Quando a temporada de 2016 começou, a expectativa era de que a Ferrari crescesse e conseguisse mais do que as três vitórias do ano passado, uma vez que o escopo para melhora da Mercedes seria menor em um terceiro ano com as mesmas regras. De fato, os problemas de confiabilidade que os virtuais tricampeões mundiais tiveram especialmente no início do ano provaram que eles seguem arriscando no desenvolvimento. Porém, ao mesmo tempo, quando estiveram ameaçados, mostraram todo seu poderio. E arrasaram a concorrência.
Concorrência essa que não foi, na primeira metade, tão consistente para chegar a assustar de verdade. Hamilton e Rosberg até passaram do limite algumas vezes, sabendo que a briga se limitaria aos dois. Porém, especialmente depois da estreia do motor atualizado da Renault e da falha da Ferrari em melhorar seu carro, a Red Bull se tornou a segunda força do campeonato, crescendo de forma suficiente para acender a luz de alerta na Mercedes para o ano que vem.
Dentro do time, a batalha de Ricciardo e Verstappen só tem ajudado os resultados do time a crescer. Com um motor que responde bem especialmente às rotações médias e um carro que tem sido bem adaptado para andar bem também em reta, apesar de ter ‘nascido’ para circuitos mais travados, a Red Bull hoje não é boa só em pista de rua. Mas é claro que, na segunda metade da temporada, é em Cingapura que o time está especialmente de olho.
Isso porque o segundo posto no campeonato parece relativamente seguro, tanto pelo seu próprio crescimento, quanto pela bagunça que a Ferrari se tornou. O time passa por um momento politicamente frágil, com o presidente Sergio Marchionne dando palpite em todas as frentes, da gestão do time à estratégia, passando até pelas atualizações do carro. Não é coincidência que James Allison se foi e não é uma boa notícia que o chefe de motores tenha assumido a direção técnica em um momento no qual o time precisa voltar a crescer do ponto de vista aerodinâmico, no qual está perdido desde maio.
Há quem diga que o clima é tão ruim que ninguém quer ousar dentro do departamento técnico e levar a culpa para si. Enquanto isso, vemos Sebastian Vettel tomando conta da estratégia de dentro do cockpit, em um cenário particularmente ruim se lembrarmos que um carro totalmente novo está sendo pensado neste mesmo momento.
Mas como agosto é mês de férias para a F-1, hora de respeitar as duas semanas de fábricas fechadas e aproveitar um pouco do verão europeu. Podem ir deixando suas dúvidas e propostas de temas por aqui e voltaremos com tudo para a segunda metade do campeonato.
4 Comments
Desde 2010 que Red Bull é Red Bull. Final de 2009 qdo o projeto de Adrian Newey começou a dar resultados, o carro sempre foi e é até hj o melhor da F1. Bota um motor Mercedes naquele carro e a dupla das Flechas de Prata não teriam vida fácil. Por isso q Toto Wolf e o Arrivabene não quiseram fornecer motor pra Red Bull.
E a Ferrari…. Se com um carro criado por um expert em aerodinamica, James Alison, a equipe não se encontrou. Imagina então um carro todo novo projetado por pessoas q não tem muita experiençia no ramo? Colocar um engenheiro q sempre trabalhou na area de motores como substituto do Alison não me pareceu uma boa ideia.
Pensei que você não ia parar mulher… Boas férias Julianne!
A Mercedes me lembra a Red Bull nos anos de 2010 a 2013. Muita competência não só dos seus pilotos (Hamilton e Rosberg) como também da equipe que não só fez nascer um carro vencedor, como também desenvolver e fazer o carro voar na segunda-metade do campeonato. Este ano a maior decepção éh a Ferrari! Apesar de eu não ser fã, torcia pra equipe brigar parelha com a Mercedes! Maaaas parece que o mandatário-maior (capo-Macchione) andou enfiando-a-colher onde não devia a ponto do James Allison pedir o boné, enfiar a viola no saco e cantar em outra freguesia. Depois destas férias de verão a minha expectativa éh da Red Bull se sobressair e se tronar a segunda-força do grid (possibilidade de vitórias), a Scuderia descer mais a ladeira e a briga entre Force India, Toro-Rosso e Mclaren pra ser a 5ª ou 6ª força do grid. E aposto que o campeonato de pilotos vai ser decidido nos últimos dois GPs. E no ano que vem, torço pro Perez & Sainz fecharem com a Renault e que o Nars vá para a Force-India.
No caso da Ferrari, reparo que um aspecto vem sendo ignorado: a morte da esposa de Allison, Rebecca, logo na corrida de estreia, na Austrália. Allison fez um grande trabalho em 2015, ajudando a Ferrari a voltar a vencer nas mãos de Sebastian Vettel. É inevita´vel que qualquer pessoa que perca outra querida, com quem divide a casa, passe a repensar a p´rópria vida. No caso do inglês, trabalhar na Ita´lia e deixar os três filhos sob cuidados de outros parentes na Inglaterra pareceu uma decisão muito difícil de conciliar. Sendo ele o diretor técnico da equipe, como esperado, o carro deixou de evoluir exatamente pelo fato de o sujeito responsável pelo desenvolvimento dele já não estar com a cabeça totalmente focada no trabalho.
Outro aspecto é o próprio Marchionne: embora se interesse em saber detalhes de todas as áreas dentro da equipe, está mais do que claro que sua presença mais atrapalha do que ajuda. É o momento de ele se afastar e deixar a equipe nas mãos de outra pessoa, como nos tempos de Luca di Montezemolo.