É difícil esquecer da estreia de Sergio Perez, pontuando e depois sendo desclassificado pela Sauber depois de ser o único piloto a fazer apenas uma parada enquanto todos sofriam naquela que foi a estreia dos Pirelli, no GP da Austrália de 2011. De lá para cá, o mexicano passou por vários altos e baixos, chegou a ir para time grande, e sempre tem seu nome envolvido em uma transferência para a Ferrari que foi dada por várias vezes como certa, mas nunca chegou perto de se concretizar.
Mais de seis anos depois daquela estreia marcante, Perez se vê novamente em voga na mídia e no paddock. E, como tem sido de praxe de lá para cá, dividindo opiniões.
Efetivamente, a atitude do piloto durante o GP do Canadá privou a Force India de uma possibilidade real de pódio. Por cinco vezes, ele foi instruído a deixar o companheiro Esteban Ocon, que tinha pneus 13 voltas mais novos e estava mais rápido, passar, para que o francês tentasse superar o terceiro colocado Daniel Ricciardo, que também tinha pneus mais usados (14 voltas a mais que Ocon). Foi dito ao mexicano, inclusive, que as posições voltariam a ser invertidas caso a manobra não se concretizasse.
É o tipo de postura que pode conquistar alguns fãs, mas que não é nem um pouco bem visto no paddock. Não é uma situação em que a equipe está tentando favorecer outro piloto mas, sim, está tentando maximizar seu resultado como um todo, aproveitando uma grande oportunidade de capitalizar em um dia ruim para Williams e Toro Rosso, seus rivais diretos.
É o tipo de postura, no entanto, que não surpreende vinda de Perez. Nos últimos anos, o mexicano tentou convencer o paddock de que os erros internos que o tiraram da McLaren foram fruto da juventude, mas ainda que, dentro da pista, ele efetivamente se mostre mais maduro – mesmo continuando com seus lapsos, como em Mônaco – fora dela continua sendo um osso duro de roer.
Tanto, que o episódio de Montreal teve reações imediatas. Antes da corrida, o chefe da Ferrari perguntara a um jornalista de confiança sobre qual sua opinião sobre Perez. A resposta foi “fique de olho no companheiro dele”. Após a prova, Arrivabene se aproximou do colega e disse: “mas você sabe das coisas, hein!”
Ocon realmente fez uma corrida excelente, e ainda manteve uma postura bastante profissional mesmo sentindo que tinha perdido a chance do primeiro pódio na carreira. Não estava nada feliz, é claro, mas esteve longe de declarar a guerra que li em algumas manchetes por aí (estas sendo resultado de frases fora de contexto e de não estar lá cara a cara com os protagonistas).
No resumo da ópera, Ocon foi tudo o que uma equipe de F-1 quer, e Perez alimentou sua má fama. Dentro da Force India, entretanto, ele não terá problemas: se há uma coisa que o episódio mostrou, é que o investimento mexicano ali dentro é forte.
Mas e seu futuro? Antes do Canadá, as pessoas ligadas a Checo, que costumam lançar boatos a toda hora para inflar as “ações” do piloto, tinham começado uma ofensiva forte para colocá-lo na Ferrari – ainda que da Alemanha venha um suposto retorno de Rosberg e de certos setores da imprensa italiana, a renovação de Raikkonen – e pode ter certeza de que veremos seu nome “praticamente garantido” em times grandes, “o preferido” das equipes do meio pelotão. Afinal, quando o assunto é Perez, algumas coisas não mudam mesmo.
9 Comments
Obrigada Ju pelas informações pois nós aqui do outro lado as vezes visualizamos apenas os resultados dentro da pista sem levar em conta esse extra pista que você nos traz e que certamente é muito importante. Honestamente não acredito em uma dupla Vettel/Rosberg. Acho que vão acabar ficando com o Kimi mesmo e esperar o Riccardo estar livre em 2019.
Boa semana a todos os amigos !
Quem sabe ele não pinta na Renault? Uma vez que Fernando deve permanecer com a McLaren, turbinada com o motor Mercedes…
Sinceramente, não o vejo em um time grande em 2018. Force India e Renault, que promete um carro competitivo em 2018, são suas melhores opções para a próxima temporada.
Mas será que o Hulkenberg aceitaria o Perez como parceiro novamente?
Julianne, vamos começar nossa Silly Season aqui, você que acompanha de perto, pode apontar quais as equipes que tem mais chances de ocorrer mudanças e quais devem permanecer iguais?
Eu suponho que as mudanças devem ocorrer na Renault, Toro Rosso e Sauber.
Não sei como é o contrato do Werhlein com a Mercedes, mas não descartaria uma ida dele para a Renault no lugar do Palmer.
Na Toro Rosso, é complicado, podem tentar persuadir o Sainz JR, a ficar mais um ano com a perspectiva de no próximo ano ir para a equipe principal, mas ele aceitaria ficar mais um ano na equipe satélite? Já o Kvyat até que ponto estariam dispostos a permanecer com ele se os resultados não vem?
Na Sauber a questão é financeira e a vontade dos pilotos de lá permanecerem se aparecer outra coisa (equipe, categoria…)
Não vou explicar o motivo pelo qual acredito que não haverá mudanças nas outras equipes pois ia ficar maior do que já está esse comentário.
Saber escolher as batalhas na vida profissional e pessoal sao o que separam os tontos dos eficientes e mais bem sucedidos. Tem gente que gasta tempo, energia e dinheiro em coisas banais. Outros sao especialistas em poupar energia e recursos nas batalhas que interessam.
Campeoes nos esportes sao especialistas em saber onde meter a colher e brigar. Ocon deu mais uma demonstracao de incrivel maturidade e sabedoria (ou esta muito bem aconselhado) ao nao dividir essa bola murcha. E como tem tanto mind games na F-1 e esportes em geral, o cara ainda consegue adquirir fama de impenetravel.
Como dizem por ai, estamos de olho nesse Ocon
Ocon tão cedo na Ferrari e ainda vindo da academia da Mercedes? Duvido, mais fácil Bottas sair pra Ferrari e o Ocon substituir o Bottas na Mercedes.
Uma pena o Perez ter se queimado dessa forma, um dos pilotos que gosto bastante e seria muito bom ver do que ele é realmente capaz em um grande equipe. Se queimou pq não quis se rebaixado a “segundo piloto” o que é uma besteira na Force India, já que eles não lutam pelo título, como disse o Plow têm-se de saber quais batalhas lutar.
Julianne, podemos dizer que essa confusão também se deu por causa da pouca experiência da Force India em disputar as primeiras posições? Você já tinha escrito alo sobre parar Perez, atacar com Ocon e caso o Ocon não conseguisse, Perez poderia atacar de novo com pneus novos. Não seria exagero colocar uma dose de responsabilidade na Force India…
Abraços pros meninos e beijos pras meninas!
se o Ocon estava tao mais rapido que poderia ate passar o Ricciardo fica a duvida pq ele nao conseguiu passar o Perez ??
Sobre o Perez na Renault, acho difícil.
Acho que pode pintar o Kubika de volta. Parece que ele andou muito bem no teste que fez.
É com esta nova e boa geração, Ocon, Pascal, Sains, o que resta ao Perez é a boa Force Índia.
Ao que parece o Ocon ficou esperando alguma definição da Force India com o Perez. Acabou tentando tardiamente a ultrapassagem em duas ocasiões, onde o Perez se defendeu de forma agressiva, a la Verstappen.
Interessante é que o Perez não esboçou nenhuma defesa de posição quando o Vettel fez a manobra de ultrapassagem para cima dele. Já com o Ocon…
Vamos ver como será daqui para frente…