F1 Turistando na F1 e 10 coisas que você não sabia sobre a Rússia - Julianne Cerasoli Skip to content

Turistando na F1 e 10 coisas que você não sabia sobre a Rússia

Nas temporadas anteriores do Turistando na F1…

Quanto custa ver o GP da Rússia? Onde ficar?

Por que Sochi é a Riviera dos Russos

Sim, é fácil adivinhar que esta foto aí de cima é de um jogo de hóquei. Só é mais difícil saber que o time local estava jogando em pleno final de semana de corrida DENTRO do autódromo. Como a pista é basicamente formada pelas vias que levam de um a outro estádio do complexo esportivo construído para as Olimpíadas de inverno de 2014, isso significa que existe um estádio lá dentro.

Ano passado, a organização deixou alguns ingressos disponíveis para os jornalistas, e lá fomos eu e a Mariana Becker tentar chegar até o bendito estádio, já que é perto demais para pegar um táxi (que nem pode chegar até lá) e longe para andar (pelo tempo que tínhamos). Foi um parto, já que até mesmo durante o GP é difícil encontrar quem fale inglês. Na porta, rolou uma intimidação com as “forasteiras”, ou sabe-se lá o que. Coisas de machões em eventos esportivos. No final, deu tudo certo, a não ser pelo Sochi, que perdeu.

Mas Sochi, na verdade, não é onde a pista está construída. Adler é como se fosse um bairro afastado de Sochi, mas que cresceu, obviamente, com a Olímpíada. E deu mais outro passo, que nós da F1 pudemos acompanhar bem, com a Copa do Mundo. Após a Copa, muitos restaurantes abriram e o lugar ficou bem mais aconchegante. Não é um elefante branco, com certeza. Os apartamentos da vila olímpica são usados como hoteis. São numerosos e não devem ficar cheios o ano todo, mesmo que a região seja conhecida como a Riviera Russa (é necessária muita imaginação para comparar à Riviera Francesa, mas pelo menos o clima é ameno por bem mais tempo).

A modernidade das construções feitas na época da Copa e uma das sete irmãs de Stálin ao fundo

Uma das coisas que mais me chamaram a atenção desde a primeira vez que fui para a Rússia é a narrativa própria que eles usam sobre a história. Quando você vai a um museu, especialmente sobre a segunda guerra mundial, sai tendo a certeza que o mundo deve a vitória contra os nazistas aos russos. Afinal, a narrativa construída é de que eles combateram a ameaça japonesa ao leste e esmagaram os alemães no oeste. Sozinhos. Os russos, aliás, até chamam as guerras mundiais de um jeito diferente: primeira e segunda guerras patrióticas.

As comemorações das vitórias russas acontecem lá na Praça Vermelha, que abriga prédios importantes do poder e da igreja ortodoxa russa. Há quem pense que o nome, contudo, tem a ver com o comunismo, mas não: é derivado da palavra krasnyi, que significava bela. E realmente é um dos lugares mais repletos de edificações impressionantes que já vi nos quase 70 países que visitei.

Aliás, uma das experiências mais internacionais que tive foi na fila para ver o corpo embalsamado de Lênin, justamente na Praça Vermelha. Havia um homem ali, russo, que já tinha percebido isso e estava com pequenos pedaços de papel em que a mesma mensagem estava escrita em dezenas de idiomas: coleciono moedas de outros países, você tem do seu? Posso trocar por moedas soviéticas. E não é que não lembrei que tinha moedas de Singapura na minha bolsa?

É uma ótima desculpa para voltar a uma cidade espetacular, cheia de camadas.  Do Parque Zaryad, inclusive construído na época da Copa, dá para ver todas elas: a praça vermelha e o passado imperial da Rússia, as “sete irmãs”, prédios de arquitetura inconfundível, feitos na época de Stálin, e os arranha-céus e desfile de carrões nas ruas do pós-reabertura com o fim da União Soviética.

Mas é frio por boa parte do ano, isso é fato. Da última vez que passei por Moscou, era setembro ainda, então era verão ainda (não na Rússia, mas já explico), mas tive que comprar um casaco que só uso no inverno mesmo na Inglaterra, onde faz beeeem menos frio. A temperatura caía para 0ºC à noite, e o aquecimento central da cidade tinha acabado de ser ligado. E isso só acontece depois de cinco dias consecutivos com temperaturas abaixo de 8ºC.

Sobre as estações: como assim elas são diferentes? Usamos os solstícios e equinócios, então as mudanças de estação acabam ficando pra o meio do mês. Não para os russos. Eles são mais práticos: inverno de novembro a março, primavera de abril a maio, verão de junho a agosto, outono de setembro a outubro.

Mas, pelo menos, o caviar faz parte das refeições o ano todo. Ou pelo menos fazia. Nos tempos de regime soviético, em que havia várias restrições nos produtos disponíveis, o caviar era um dos ingredientes mais comuns na cozinha local devido a sua abundância por lá. Ainda hoje, mesmo com restrições à produção, o caviar é cerca de 5 a 6 vezes mais barato na Rússia do que na Europa.

Fotos: Julianne Cerasoli

2 Comments

  1. Como está Londres?
    Como é ficar somente em Londres?
    Sua mudança de “estilo” foi brutal…

    • Obrigada por perguntar, Paulo.
      Foi uma mudança e tanto sim, não é fácil. Mas pelo menos estou em uma cidade que amo.


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