As Red Bul largam na frente, mas o foco está mais atrás. Os repórteres da La Sexta e da BBC informam que Alonso teve problemas nas simulações de largada antes de alinhar no grid e todos estão com um pé atrás em relação à estratégia de Button largar com pneu duro. “Vamos ver se funciona. Teremos que ser pacientes e esperar a 2ª parte da corrida”, avisa o comentarista inglês Martin Brundle. “Nós na Ferrari achamos que é suicídio. Só funcionaria se chovesse”, aponta Marc Gené, piloto de testes dos italianos e comentarista espanhol.
Na Globo, Galvão Bueno e Reginaldo Leme fazem um balanço do começo de domingo dos brasileiros. “Rubinho é o brasileiro mais bem colocado, o que mostra a evolução dele e da Williams. Massa foi atrapalhado por Kubica no treino e Lucas bateu depois que o carro saiu pro lado contrário. Estranhíssimo.” Na explicação do acidente de Di Grassi, a famosa 130R vira R130 e promete uma longa madrugada.
Não tanto para Massa, que erra e bate na 1ª curva, assim como Petrov. “Culpa dos dois. Vitaly virou antes de ter passado a Williams e Massa… que confusão!”, opina Brundle. “Ele tentou passar pela grama, que deve estar escorregadia. Tomara que não o penalizem”, concorda Gené. Por aqui, além da insistência em isentar Felipe, Schumacher ainda leva a culpa – “é a 2ª vez que ele joga o Felipe pra fora da pista nesse ano” – mesmo que o alemão em questão seja Rosberg. “A maré num tá boa, o melhor pro Felipe é que o ano termine”, diz Galvão. “Lambança”, mesmo, só de Petrov, para Reginaldo.
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O interessante é que Gené, que participa das reuniões da Ferrari e deve saber do que está falando, deixou subentendido que Massa largara com os pneus duros para atrapalhar a janela de paradas da Red Bull. Para isso, precisaria manter-se a 20s dos líderes.
Lá na frente, a pequena chance de não termos uma dobradinha se esvai com o abandono de Kubica. Sorte de Alonso, para Galvão – “ele guia com dois no cockpit, ele e a sorte”. “Ato de magia” para que os cinco candidatos estejam enfileirados para Antonio Lobato, narrador da La Sexta. Azar o nosso, para a BBC, pois “o papel de Robert seria um complicador importante na corrida”.
A emissora inglesa aponta que “a McLaren errada está na frente”, com Button adiante, mas não espera que haja troca de posições. “Pelos tempos, não dá para justificar que Lewis está mais rápido que Jenson”, diz Brundle. Estão confiantes de que a estratégia funcionará. “Ele está na luta pelo pódio.” “Acho que o Button logo vai deixar passar. Não porque é o Hamilton, mas pela estratégia”, a visão de Reginaldo que insiste até a parada do campeão de 2008, é bem diferente. “Já demorou pra McLaren inverter posições. Sabemos que há preferência pelo Hamilton, até quando dividia equipe com o Alonso”.
O comentarista da Globo vê a mesma situação na Red Bull. “O problema é que, se a Red Bull tiver chance, vai ajudar Vettel”. No GP do Japão, foi o alemão que se ajudou, mesmo que os espanhóis vissem uma aproximação de Alonso. A briga do bicampeão seria com as Red Bull, e de Button com Hamilton. Sem perceber que a queda no ritmo de Vettel e Webber devia-se à tentativa de que a presença de Button, que ainda não havia parado, não os afetasse, Gené suspeita de um problema mecânico. Reginaldo, de turbulência, mesmo com 2,5s de distância.
Os espanhóis se atrapalham com os cálculos para a parada de Button: “voltaria em 6º e corre o risco de perder posição para Kobayashi”. Na verdade, voltou em 5º e jamais ficaria atrás do japonês, que estava na mesma estratégia que ele. Na BBC, logo veem que a 4ª posição é de Hamilton e que o fato dos pneus macios terem durado acabou com a tarde de Jenson. Na La Sexta, Gené e Lobato não cansam de valorizar o ritmo de corrida de Alonso frente aos Red Bull. “Se alguém me dissesse essa manhã que estaríamos a 2,5s de Webber, não acreditaria. Sabemos que nosso ritmo é bom, mas não para recortar os 0.6s que tínhamos no treino”, surpreende-se Gené. “Não cansamos de falar do milagre que estamos vendo aqui”, completa Lobato. Lógico que, na La Sexta, a possibilidade desse não ser o real ritmo dos Red Bull não existe, mas mesmo na Globo o ritmo do espanhol surpreende. “O que ele faz nas corridas é impressionante”.
A exaltação logo passa a preocupação quando, na volta de um dos comerciais, Lobato anuncia “uma má notícia”: “Hamilton está se aproximando.” Mas as McLaren não lutavam apenas entre elas?
Na BBC, levantam a hipótese de que a McLaren não para Button para que ele não lute com Hamilton nas últimas voltas, enquanto na La Sexta, é outro aparente jogo de equipe que desconcerta o narrador, quando Kobayashi passa Heidfeld facilmente. “Foi o mesmo que aconteceu na Hungria, quando falaram para um certo alguém que este não poderia passar outro certo alguém”, e completa, ainda ressentido da ‘perda’ de De la Rosa. “O Kobayashi ultrapassa porque os outros abrem com medo que ele bata.” Reginaldo Leme segue na mesma linha. “Pelo tanto que já bateu, tá no lucro”. Na Inglaterra, foi considerado o nome da prova. “Continue assim, não mude”, lhe pedia Eddie Jordan em entrevista após a bandeirada.
Depois de pouquíssimas voltas nos treinos livres e uma troca de câmbio, o lucrativo 4º lugar de Hamilton vira uma luta para completar a prova quando o inglês berra pelo rádio “perdi a 3ª marcha!” e ouve do engenheiro “ok, estamos olhando”. “Pode olhar o que quiser, não dá pra fazer nada do box”, Gené comemora. Assim como Brundle, acha que Lewis terá muita dificuldade. “São duas curvas aqui feitas em 3ª, mas ele vai perder também na reaceleração e corre o risco de perder outras marchas.” É o mesmo diagnóstico do companheiro inglês: “ele vai ficar exposto principalmente no hairpin”. Não coincidentemente, foi onde Button o passou. Mas não é o que Reginaldo imagina. “Perder a 3ª não é tão ruim aqui, não tem nenhuma curva de 3ª, é só uma marcha de passagem. Os tempos dele caíram demais.”
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Nas voltas finais, o acidente de Rosberg – na Globo, mais uma vez acusam Schumacher – faz com que Kovalainen consiga o que o repórter da BBC Ted Kravitz chama de “mágica” 12ª posição para a Lotus, que vai firme para a conquista do rentável 10º lugar entre os construtores. E Brundle comemora a volta mais rápida de Webber. “Ele sabe o quanto isso significa para o Vettel.” O ‘Webbercentrismo’ britânico continua com a avaliação do resultado da prova: “Mark sai daqui feliz porque aumentou sua liderança”, ignorando o crescimento de Sebastian. Já o ‘Alonsocentrismo’ espanhol anda confuso: “é bom e ruim que Vettel esteja perto, porque é outro com carro forte e porque pode brigar com Mark”. No Brasil, não há nada a ‘centrar’. Resta resgatar as histórias de Senna em Suzuka e sonhar por madrugadas melhores.
11 Comments
Aguardo com ansiedade por esses seus posts sobre as coberturas dos GPs Julianne. Parabéns novamente.
Galvão Bueno:
“Vamo rever a largada, olha lá o Petrov foi pra cima do Felipe, aí o Felipe vai “mergulhar” pra cima do carro que largou imediatamente a frente dele, na décima posição,foi pra cima do carro do…..Schumacher, QUE JOGOU ELE PARA O LADO, tocou, ele veio para dentro e bate…e bate forte com Liuzzi! Vamos ver de novo, o Petrov bate por ali com Hukemberg, o Felipe Massa com o Schumacher…O SCHUMACHER FECHA A PORTA EM CIMA DO FELIPE!!! O SCHUMACHER PELA SEGUNDA VEZ NO ANO(???)JOGA O FELIPE PRA FORA DA PISTA!!! Vamo rever de novo(hilário), OLHA LÁ SCHUMACHER JOGANDO O FELIPE PRA FORA NA GRAMA, olha só Reginaldo o momento que o Schumacher coloca o Felipe na grama, NÃO FOI NEM TANTO QUE JOGOU O FELIPE PRA FORA, ELE SIMPLEMENTE(???? Ué)…O FELIPE FICOU SEM CAMINHO PARA PASSAR(ele errou né Galvão).”
O que impressiona é a convicção do jumento narrador, baita capacetão amarelo na frente do Massa e ele não viu (no replay) que era o Rosberg!
14 minutos depois…
“Fica a correção Reginaldo, não foi o Schumacher e sim o Rosberg” kkkkkkkkkkkkkkkkkk Chupa Galvão!!!
O Jumento Bueno adora destaca erros dos outros, mas e os erros dele no microfone? Faz cada besteira! Coitado do Rosberg, mais um que entra pra lista NEGRA do patético narrador! Felipe ficou sem caminho porque foi AFOBADO, não tinha mais como ultrapassar o Nico, a curva já era do Rosberg, quando “puxou” pra direita sobrou a grama. Primeira volta e o Massa dá uma pixotada dessa, e justo quando o Montezemollo pede empenho! E se for reparar, na outra vez que o Massa foi passar o Schumacher, o Felipe também foi AFOBADO (estava tentando se recuperar na corrida, estava com pneus moles novos, era muito mais rápido que Schumacher, passar era questão de tempo, era só ter paciência como fez Kubica em CIN e Kobayashi no JPN, foram precisos fizeram várias ultrapassagens), mas o Felipe se atrapalhou com o pequeno movimento do Schumacher a frente, acabou danificando o bico no guard-rail. Como SEMPRE é mais fácil culpa alguém, no caso o alemão! Quem tem que ficar esperto é quem esta atrás o que esta a frente esta disputando a posição, nunca vai facilitar…Schumacher e Rosberg nem advertidos foram quando disputavam posições com Massa, não tiveram culpa nenhuma, vacilo do Massa 2 X, paciência.
“A maré num tá boa, o melhor pro Felipe é que o ano termine”, diz Galvão. hehehe
A maré não esta boa a anos Galvão, o Brasil na F1 vai para 19 anos sem um único título…
Não é novidade que o forte do Felipe não é ultrapassar (MAL-07, NUR-07, JAP-08 são alguns exemplos que passam pela cabeça), mas tudo faz parte das distorções que ajudaram os brasileiros a se decepcionarem tanto com ele nesse ano.
Posts muito legais – o seu e o do Mac. Eu não vi a corrida, mas vcs me ajudaram na ‘localização’ do campeonato e, especialmente, dei muito risada com o jumento!! Dá raiva, mas é tão divertido… rss
Mac, vamos agradecer a maravilhosa “Mariana Becker”, pois se não fosse a entrevista do “FelipeMePassa”, o “Galvão” iria permanecer no erro até o final do GP.
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O problema do Galvão, é que ele é Torcedor e Narrador ao mesmo tempo. Isso não pode, é chato, é ridículo.
Quer torcer?! Que faça isso em casa, deitado no sofá, não em uma transmissão!
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“é só uma marcha de passagem”
Ah, sim, claro, claro… Que mal há em perder uma marcha?!
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Para o Alonso é ruim o Vettel estar nesse crescimento. Bom, seria ele ter que brigar apenas contra o Webber.
A única coisa boa que vejo para o Alonso, são os 14 pontos de diferença.
* Vai, Alonso! Peça passagem ao “FelipeMePassa”, talvez este o ajude. *
galvão e lobato poderiam dar as mãos. Também queria um emprego desse: torcedora oficial.
essa da marcha foi forte, mas acho que tem a ver com o fato de ser o Hamilton. Adoram pegar no pé dele. O Burti faz falta…
O massa tem sido um ótimo escudeiro da Red Bull. Dá gosto de ver.
Esse “Lobato” não é aquele que a cada 10 segundos cita o nome do Alonso, é? (Muito hilário!)
OBS: É que certa vez, eu tive que assistir a F1 com um narrador Espanhol. Não sei o nome dele. Pode responder essa?
Coitado do Massa, não serve nem pra ser escudeiro.
Bom, comentam que é “corpo mole”, dizem que ele está fazendo isso de propósito, pois está irritado com a atitude da Ferrari no GP da Alemanha. (Veja até que ponto chega as “Massetes”.) Depois é o Rafael que é chato, fica só pegando no pé do Massa.
O Alonso deve ‘tá’ ‘loko’ com ele, rs
Ô, faster, diga-me uma coisa…
Estou vendo várias pessoas comentarem que a ascensão de Vettel é favorável ao Alonso.
Eu sou de opinião contrária. (Estou vendo coisas?! Será?!)
Att.
‘Webbercentrismo’ britânico….
‘Alonsocentrismo’ espanhol…..
É o “naciocentrismo” da mídia construindo sua “comunidade imaginada”, à la Benedict Anderson.
Boa sacada!
Parabéns 🙂
E não é “privilégio” nosso…
Obrigada!
São 3 as TVs espanholas que transmitem a F1 (uma nacional, a La Sexta, outra catalã, a TV3, e outra valenciana, acho que chama C9). Cada um transmite na sua língua! Então, se era espanhol mesmo, era o Lobato. Berrando desde antes da largada!
Já vi essa história de corpo mole. Se for, não é muito esperto da parte dele, não? Você faria corpo mole no seu emprego pra ter uma promoção?
O Vettel chegar seria bom porque obriga o Webber a arriscar um pouco, mas longe de fazer do Alonso um favorito. Tem gente que acha que o piloto conta muito mais do que de fato acontece. Tem o melhor carro, não faz besteira, ganha. É isso. Na minha cabeça, o Webber só não ganha se ele voltar ao normal…rsrs
Então era ele mesmo.
(O “nosso” Galvão perde em “patriotismo”)