Q3 em Monza
O quão patético foi ver carros de Fórmula 1 andando como se estivessem na Marginal Tietê às 19h, justamente na pista que é conhecida como o templo da velocidade? Uma coisa é explicar para o fã do esporte que ninguém queria ficar sem o vácuo, mais poderoso neste ano devido à novas dimensões das asas traseiras. Mas, fala sério, o quão chato é explicar isso? Pelo menos serviu para alguns bons memes…
Estratégia da Ferrari
Foram vários momentos, no mínimo, confusos. Tendo um carro (motor) muito forte na classificação, mas sem ritmo para ganhar aos domingos na grande maioria das provas, a Ferrari teve que arriscar na estratégia, e correr mais riscos. Mas algumas decisões foram difíceis de explicar, como colocar pneus médios nos pilotos num dia frio na classificação em Baku ou as diversas vezes que eles ficaram mudando do plano A para o plano Z, sem a mínima firmeza.
Vettel no centro das atenções
“Foram duas vitórias”, dizia Sebastian Vettel ao fazer sua retrospectiva de 2019. Ele se referia, claro, ao GP do Canadá, um momento errado para a Fórmula 1 resolver ser dura ao impor as regras. Outro ponto baixo do campeonato em que o alemão – desta vez, por sua própria culpa – foi a maneira bizarra como ele encheu a traseira de Max Verstappen durante o GP da Inglaterra. E ainda ficou bravo com o Max! Teve também a manobra questionável do Brasil, a rodada sozinho na Itália, a tática João sem braço da Rússia. A lista não foi pequena para ele.
Perdas
Já contei aqui que meu ano começou com eu chegando na sala de imprensa na Austrália e ouvindo “Charlie morreu”. Depois foi Niki, depois Hubert. Não sei se é possível notar isso do lado de fora, mas a Fórmula 1 é uma comunidade muito pequena. Essas perdas afetam a todos porque, mesmo se não é algum conhecido seu, alguém do seu lado está sofrendo. E a partida destes três, depois de tudo o que foi dito sobre eles por quem os conhecia melhor, deixa lições importantes: tratar todos com igualdade e honestidade.
O pior dos bastidores: sala de imprensa na Alemanha
Vocês podem falar ‘ah, lá vai ela reclamar de trabalhar cobrindo F1 na Europa’, mas ficar o dia todo numa tenda provisória sem ar condicionado com mais de 40 graus do lado de fora, sem água (só tinha água com gás muito pesada, para pegar água natural eu tinha que ir na McLaren encher minha garrafa) e só com alguns lanchinhos sem vergonha e linguiça para comer foi dose. A estrutura em Hockenheim andava bem descuidada nos últimos anos e é uma prova que não vai fazer falta nesse sentido.
Sim, foi a corrida mais maluca do ano, mas isso fica para o próximo post.
4 Comments
Que eu me lembre o Vettel se descupou com o Verstappen depois da batida em Silverstone
Na hora ele reclamou. Escrevi isso logo depois de ver os melhores onboards do ano!
Ju, aproveitando o gancho sobre a qualidade os bastidores, como você classifica os bastidores de Interlagos no tocante à infraestrutura para imprensa e equipes?
Acho que São Paulo oferece uma estrutura no mesmo nível das corridas europeias (tirando Silverstone que vejo como um passo adiante depois da reforma, e de Monza), mas o que as equipes nos oferecem nestas etapas também é muito melhor. Ou seja, é esperado mais da sala de imprensa nas chamadas flyaways do que na Europa