Enquanto Lewis Hamilton teve um início e vem tendo um final de temporada fortes, Rosberg cresceu no meio do ano, chegando a ter 29 pontos de vantagem. Marcada por grandes disputas diretas por posição e controvérsia nos bastidores, a briga dos dois tem um capítulo final em Abu Dhabi, neste final de semana. Mas como os rivais chegaram até os 17 pontos que os separam hoje? Confira como foi o ano GP a GP:
GP da Austrália
A temporada parecia que começara tranquila para Hamilton. Parecia. Um problema com o motor tirou o inglês da corrida logo nas primeiras voltas, deixando o caminho livre para Rosberg, que largara em terceiro, conquistar uma vitória fácil, com 26s7 de vantagem para o segundo colocado, indicando que seria um ano de passeio da Mercedes.
GP da Malásia
Sem maiores problemas de equipamento, a Mercedes fez sua primeira dobradinha da temporada, desta vez com Hamilton vencendo, sem dar chances a Rosberg, que novamente viu o companheiro fazer a pole e largou em terceiro. O alemão superou Vettel logo nos primeiros metros, mas não foi páreo para Lewis.
GP do Bahrein
O grande duelo da temporada aconteceu na terceira etapa: em três fases da prova, Hamilton e Rosberg duelaram roda a roda. Na largada, o inglês superou o alemão, que fizera a pole. Na volta 19, Rosberg chegou a tomar a liderança, mas levou o troco. E, na volta 52, já no final da disputa e usando pneus de compostos diferentes, em uma tentativa da Mercedes de dar chances a Rosberg, os dois novamente ficaram lado a lado, mas Hamilton se defendeu dos ataques e venceu a segunda.
GP da China
Seria a dobradinha com a maior diferença nos duelos entre Hamilton e Rosberg na temporada: 18s. O alemão teve de abrir caminho no pelotão depois de se classificar apenas em quarto, enquanto o inglês teve uma das provas mais fáceis do ano.
GP da Espanha
O cenário do Bahrein se repetiu na quinta etapa do campeonato: Hamilton largando na ponta e Rosberg alterando a ordem dos compostos para atacar nas voltas finais. Desta vez, os dois cruzaram a linha de chegada com apenas 0s6 de diferença.
GP de Mônaco
A primeira grande controvérsia da temporada. Com a pole provisória, Rosberg errou sua volta final e parou seu carro na área de escape, impedindo que Hamilton tentasse roubar-lhe o melhor tempo, devido às bandeiras amarelas que foram agitadas no local. Na corrida, o alemão controlou o ritmo de ponta a ponta, enquanto o inglês chegou a perder rendimento na parte final e a reclamar de um problema no olho, mas conseguiu se manter em segundo.
GP do Canadá
Rosberg conquistou sua terceira pole do ano ao ver Hamilton errar a última chicane na classificação. Na corrida, o alemão vinha na frente até o inglês o superar depois da segunda rodada de pit stops. Na mesma volta, Hamilton começou a sofrer com os freios e teve de abandonar. Rosberg, contudo, também tinha problemas (no seu caso, no MGU-K, gerador de energia cinética) e diminuiu o ritmo, abrindo o caminho para a primeira vitória de Daniel Ricciardo.
GP da Áustria
Após mais uma falha na classificação, Hamilton largou apenas em nono na Áustria e teve de se recuperar para chegar em segundo, atrás de Rosberg, que largou em terceiro e superou as Williams para vencer pela terceira vez na temporada. Hamilton chegou a esboçar uma pressão em cima do companheiro nas voltas finais, mas terminou 1s9 atrás.
GP da Grã-Bretanha
Hamilton erraria na classificação novamente em sua prova caseira, ao abandonar a última tentativa em uma pista que estava secando, mas se aproveitaria do abandono de Rosberg, com problemas de câmbio. Dali em diante, o caminho do inglês seria tranquilo: Lewis venceu com mais de 30s de vantagem para o segundo colocado, Valtteri Bottas,
GP da Alemanha
A maré ruim dos sábados de Hamilton continuaria na 10ª etapa do campeonato, mas desta vez foi uma quebra nos freios que surpreendeu o inglês, que largou em 15º. O inglês se recuperou no domingo e terminou em terceiro, enquanto Rosberg teve sua vitória mais fácil do ano.
GP da Hungria
Desta vez foi um incêndio no motor que acabou com o sábado de Hamilton, que desta vez largou do pitlane. Rosberg, por sua vez, largou da pole, mas foi pego de surpresa por um Safety Car que complicou sua estratégia. Os rivais acabaram se encontrando na pista, com táticas diferentes, e Hamilton não atendeu às ordens para facilitar a vida do companheiro. A defesa foi fundamental para que o inglês se mantivesse na frente do alemão no final da prova, chegando em terceiro.
GP da Bélgica
Spa foi palco do segundo momento de grande controvérsia da temporada, quando, logo no início da prova, Rosberg arriscou uma manobra para cima de Hamilton, que havia superado-o na largada, e bateu sua asa dianteira contra o pneu traseiro esquerdo do companheiro. O carro de Hamilton ficou comprometido e o inglês acabou abandonando, enquanto o alemão trocou a asa e, ainda assim, foi segundo. A manobra foi classificada como “inaceitável” pelos chefes da Mercedes. Após a prova, Lewis afirmou que, na reunião da equipe, Nico dera a entender que não fizera nada para evitar o toque, conduta pela qual sofreu uma punição da equipe, que nunca ficou clara.
GP da Itália
Hamilton fez, em Monza, sua primeira pole desde maio, mas perdeu a ponta após uma largada ruim. Rosberg, contudo, não conseguiu capitalizar: depois de dois erros na freada da primeira chicane, acabou sendo ultrapassado por Hamilton, que venceu a prova. Seria a primeira das cinco vitórias seguidas do inglês.
GP de Cingapura
Novamente pole, Hamilton viu Rosberg ter problemas elétricos antes mesmo da largada, abandonando a prova em definitivo na volta 15. Restou ao inglês passear pelas ruas de Marina Bay e retomar a liderança do campeonato após quatro meses.
GP do Japão
Rosberg largou na frente no GP do Japão, mas não conseguiu manter a ponta sob condições de pista difíceis devido à chuva. Sofrendo com os pneus, o alemão não segurou Hamilton, que o ultrapassou, por fora, na primeira curva e venceu a prova, marcada pelo sério acidente de Jules Bianchi.
GP da Rússia
Hamilton foi absoluto na estreia da Rússia no calendário, mas teve a ajuda do companheiro para vencer com tranquilidade: Rosberg viu a oportunidade de superar o inglês logo na segunda curva da primeira volta, mas julgou mal a freada e acabou destruindo seu pneu, sendo obrigado a um pit stop não programado. Nico conseguiu se recuperar, mas foi apenas segundo.
GP dos Estados Unidos
Em um repeteco do GP do Japão, Rosberg fez a pole em Austin, mas não teve armas para lutar com Hamilton na corrida, sendo ultrapassado no decorrer da prova. Os 24 pontos foram a maior vantagem que Lewis atingiu até agora no campeonato.
GP do Brasil
Rosberg cresceu no momento certo em Interlagos, após ver Hamilton dominar todos os treinos, e fez a pole. Na corrida, controlou bem e seu ritmo. Logo após sua segunda parada, viu a liderança ameaçada por Lewis, que tentava andar rápido antes de parar a fim de voltar na frente, mas o inglês errou e acabou terminando em segundo.
18 Comments
fazer o que esse grandíssimo piloto fez nessa temporada, buscar resultado adverso e muitas vezes injusto, devido acontecimentos de força maior. pra mim o titulo já é seu, independente do resultado obtido no domingo. quantas vezes não acordei na madrugada pra ver show dessa cara “Liws Hamilton” e via ele liderando a corrida na época da McLaren e tinha que abandonar a prova devido a problema no motor, simplesmente desligava a TV, por que ele sempre trazia emoções as corridas. não tinha paciência para ver piloto burocrático. Liws é fantástico, penso que é o melhor piloto, desde 2007. tenho uma corrida dele na memoria só não sei qual o GP, apenas lembranças na minha mente, pista toda alagada e ele fez a filha andar passando todo mundo na pista. aquilo foi incrível e como está sendo o ano de 2014. espero que ele seja campeão. até o revoltado do narrador nacional acabou admitindo na transmissão, no GP de interlagos nas sua palavras “ele é um piloto fantástico”. logo, quem tem talento não adianta desmerecimento por que sempre se faz calar a boca de quem diz o contrario. sem mais.
Hamilton é na minha opinião quem tem maior talento natural nesse grid atual. Mas discordo de você quando diz que ele é o melhor piloto desde 2007, é, sem dúvida, o meu preferido desde essa época pelo seu arrojo e velocidade. Mas o melhor (no sentido de maximizar os resultados, ser surpreendentemente constante na sua performance, ter boa leitura da corrida), na minha opinião, é o Fernando Alonso.
Flavio, respeito sua opinião, e digo Fernando Alonso é um grande piloto. Mas não considero melhor piloto pelo simples motivo, não aceita disputa com o companheiro de equipe. perdeu um campeonato por que não teve competência de ultrapassar o russo. ele é o melhor na politicagem, ganha disparado.
Maravilha de resumo Julianne. Fiz um gráfico no excel com a evolução da pontuação entre os dois, ficou bacana, pena que não dá para postar.
Manda por e-mail cara pálida. vai ver e a Ju posta junto.
E sim mesmo, Belo resumo. Não agrego nada para não ser chato.
não tenho email da Ju, mandei para o email contato@totalrace.com.br
Recebido, obrigado!
Uma disputa muito equilibrada,das melhores que ja houve entre companheiros de equipe e que foi ao contrario do que se esperava, ja que o Rosberg dominou as classificações e o Hamilton foi mais eficiente nas corridas. A esperança do alemão é que o Hamilton ´amarelão ´ das decisões de 2007 e 2008 reapareça em Abu Dabhi, vamos ver.
hahahahahaha, Falou tudo Mauricio. E 2008 foi o ano das grandes c@gad@s, hahahaha, e mesmo assim um dos dois levou. Eu tive fazendo uma lista das do Lassanha, e foram demais, mas antes de coroar ele, decidi procurar as de Hamilton, e o nego levou o premio da maior, hahahaha, quando fez um “strike” na saida do box do Canada. Antologico!!
Dele se pode tudo esperar. O toto há dias que não durme bem, hahahaha
Bruz, não se esqueça daquela antológica ultrapassagem que Lewis fez na pista encharcada em SPA em cima de Kimi (2008), que está procurando por ele até hoje! Pôxa, Bruz, esse é o tipo de pilotagem que você gosta de ver, feita na base da audácia, do oportunismo, sem ramerrames, por isso às vezes não compreendo como você “malha” tanto Hamilton. E ainda tiraram a vitória dele no tapetão e deram-na pro Massa, tsc, tsc. , hahaha. . .
Você já viu o novo Gymkhana 7 do Ken Block? Foi lançado anteontem. Entre lá no Youtube. Procure também os vídeos do B. J. Baldwin, campeão do Baja Bug e da turma do Ken Block. São sugestões para a entressafra.
Bruz,em interlagos o Hamilton ja deu uma ´previa ´do que pode vim por ai com aquela trapalhada dele no final da reta oposta,tentando algo desnecessario e arriscado naquela altura da prova.
O que é interessante é que Hamilton teve 6 classificações seguidas(Monaco até Hungria) prejudicadas. 2 por falha dele, 3 por problemas no carro(o que gerou teorias da conspiração) e uma suspeita aonde ele não pode fazer a última volta rápida pelo estranho acidente de Rosberg(que também deu muito o que falar). Inclusive foi depois do episódio de Monaco, aonde ele ficou visivelmente irritado, que ele falhou na classificação no Canada, o que pra mim teve um componente emocional. E mesmo assim chega na última corrida com enormes chances de ser campeão. Se nada de anormal acontecer, ele fica no mínimo em segundo dada a incrível superioridade da Mercedes sobre as demais, um dos maiores domínios da história(11 dobradinhas, até aqui, nas chegadas já é recorde na F-1). Não fosse alguns episódios misteriosos ocorridos de Monaco até a Hungria, e arrisco dizer que o campeonato já estaria liquidado, mesmo com pontuação dobrada na última corrida.
Não tenho a menor dúvida, Tramarim.
Aucam, uma vez voce disse que piloto bom é o que chega chegando. Concordo e acrescento, piloto bom mostra suas credenciais desde o ovo. Você sabe o quanto eu admiro Vettel e Hamilton, tanto em técnica como em arrojo. Pra mim ambos são excelentes nesses quesitos. Pois veja um duelo desses então “diamantes brutos” pela F-3 Europeia em 2005:
http://www.youtube.com/watch?v=kDkK8a4jHZ8
Tramarim, eu já tinha visto esse impressionante duelo entre Lewis e SebVet (Lewis acabou vencendo aquela corrida e aquele campeonato). Mas grato pela postagem, pois talvez muita gente desconheça isso. De notar, inclusive, que foi travado em pista úmida/molhada, evidenciando o quanto ambos são completos, são excelentes tanto no seco como molhado e por muitíssimas vezes já provaram isso. Sei sim que você aprecia a excepcional tocada de ambos, da mesma maneira que eu. Eu continuo fazendo o mesmíssimo excelente conceito que sempre fiz de Vettel, não obstante o mau ano que ele teve, e só posso debitar boa parte disso a aspectos psicológicos que eu já tive oportunidade de expor aqui em ocasiões anteriores (na entressafra, se Julianne pautar esse assunto, voltarei a falar disso). Pilotos são humanos e TODOS têm seus altos e baixos (vide até o alienígena Marc Márquez, batido 4 vezes esse ano, em uma temporada na qual à certa altura eu pensei que fosse ganhar todas!). Também se precisa considerar no caso de Vettel a inacreditável quantidade problemas técnicos que o afligiram. Mas, pelo menos para mim (e muitíssima gente) sua habilidade natural e sua genialidade como piloto permanecem intactas. Seu impressionante retrospecto – não apenas em números, mas em maestria e frieza em momentos decisivos – é a melhor prova disso.
Quanto à excelência de pilotos que chegam chegando, a história da F 1 está cheia de exemplos desses vencedores e assim de cabeça me lembro:
Jackie Stewart – 6º colocado em seu primeiro GP (muitos especialistas à época chegaram a afirmar que ele só não dominou Clark devido ao desgaste excessivos dos pneus de seu carro);
Ronnie Peterson – vice-campeão mundial em seu segundo ano na F 1, com uma March que Niki Lauda atestou para um boaquiaberto Robin Herd ser simplesmente inguiável:
Alan Prost – também 6º colocado em sua prova de estréia na F 1
Emerson Fittipaldi – que conseguiu vencer já na 5ª corrida que fez na F 1;
John Surtees – que tendo trocado aos 26 anos as duas pelas quatro rodas conseguiu uma segunda colocação em sua segunda corrida na F 1 e uma pole na terceira;
Michael Schumacher – 7º colocado no primeiro treino de classificação para um GP com uma, digamos assim, sedentária Jordan;
Mika Hakkinen – que botou tempo em cima de Ayrton Senna
Jacky Ickx (apesar de não ter ganho um título, e ter tido uma carreira muito controvertida, era o Rei da Chuva e osso duro de roer em seu auge, pois era velocíssimo). Ickx, nos tempos mais românticos em que a Fórmula 2 chegou a correr misturada com a Fórmula 1 em algumas provas, chegou a classificar seu Matra de Fórmula 2 em terceiro lugar no grid de largada num GP em Nurburgring, atrás apenas dos Fórmula 1 de Hulme e Clark, a despeito da diferença de potência entre as duas categorias! Mas a F 2 era obrigada a largar atrás da F 1, por isso Ickx começou a corrida atrás do pelotão da F 1, porém em 4 voltas apenas alcançou o quinto lugar na prova, após ultrapassar 12 (!) carros, sendo obrigado a abandonar após correr 12 voltas com a suspensão dianteira quebrada, mas estabeleceu a volta mais rápida da prova entre todos os F 2 que alinharam. Lembro das revistas na época noticiando que “papai Ickx” foi avisado por vários jornalistas para tentar sinalizar para Jacky abrandar seu ritmo, se não quisesse “perder seu rebento”, rsrsr. . . Ickx foi um dos mais duros contendores de Jochen Rindt, Emerson Fittipaldi e Stewart naquela época. Ickx me impressionava muito;
Stefan Bellof – que, mesmo largando em 20º e último lugar em Mônaco em 1984, quase vence a prova debaixo de um dilúvio, pois vinha em terceiro “descontando” em cima de Ayrton Senna, cujo carro começava a apresentar problemas. A prova, ironicamente, foi encerrada por Ickx, O Rei da Chuva, beneficiando Prost, numa decisão sobre a qual até hoje perduram as polêmicas. Bellof foi para mim o verdadeiro Primeiro Rei Alemão nessa F 1 mais moderna (excetuando aquela fase mais arcaica, onde Von Trips pontificava).
Ayrton Senna, Nelsão Piquet, Gilles Villeneuve e tantos outros são exemplos disso, de chegar chegando, também, e que honraram seu perfil vencedor.
O contrário é mais difícil, e também assim de cabeça só lembro de Lauda (que passou alguns poucos anos escondido na BRM), de Button e agora de Ricciardo, que vivia sob a identidade secreta de Clark Kent na HRT e na Toro Rosso e se transformou no SUPERMAN na Red Bull!
Correções: boquiaberto e
Ickx começou a corrida atrás do pelotão da F 1, porém em 4 voltas apenas alcançou o quinto lugar na prova, após ultrapassar 12 (!) carros de F 1,
Obrigado por nos dar esse retrospecto aucam! Sobre o Ricciardo, é bem isso mesmo. Parece que se transformou outro piloto nesse ano!
Desculpe, mas no brasil o hamilton não dominou todos os treinos, na verdade foi o rosberg que fez isso…..