Bandeiras vermelhas e brancas minuciosamente distribuídas para formar um ‘jardim’ no deserto. Aposto que é esta a imagem que muitos têm ao lembrar do primeiro GP que a Fórmula 1 disputou em meio à areia.
Lá, a categoria é recebida com muita hospitalidade pelo lado poderoso do país, uma vez que a prova é a grande chance de uma nação de pouco menos de 1.3 milhões de habitantes e 765 km2 aparecer para o mundo. Ao mesmo tempo, foi a oportunidade nos últimos anos da maioria xiita mostrar seu descontentamento com um reinado focado nos mais ricos e com pouca liberdade. Apesar da situação ter piorado em 2011, provocando inclusive o cancelamento da prova, relatórios de entidades de direitos humanos continuam apontando a constante tortura e morte dos opositores.
Em que pese os problemas sociais, o Bahrein tem grande preocupação em encontrar atividades econômicas lucrativas fora do petróleo e, por conta disso, foi uma das primeiras nações da região a investir no turismo. Dizem eles que estão na terra do Jardim do Éden, mas o fato é que trata-se de uma ilha habitada desde pelo menos 3000 AC, sob o nome de civilização Dilmun. Há resquícios destes tempos no Museu Nacional, mas talvez o mais curioso marco para nós brasileiros seja o Forte, considerado patrimônio da Unesco e herança da ocupação portuguesa que durou 80 anos no século XVI.
Os tradicionais mercados árabes, em que a negociação é cultivada como uma arte, não poderiam faltar, e nos últimos anos a cozinha – internacional, e não a barenita – tem ganhado espaço junto com a chegada de estrangeiros. Nada exatamente que empolgue tanto assim os turistas. A não ser, é claro, os fãs de um alaranjado e gigantesco pôr do sol no deserto.
O que esperar
Preços: razoáveis. A hospedagem pressiona um pouco o valor, mas o gasto fica em torno de 400 reais por dia incluindo acomodação. Brasileiros precisam de visto.
Ingressos: os mais baratos para os três dias saem por 560 reais e chegam a 1.300.
Melhor época: melhor não se aventurar no deserto no verão, certo? O melhor período para visitar o país é no inverno, de dezembro a março. No GP, em abril, a média das máximas ainda não é tão alta, chegando a 30ºC.
Por que vale a pena ir no GP? Se estiver afim de uma Abu Dhabi sem grife.
6 Comments
Continue com essa coluna. Muito legal.
Obrigada!
E assim vamos tendo as melhores dicas pra conhecer esses lugares. Obrigado.
Um dia a gente chega lá rs
Ótima colina Julianne e adorei as curiosidades sobre os Dilmuns e a ocupação portuguesa.
Uma curiosidade, alguma parte do nosso país chega a falar portugues devido à ocupação?
Abraços pros meninos e beijos pras meninas.
Não, foi há muito tempo. Só sobraram as construções