F1 Por dentro da F-1 e a revolução dos pit stops da Sauber - Julianne Cerasoli Skip to content

Por dentro da F-1 e a revolução dos pit stops da Sauber

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Todo mundo sabe que um segundo é muita coisa na Fórmula 1. E o quanto é difícil ganhar um segundo de uma hora para a outra. Mas foi o que a Sauber conseguiu nesta temporada: ganhar mais de 1s nos pit stops e ir de lanterna a uma das equipes mais rápidas do grid no quesito.

Os números são impressionantes. Ano passado, o time teve apenas em uma oportunidade – no GP da Áustria – um dos 10 pit stops mais rápidos de uma corrida. E ele não foi particularmente veloz: 3s05. Isso fez com que o time ficasse em último, com apenas um ponto, no campeonato de pit stops, algo que passa batido para a maioria dos fãs, mas que é levado muito a sério pelos mecânicos. O título do ano ficou com a Mercedes, com 472 pontos, seguido por Williams e Red Bull. A pontuação funciona da mesma forma que do campeonato de pilotos.

Um ano depois, a Sauber é a segunda no campeonato de pit stops. Por três vezes, o time foi o mais rápido e, na última corrida, fez o segundo pit stop mais veloz.

Mas como a equipe de Leclerc e Ericsson conseguiu uma mudança tão significativa em tão pouco tempo? O mecânico brasileiro Tiago Fadel, que está na Sauber desde 2014, contou ao blog.

“A gente vem de uma década de BMW em que nada funcionava. O material era antiquíssimo. Tudo arrebentava e nós tínhamos que reformar porque não havia dinheiro para comprar peças novas. Por isso estávamos sempre em último, com 1s atrás de todo mundo.

“Neste ano, tivemos a ajuda da Ferrari. Eles cederam para nós todos os mecanismos, ou seja, as porcas e as parafusadeiras. Compramos o material novo, igual o que todo mundo usa e, com isso chegamos mais perto. Com isso conseguimos tirar um segundo.”

Mas mesmo isso não seria possível para liderar a tabela de pits stops mais rápidos. Faltava investir na preparação e estudar os pontos fracos da equipe da qual Tiago faz parte como responsável por trocas de asa e acertos de flaps.

“Fomos em fevereiro para a Itália para nos prepararmos com a Fórmula Medicine. Foi uma preparação forte, mental, que nos deu a chance de chegar onde estamos chegando. A gente treina muito e descobrimos quem é melhor em cada função. Mexemos praticamente no time todo e então conseguimos chegar nos melhores. Agora sabemos que vamos colocar pelo menos um carro com certeza no top 3 em todas as corridas até o final do ano, mas nosso objetivo é colocar sempre os dois carros lá na frente, para que a gente possa ganhar o campeonato deste ano.”

De fato, a Sauber segue em evolução. No começo do ano, com os novos equipamentos, o time fazia suas melhores paradas em cerca de 2s80. Agora, está fazendo trocas consistentemente em 2s30.

Colocar os dois carros consistentemente no top 10 será fundamental para o time chegar no almejado título, uma vez que a diferença para a líder, a Red Bull, é grande. O time de Ricciardo e Verstappen tem 242 pontos. E, curiosamente, com o segundo lugar da Áustria, a Sauber acaba de passar sua “benfeitora”, a Ferrari.

7 Comments

  1. Eu tiro o chapéu para a Red Bull porque fazer paradas em menos de 3 segundos sempre é uma coisa, fazer paradas duplas com os dois a menos de 3 segundos é Estado de Arte, a parada na F1 é sem comparação desde que a DTM mudou o regulamento, as vezes não dá pra ver a mudança de tão rápido, só comparo com a Nascar, não pela velocidade, mas por eles fazerem tudo ao modo antigo, cinco porcas, a F1 é tecnologia, a Nascar é artesanal.

  2. Difícil imaginar que tem equipe que não tem um bom equipamento para o pit stop.

  3. Tem parada de box que é tão veloz que parece que o carro já para suspenso. Bizarro …

    Por falar pit stop, Ju. Tem notícias sobre o mecânico da ferrari que quebrou a perna no Barhein ?!

  4. O grande passo da Sauber para evoluir como equipe foi a contratação, no meio do ano passado, de um novo diretor. Ao chegar no time, existia um acordo firmado com a Honda para fornecimento de motores em 2018.
    Como não fabricam a transmissão, constatou então, que seriam obrigados a usar o cambio desenvolvido pela Maclaren em sua temporada de Honda, ficando totalmente nas mãos da rival inglesa.
    Aproximou-se da Ferrari, conseguiu motor, cambio, suporte técnico, o extraordinario Leclair, em troca estampou a marca Alfa Romeo nos carros, certo de que a Fiat, jamais deixaria um produto seu, carregado de tradição como a Alfa, arrastando-se na última fila do grid.

  5. Oi Julianne!
    Adoro esses detalhes qur você trás e passam despercebidos aos olhos dos fãs. Fiquei com uma curiosidade, o campeonato de pit stops vale mai$ alguma coi$a além do título para as equipes?
    A aproximação com a Alfa Romeo/Ferrari realmente foi uma ótima sacada do Vasseur, está rendendo ótimos frutos para a equipe, essa também é outra curiosidade que fiquei, o que mudou tanto na administração da equipe a ponto de fazerem decisões tão acertadas? Esse é um quesito que sempre me inpressionou na Sauber, desde os tempos de Peter Sauber, dificilmente a escuderia fazia uma decisão administrativa acertada, em menos de um ano (se não estou enganado) Vasseur colocou tudo nos eixos.
    Oi Eduardo!
    Certa vez li uma matéria de um membro da Mecerdes em que ele dizia qie eles foram na Nascar aprender a fazer paradas mais rápidas, tem haver com já deixar as porcas dos pneumáticos já coladas na parte de trás do novo pneu. Sempre se pode aprender com os amiguinhos!
    Oi Antonio!
    Justamente por ficar nas mãos da McLaren, que passaria a desenvolver câmbios para o motor Renault, que o Vasseur suspendeu o contrato com a Honda era sem sentido a McLaren desenvolver dois câmbios diferentes e esse foi o principal ponto para o contrato não ser assinado.
    A ideia da Monisha era tirar a Sauber da dependência financeira do grupo que investe na carreira do Ericson já que os japoneses iam injetar grana na equipe.
    Vasseur percebeu que era muito melhor se aproximar do grupo Fiat uma vez que o Marchione tem grande vontade de trazer a Alfa Romeo de volta à F1.
    caminhos diferentes, com resultados diferentes.
    Apenas fico imaginando como seria para os suíços e os ingleses se ambos tivessem ficado com o motor Honda. Imagina a Sauber ganhar da McLaren na pista com o mesmo motor…
    Grande abraço a todos do Blog!

    • Acredito que tenha havido, com o dinheiro da Ferrari, um distanciamento do grupo sueco que vinha influenciando muito as decisões do time. Com mais independência (inclusive técnica, pois o projeto do carro é ousado) e com um cara muito influente no paddock como o Vasseur foi possível mudar

      • Ah!
        Então o Vasseur conseguiu, em parte, essa independência financeira da equipe.
        Agradeço a resposta Julianne.
        Grande abraço.


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