Dá para dizer que o palco do GP da Áustria é o irmão caipira de Interlagos. Eu explico. São pistas que guardam várias semelhanças. São fluidas, mas com freadas fortes, com sobes e desces, curtas, com altitude semelhante. E, não coincidentemente, são as melhores pistas para se ter uma sprint. Mas uma fica no meio de uma metrópole, e outra no meio do nada.
São poucas curvas, só uma delas mais lenta, dois um três pontos de freada mais fortes. Mas a questão da altitude e as zebras altas já causaram muita dor de cabeça para pilotos e equipes.
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Além disso, as curvas que começam abertas e depois vão se fechando, em descida, cheias de cambagem, que ajudam os carros a saírem de frente, já causaram muito problema para a direção de pista e para os comissários. Isso sem falar nos limites de pista.
Qual é o melhor acerto para a pista da Áustria
Com curvas de média velocidade e retas curtas, o Red Bull Ring é um circuito em que os carros são configurados com média carga aerodinâmica. Então carros cujo assoalho e difusor são mais eficientes podem usar menos asa para ganhar nas retas e, ainda assim, não serão penalizados.
Durante o GP, os carros e freios precisam de mais refrigeração, já que o circuito fica a 700m do nível do mar. Isso não é muito, mas é o suficiente para afetar o funcionamento dos carros da F1. Principalmente das unidades de potência, obrigando os turbos a trabalharem mais. Nos últimos anos, a Mercedes sofreu mais com isso do que a Honda.
Além disso, o asfalto é outro ponto importante: a superfície no Red Bull Ring é bastante lisa. Desta maneira, pode ser difícil colocar energia nos pneus, principalmente, nos dianteiros. Por outro lado, se estiver quente, as retas são curtas demais para diminuir a temperatura dos pneus.
Então pode ser difícil equilibrar o que os dianteiros precisam (mais temperatura) e o que os traseiros pedem (menos). Até porque o Red Bull Ring é um circuito rear-limited, ou seja, são os traseiros que se desgastam primeiro.
Another Spielberg masterpiece from @ValtteriBottas 👏
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Ultrapassagens no GP da Áustria
A pista da Áustria é uma das melhores para se ultrapassar em toda a temporada. Em 2022, foram 67 manobras, bem acima da média. Em 2023, isso se repetiu: foram 63. Em 2024, o número caiu um pouco, 46.
A freada mais forte da pista, na curva 3, é um ponto óbvio, com bastante espaço (que, de repente, acaba) no meio da curva.
No entanto, a melhor estratégia parece ser só ameaçar uma manobra na curva 3 e deixar o rival do lado de fora na entrada da 4. E completar a ultrapassagem ali. Também vimos tentativas na parte final da volta, mas não há tanto espaço e é mais arriscado ir parar na brita.
Sim, tem muita brita no Red Bull Ring.
That dramatic collision between Albon and Hamilton in Austria 💥
— Formula 1 (@F1) July 7, 2020
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Dá para comparar a pista austríaca em vários aspectos com Interlagos, mas fica faltando uma sequência tão boa quanto a Subida do Café até a Descida do Lago para dar a fluidez que o traçado brasileiro tem e que tanto ajuda as corridas.
Qual é a melhor estratégia para o GP da Áustria
De um lado, temos um asfalto liso e uma degradação baixa, indicando uma prova de apenas uma parada. De outro, temos uma pista em que é fácil ultrapassar, abrindo espaço para apostas diferentes. É claro que tudo depende da temperatura: como são várias curvas em sequência, trata-se de um circuito em que os pneus podem se degradar pelo aquecimento. Nesse caso, é melhorar parar mais vezes.
Além disso, por volta de 75% dos GPs da Áustria têm Safety Car ou Safety Car Virtual. O mais interessante quando isso acontece é que, por ser uma pista muito curta, é bem possível que os estrategistas tenham que decidir muito rapidamente se chamam os pilotos para o box ou não.
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A primeira corrida da Áustria de 2020 foi um exemplo disso: as duas Mercedes pararam juntas na volta 26 quando um SC caiu bem na janela que eles precisavam para trocar os macios pelos duros e irem até o fim. Mais tarde, quando outro SC neutralizou a prova na volta 51, eles deram azar de já terem passado pela entrada dos pits. Hamilton não parou e ficou exposto ao ataque de Alex Albon, que aproveitou o segundo SC para colocar pneus macios.
Ademais, os carros ficam mais agrupados. Na classificação, isso significa mais trânsito. Some-se a isso a dificuldade de se aquecer os pneus devido ao asfalto liso, e podemos ter pilotos largando fora de posição. Na corrida, a pista curta também dificulta tirar os pilotos do trânsito com a estratégia e também é ruim para os retardatários, que têm de sair da linha ideal mais vezes.
Como foi o GP da Áustria em 2024
Max Verstappen e Lando Norris colidiram, permitindo que George Russell garantisse uma vitória surpreendente.
Verstappen, apesar do controle inicial na prova, enfrentou problemas de pneus e teve um pit stop lento, permitindo que Norris se aproximasse. Os dois lutaram ferozmente, resultando em penalidades e um acidente para ambos. Foi quando começou a ficar claro que a McLaren ganhava vida no final das corridas, com pouco combustível.
Russell, mantendo uma corrida consistente e sem problemas, capitalizou. Oscar Piastri também teve um bom desempenho, terminando em segundo, enquanto Carlos Sainz ficou em terceiro. Outros resultados notáveis incluíram fortes desempenhos de Haas e Daniel Ricciardo, utilizando uma estratégia de undercut.
1 Comment
É mais uma corrida que promete luta não só pelo primeiro lugar.
Curiosamente nas 6 últimas corridas disputadas no Red Bull Ring, deram 2 vitórias a Bottas, Verstappen e Hamilton. Vamos ver se algum deles vai desempatar, ou se temos um vencedor diferente.
Uma coisa é certa. Este campeonato promete.
cumprimentos
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