprometido pela falta de recursos, conquistou uma vitória incontestável.

“Quando passei pela linha de chegada foi um momento emocionante pra mim, mas eu estava preparado para essa vitória, demonstrei isso na corrida. Espero continuar assim, e não só a equipe, mas em relação à minha pilotagem também. Temos sempre de melhorar mais e mais. Acreditava que poderia vencer. Largando na frente e com um carro que tem um bom ritmo de corrida, fiz apenas meu trabalho”.

Sabendo que este é o campeonato da roleta russa, como Helmut Marko definiu após a prova, talvez seja essa calma de Maldonado a maior surpresa do fim de semana. Mesmo no grid, o venezuelano não mostrava a apreensão natural que quem estreava na pole e se dizia acostumado à posição em categorias inferiores. Depois da vitória, o tom foi o mesmo. Tom de quem não espera que esse seja um acontecimento isolado.

8 Comments

  1. Caramba, o Maldonado tá parecendo um piloto nórdico, com essa calma toda diante de um resultado tão bom.

    Se quando as coisas vão bem ele não se mostra excitado demais, imagino que ano passado, quando as coisas estavam ruins, ele não deve ter se desesperado.

    Boa característica pra um piloto de F1. O Niki Lauda era assim, né?

    • Que será da vida do Perez…. Colocaram ele antecipadamente até na Ferrari…

  2. Eh quando o Lorenzo comecou na moto GP ele caia muito… Foi dito que eh mais facil fazer um piloto rapido parar de cair, do que fazer um piloto que nao cai ser rapido. A analgia p/ F1 poderia ser, Eh mais facil fazer um piloto rapido para de se envolver em acidentes, do que fazer um piloto que nao bate ser rapido…. Maldonado tinha fama de ser “accident prone” nao?

    • Essa é uma grande verdade. Casey Stoner também caia muito, no início, mas sempre foi muito rápido. Somente os que não acompanhavam a GP 2 desconheciam a velocidade de Maldonado e o menosprezavam. Ano passado levou aquela carroça da Williams 3 vezes ao Q 3, superando o experiente Barrichello, a quem o festejado Hulkenberg havia sucumbido, no ano anterior. Além de rápido, Maldonado sempre foi raçudo e combativo. Pastor foi campeão em cima de ninguém menos que Sérgio Perez. Também ganhou em Mônaco na GP 2, com autoridade, onde ninguém ganha, em qualquer categoria, se não tiver talento, já dizia Jackie Stewart. Grosjean é outro “bota” e “faca entre os dentes” que já foi muito apedrejado, e às vezes continua sendo. Nessa turma do meio do pelotão, Sérgio Perez, Maldonado, Grosjean e Kobayashi estão sobrando. O maior problema que eles tem pela frente é a juventude de Hamilton, Vettel e Alonso.
      Na GP 2 atual Valsecchi, Giedo van der Garde e Razia estão prontos para a F 1. A fila na Fórmula 1 PRECISA ANDAR para dar vez à turma da GP 2. Este foi um dos fatores que retardaram a chegada de Maldonado e Grosjean à F 1. E hoje, olho no estreante James Callado e no já veterano Fábio Leimer, que são rápidos e tem sangue nos “zóios”. Tom Dilman também não é bobo e Nars está chegando bem. Penso que Valsecchi seria um bom substituto para Massa na Ferrari, no ano que vem (embora Perez esteja com um pé lá, eu não gostaria de vê-lo ao lado de Alonso, pois seu potencial poderia se estiolar, por vários motivos).

  3. Vitória incontestável, sem erro nenhum durante o final de semana inteiro. Mesmo quando pressionado pelo Alonso no final da corrida, com todo o apoio da torcida local.

    Acho que cai por terra também a história de que carro que anda bem em Barcelona é candidato ao título. Afinal dá para dizer que Williams, Ferrari e Lotus são os melhores carros atuais? E que RBR e McLaren estão tão mal assim?

  4. Muita gente tem considerado absurdo a imprevisibilidade na F1 atual, mas se olharmos para os anos 70, 80, a imprevisibilidade hj causada pelos pneus, era natural, pois os pilotos eram nivelados, mas os carros quebravam, as pistas eram armadilhas, a previsão do tempo e da corrida não era feita por computadores, enfim, era tudo mais natural. O que os Pirelli fazem na atualidade, não tem nada de roleta russa como muitos apregoam, desmerecendo a vitória de equipes menos fortes, ora, a F1 dos Bridgestone parecia um feudo, onde só ganhava os super carros… Os pneus se desgastam muito, mas se desgastam para todos! É balela falar que não se pode dar o máximo do carro! O tempo todo não, mas os carros não chegam à 300 por hora??? Tentam colocar a vitória dos que não pertencem à “elite”, como na base da sorte, sem merecimento, mas já que os “grandes” reclamam da sorte, por quê não se lembram que têm os maiores orçamentos, em uma briga desigual com so pequenos? Onde está a “justiça” do pragmatismo? Reitero: os Pirelli criaram uma situação que nos aúreos tempos da F1, eram naturais, onde nada é perfeito!!!

  5. Um engenheiro mecânico projetista refutou a possibilidade de se obter um ajuste de pneus numa prova e se perder esse ajuste na prova seguinte, concluindo que haveria uma aleatoriedade na composição da borracha, ou a existência de “pneus da sorte”. Um matemático especialista em probabilidades descartou a hipótese de pneus da sorte estarem ou terem sido sorteados. Alega que já teria havido uma repetição da sorte. Um agente de uma corretora de valores concluiu que os resultados estão sendo manipulados justamente para se criar toda essa excitação e publicidade justamente no ano em que a companhia gestora da F1 lança suas ações na bolsa de valores de Singapura, obviamente uma bolsa internacional e totalmente globalizada.


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