Lá nos idos de 1975, em uma semana como esta, Graham Hill voltava com outros quatro integrantes de sua equipe, a Embassy Hill, de um teste em Paul Ricard e seguia a caminho de uma festa em Londres sob intensa neblina. Devido à falta de visibilidade, Hill não percebeu que voava muito perto das árvores quando passava por um campo de golfe. Bateu em uma delas e o avião pegou fogo. Nenhum dos cinco sobreviveu.
Foi assim que acabou a trajetória, aos 46 anos, daquele que é o único até hoje a ter conquistado a Tríplice Coroa, além de dois títulos na F-1.
Conhecido pelo estilo empreendedor e desbravador, e pelo ótimo senso de humor, Hill demorou para se tornar piloto. Na verdade, tirou sua carteira de motorista aos 24 anos e dizia que seu primeiro carro, de tão ruim, foi importante para que ele desenvolvesse uma característica importante nas corridas: saber antecipar o que viria adiante.
Seu primeiro esporte, na verdade, foi o remo, algo que permaneceu como sua marca registrada no desenho do capacete, depois copiado pelo filho Damon. As corridas surgiram na sua vida devido ao trabalho na parte mecânica. Cursando a escola técnica, tornou-se aprendiz de engenheiro e chegou a servir à marinha britânica como engenheiro. Já fora da carreira militar, embora tivesse mais interesse em motos, resolveu entrar em uma corrida de F3 e, a partir daí, passou a apostar no automobilismo.
Na Lotus, contudo, começou como mecânico, mas logo tornou-se piloto, estreando na F1 no GP de Mônaco de 1958. O Principado, inclusive, seria como uma segunda casa para Hill, vencedor por 5 vezes em Monte Carlo e conhecido como o Mr. Mônaco. Sempre foi tido mais como um piloto que trabalhava duro do que um virtuoso.
O britânico trocaria a Lotus pela BRM e seria campeão com o time em 62, mas voltaria ainda na década de 1960, dominada pelo outro piloto do time, Jim Clark. Após a morte do escocês, no início de 68, coube a Hill desenvolver o Lotus 49 e chegar ao segundo título.
Os bons tempos, contudo, não durariam muito. No GP da Espanha de 1969, Hill sofreu grave acidente e quebrou as pernas. A partir dali, não teve mais resultados muito expressivos na F-1, ainda que tenha conquistado a vitória nas 24h de Le Mans em 1972. As 500 Milhas de Indianápolis, por sua vez, ele tinha vencido em 66, em época que ficou conhecida como a invasão britânica pela quantidade de pilotos do país que se espalhava pelas vitórias também fora da Europa.
Apesar de ter começado na F-1 relativamente tarde, já perto dos 30 anos, Hill teve a carreira mais longa de sua geração: a marca de 176 GPs disputados só seria batida nos anos 1980, já com mais corridas no calendário e a família Hill foi a primeira a ter dois campeões do mundo.
7 Comments
… e junto com ele se foi também Tony Brise, uma jovem promessa britânica daquela geração de pilotos da década de 70, que vinha impressionando nos primeiros contatos com o Lolla Hill…
Estou sentindo falta do Drops da Ju no YouTube.
Nico Rosberg também é campeão, filho do também campeão de 1982, Keke Rosberg.
Sendo assim, não é a única família com 2 campeões.
A Familia Rosberg também não teria dois campeões?
Bruno, no post ela comenta que a família Hill foi a primeira a ter dois campeões, não fala que foi a única.
É verdade… essa marca da família Hill foi só até 2006… mas de qualquer forma o feito é gigante…
O acidente em que partiu as pernas foi no GP Estados Unidos, em Watkins Glen.