F1 GP do México horários e tudo sobre- Julianne Cerasoli Skip to content

Guia do GP da Cidade do México

O fato de o Autódromo Hermanos Rodriguez estar localizado a 2240 metros acima do nível do mar faz com que o GP da Cidade do México seja um desafio técnico único para as equipes.

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Isso, para ficar dentro da pista. A etapa mexicana é uma das que mais exploram a cultura local e a promoção da capital.

É uma festa com um tempero único, e um clima de estádio de futebol.

Qual é o melhor acerto para o autódromo Hermanos Rodriguez

O grande diferencial do GP da Cidade do México é ver os carros usando uma configuração aerodinâmica semelhante à de Mônaco ou Singapura. Mesmo em um circuito em que batem em velocidades máximas comparáveis a Monza.

Nas pistas de rua, isso se dá pela natureza mais travada dos circuitos. No México, por conta da altitude, que diminui a eficiência aerodinâmica dos carros. Isso significa que o arrasto é menor, então as equipes precisam usar asas maiores para que os carros tenham aderência suficiente para contornar as curvas.

Ainda assim, a altitude faz com que o nível real de pressão aerodinâmica gerado pelas asas de maior downforce seja parecido com Monza. Por isso, vemos os carros muito nervosos, escorregando, o que gera superaquecimento e desgaste dos pneus.

Também ajuda ter dutos de freio mais abertos, que se adaptam melhor à maior necessidade de arrefecimento por conta da altitude e da menor densidade do ar.

Além disso, os efeitos aparecem na unidade de potência. Há 25% menos oxigênio no ar da Cidade do México em relação a provas realizadas ao nível do mar. Isso faz com que o turbo gire mais rapidamente, o que gera mais calor. A estratégia de recuperação de energia também é importante.

Ultrapassagens no GP da Cidade do México

Não é fácil ultrapassar no México, apesar da longa reta. Mas uma decisão da Pirelli está mudando esse cenário. Por um lado, os carros geram menos pressão aerodinâmica, mas também menos arrasto. Ou seja, o vácuo é menos poderoso pois estar atrás de um rival faz menos diferença justamente porque o carro já não está gerando tanto arrasto.

Os números comprovam isso. Em 2019, foram 40 ultrapassagens no total. Em 2018, 36. Nas últimas duas provas, os números caíram: 23 em 2021 e 24 em 2022.

Os pilotos acabam tendo que ser criativos. Já vimos manobras na primeira chicane, mas também na segunda. Em ambos os casos, não é incomum vermos toques ou escapadas. Na área do estádio, é mais apertado, então é preciso ter confiança no rival.

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Por outro lado, depois que a Pirelli passou a levar seus três compostos mais macios para o México, a corrida passou a ficar mais movimentada. Em 2023 e em 2024, houve 48 ultrapassagens.

Qual é a melhor estratégia para o GP da Cidade do México

Ter a pista livre ajuda a estratégia em qualquer pista, mas na Cidade do México isso é particularmente importante porque o carro já está sofrendo com a falta de oxigênio no ar devido à altitude. Então a última coisa que ele precisa é ter um carro logo à frente “sufocando-o” ainda mais. A vitória no México costuma combinar com pista livre. E uma estratégia de uma parada, com compostos médio e duro.

Isso é um ponto a favor para tentativas de undercut. Ou seja, antecipar a parada de um piloto que está travado atrás do outro. Mas é preciso ter cuidado para não jogá-lo no trânsito, pois pode ser difícil abrir caminho no meio do pelotão mesmo com pneus novos.

Porém, se o piloto conseguir ter pista livre, isso vai ajudar bastante na conservação dos pneus. Um exemplo é a corrida de 2019 de Lewis Hamilton. Ele fez um undercut bem cedo na corrida, completou 48 voltas com o mesmo pneu e conseguiu se manter à frente de Sebastian Vettel. Naquela ocasião, a Ferrari tentou responder criando um offset (parando 14 voltas depois para ter vantagem no final), mas não foi suficiente. Porém, é bom lembrar que agora os pneus levados para o México são mais macios.

LEIA TAMBÉM: Como é e quanto custa curtir o GP da Cidade do México ao vivo

Tudo isso ajuda a explicar por que os pilotos costumam arriscar na largada: são 1200m até a primeira freada. Que o diga Sergio Perez, que arriscou tudo para tentar ir de quinto a primeiro em 2023 e acabou fora da corrida!

A temperatura do asfalto oscila rapidamente e numa escala muito grande dependendo se o dia está nublado ou não, e essas condições mudam bastante na capital mexicana. Com o asfalto mais quente, o carro tende a deslizar menos no Hermanos Rodriguez, permitindo stints mais longos. Além disso, o piloto consegue estender muito a vida útil do pneu evitando forçá-lo nas primeiras voltas e também deslizar muito nas curvas. Até porque, com curvas que colocam pouca energia nos pneus, o desgaste vem justamente daí.

Como foi o GP da Cidade do México em 2024

Há duas maneiras de ver o GP da Cidade do México. Carlos Sainz conseguiu vencer, saindo da pole, porque a Ferrari passou a andar bem em vários tipos de pistas na fase final do ano, e já tinha vencido em Singapura e Mônaco, pistas em que as equipes têm que colocar todo o downforce possível no carro, a exemplo do México.

Ou pode-se dizer que Sainz só venceu porque Norris foi seguro por Max Verstappen por muito tempo e só conseguiu chegar na segunda posição. E o holandês conseguiu isso se defendendo de uma maneira que lhe custou duas punições, as quais ele só teve que cumprir quando parou nos boxes, em uma prova de apenas uma parada.

Essa abordagem mostrou bem o que Verstappen pensava àquela altura do campeonato: sua briga para era evitar que Norris pontuasse bem, custe o que custar. 

A terceira posição ficou com Charles Leclerc e Verstappen foi o sexto.

2 Comments

  1. Muito interessante!
    Mais um final de semana de muita expectativa pela frente!

  2. +1 aula em detalhes, parabéns


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