F1 Rapidinhas do GP do México - Julianne Cerasoli Skip to content

Rapidinhas do GP do México

Escrevo estas linhas sem saber o que aconteceu depois que Max Verstappen foi chamado aos comissários a se explicar por não ter tirado o pé sob bandeira amarela na última volta da classificação, quando o carro de Valtteri Bottas estava na barreira de proteção. Seria bom, também, a FIA explicar por que não deu bandeira vermelha depois de um acidente em que a integridade da barreira estava comprometida – e também por que ela estava posicionada de tal forma que Bottas a pegou de lado no segundo impacto. Enfim, o nível especialmente da comunicação da FIA caiu muito neste ano e este sábado foi apenas mais um exemplo.

Mesmo se Verstappen não mantiver a surpreendente pole, a corrida se desenha de forma interessante. A grande prioridade dos pilotos será não ficar preso atrás de um rival, já que a altitude traz grandes problemas para a refrigeração do motor e dos freios. Então a largada deve ser agressiva e, com a falta de aderência também causada pela altitude no México, aliada ao fato dos 6 primeiros largarem com o pneu médio, promete dar muita emoção aos primeiros metros da prova.

Daí em diante, será um mergulho mais ou menos no desconhecido. A Pirelli trouxe pneus mais duros neste ano para o México de olho em evitar o graining, mas não teve muito sucesso. Todo mundo saiu reclamando muito na sexta-feira e acabou não tendo muito tempo de checar se as mudanças de acerto feitas após os treinos livres deram resultado, já que a pista estava úmida no treino livre disputado na manhã deste sábado.

Não por acaso, quando perguntei a Vettel se ele achava que alguém que larga com os médios tentaria fazer uma parada, ele disse que eles só vão descobrir na corrida. “Acho que depois de umas 10 voltas vai dar para termos uma ideia de quanto os pneus estão durando.” É possível, portanto, que alguém divida as estratégias entre os companheiros (um tenta parar só uma vez, outro cumpre a “cartilha” da Pirelli e para duas.

O que não é provável é que os 6 primeiros coloquem os pneus macios. São eles os que sofrem mais com o graining e, por conta disso, até Carlos Sainz tentou fazer o Q2 com os médios. A McLaren julga que a sorte deles é ter as Toro Rosso logo atrás. São eles que vão sofrer, com os macios no começo da corrida, o ataque de quem larga de 11º para trás.

Voltando para a parte da frente, todo mundo saiu da classificação achando que poderia ter feito a pole, não fosse um detalhe aqui e ali. Como, no México, os carros escorregam muito, só mesmo Verstappen fez uma volta limpa, ajudado pela aderência mecânica superior da Red Bull e pela menor necessidade de arrefecimento do motor Honda. Por conta disso, a Red Bull não precisa abrir tanto a carenagem, o que ajuda na eficiência aerodinâmica.

Falando sobre as especificidades deste circuito, tivemos uma aula com os engenheiros da Ferrari na sexta em que eles dividiram alguns dados interessantes: há 60% de diferença em termos de downforce entre a asa da Itália e de Singapura. E, no México, mesmo usando a asa de Singapura, o carro produz tanto downforce quanto na Itália!

Isso explica por que a classificação foi tão difícil e por que as corridas no México costumam deixar a desejar, pois é preciso muita administração de pneus, uma vez que um carro que desliza é um carro que desgasta mais os pneus. Junte-se a isso a questão do arrefecimento e fica fácil entender por que o GP do México costuma ser mais sobre defesa do que ataque. Veremos se a máxima se confirma neste domingo.

1 Comment

  1. Ju, peço de antemão perdão pela minha ignorância, mas acho que a Pirelli dispôs de pneus mais duros para diminuir a degradação e não o grainning, uma vez que os pneus mais duros são mais difíceis de aquecer. Portanto, o carro desliza mais e esse movimento lateral forma o grainning. Tanto que no domingo com a temperatura mais alta, houve menor desgaste nos pneus. Abs!!!


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