Quem gosta de Fórmula 1 deveria tentar pelo menos uma vez acompanhar de perto uma corrida fora do Brasil. Seja para entender por que todo mundo gosta tanto do clima particular de arquibancada de futebol de Interlagos, seja para experimentar maneiras diferentes de curtir o esporte – e de ser tratado por ele.
Pensando nisso, fiz uma lista dos GPs que mais valem a pena acompanhar ao vivo. Em uma temporada longa e cada vez mais variada, tem para todo mundo. E, caso os organizadores daqui não consigam manter a prova por muito mais tempo, é bom se programar mesmo!
F1 Roots: Bélgica
Por que não Monza? (Se for ferrarista, é imprescindível) Por que não Silverstone? (Se não ligar para uma visão limitada da pista…) Por que não Suzuka? (Ok, Suzuka é concorrente forte para Spa, mas é tão particular por conta do show de paixão e respeito que os japoneses dão que tem que ser um evento colocado à parte). O GP da Bélgica tem tudo o que um tradicional GP europeu tem de ter: uma pista incrível, grande chance de chuva, acampamentos e nenhuma cidade grande por perto. Sim, a F-1 roots tem um pouco de festival de verão, uma dose de barro entre várias de álcool e um povo doido. No bom sentido, claro.
Para chegar lá, os aeroportos mais próximos são de Colônia e Dusseldorf, na Alemanha, e de Bruxelas. O melhor é alugar um carro – ou um trailler que possa servir de hotel, algo muito comum nessa parte da Europa. Os hoteis são poucos e os locais também alugam casas, mas é de se lembrar que as cidades próximas são pequenas e o circuito é em uma ‘encruzilhada’ de estradas. Há a opção de acampar próximo à pista também. De qualquer maneira, é bom ir equipado com as chamadas wellies (popular bota sete-léguas por aqui) e uma bela capa de chuva. E, já que está em Spa, melhor pegar o ingresso de general admission (aquele que dá direito à entrada, mas não a um lugar na arquibancada, que custa menos de 450 reais) e desbravar o sobe e desce da pista em um cenário incrível.
Experiência: Cingapura
É impossível não fazer uma menção a Mônaco. Afinal, para qualquer fã de Fórmula 1, ver os prédios e curvas que aprendemos a decorar de outros ângulos é uma experiência e tanto. Mas o GP de Cingapura é meu preferido em toda a temporada. A região de Marina Bay é espetacular – e muda a cada ano que a F-1 desembarca. A corrida noturna dá um ar completamente diferente e os organizadores se certificam que os espectadores fiquem entretidos com shows em pelo menos dois palcos. Como qualquer corrida de rua, é possível ver os carros muito de perto mas, à noite, eles ficam ainda mais bonitos e impressionantes. E dependendo do ângulo da arquibancada, dá até para ver o olhar do piloto.
O ponto negativo é o preço da estadia, que está entre os mais caros da temporada – espere pagar pelo menos 300 reais a noite. A passagem saindo do Brasil, é claro, também é salgada, saindo por volta dos 3500 reais. Os ingressos não estão entre os mais baratos,mas os organizadores oferecem algumas opções interessantes, como pacotes para grupos e alguns que combinam três lugares diferentes para os três dias, incluindo visita aos pits, o que sai por pouco mais de 1100 reais.
Visão da pista: EUA
Foram alguns os circuitos em que Hermann Tilke teve praticamente uma página em branco para desenhar e não fez grande coisa, mas em Austin ele inegavelmente acertou. Além do traçado em si ser bastante seletivo e uma espécie de ‘best of’ de outras pistas, a elevação do terreno faz com que determinados pontos tenham uma visão privilegiada. E você não precisa pagar mais por isso: mesmo com o ingresso de general admission, é possível ficar no final da reta, diante de uma das melhores curvas do circuito e ainda vendo boa parte do restante da pista.
Os organizadores fazem uma promoção incrível incluindo F-1, MotoGP e WEC em apenas um ingresso vendido antecipadamente por 200 dólares. Para quem pensa em visitar a região apenas em outubro, há outros mimos como ingressos com open bar, visita aos pits e festa exclusiva. Mas se estiver interessado só na corrida em si, os ingressos de general admission não saem por mais de 750 reais.
O problema em Austin é o preço salgado da hospedagem. Em 2017, mesmo após muita pesquisa, vou pagar mais que em Mônaco! A capacidade hoteleira da cidade não comporta o evento e não raro a F-1 divide a atenção com outro grande evento na cidade, como será o caso deste ano.
Ainda não encontrou seu lugar? Aguarde o segundo capítulo ainda nesta semana.
7 Comments
O ano passado fui.pela primeira vez a Interlagos e apesar de ter sofrido com a chuva adorei a experiência. Confesso que meu sonho agora é ir a Monza. Estou me programando para 2018. Obrigada Julianne!
Vc conseguiu resumir muito bem em relação a Spa, Julianne. Estive em 2008 e 2010 nas corridas e o ambiente era realmente espetacular. O encontro de diversas torcidas fanáticas (naquela época os poloneses para o Kubica, os ingleses para o Hamilton, e os alemães para o Vettel, além dos torcedores de todas as nacionalidades do Kimi, criavam um ambiente muito legal em um lugar espetacular no meio do nada. Única coisa a criticar era o trânsito caótico depois da corrida (60000 pessoas de carro saindo por uma única saída). Espero que a polícia belga tenha mudado esse esquema!!!
Más notícias: está bem pior agora com a invasão holandesa. Ano passado saí da pista no domingo por volta das 21h e ainda estava tudo parado.
Melhor pais do mundo: Japao. Suzuka fica numa regiao bem aprazivel… com culinaria distinta, historia por perto bem interessante. E natureza linda pelo pais.
F-1 enche o saco atualmente. Venha para a corrida, aproveite o passeio. Compensa e muito comprar o JR PASS.
Nunca vera gente tao educada quanto os japs.
Tenho vontade de assistir as provas em Suzuka e Montreal.
Estou planejando ir para Spa no próximo ano (2018) e iniciei as minhas pesquisas.
Parabéns pelo material. Vendo a questão do trânsito, é uma boa opção levar barracas para acampar no Young Village e chegar em SPA de trem/ônibus? Ou o melhor mesmo é alugar carro?
Oi Vivian, confesso que não sei onde fica a Young Village. Pesquise se tem como achar comida por perto e como faria para ir para a pista, pois se for complicado é melhor alugar carro mesmo. As cidades em volta são muito pequenas e não há muita opção de transporte público