F1 Um golpe duro para Norris e o pódio de Hadjar - Julianne Cerasoli Skip to content

Um golpe duro para Norris e o pódio de Hadjar

Se a pista da Holanda já tinha sido o palco da primeira grande prova da McLaren ano passado, era de se imaginar que o mesmo aconteceria nesta temporada, mas com uma diferença importante: em 2024, Zandvoort foi uma das pistas em que Oscar Piastri sofreu muito em relação a Lando Norris. Em 2025, ele ficou atrás em todos os treinos livres, foi trabalhando aos poucos, e virou o jogo na classificação, tomando a pole position que seria decisiva para a corrida (ou pelo menos até seis voltas da bandeirada).

A situação de Piastri só melhorou quando ele manteve a ponta nos primeiros metros, enquanto Norris via Max Verstappen largar com os pneus macios e tomar a segunda posição (com direito a quase perder o carro na segunda curva).

Isso deu tranquilidade para o australiano, que já tinha aberto 4s5 quando Norris conseguiu passar Verstappen, na volta 9. A partir dali, ele só controlaria o ritmo e, mesmo com os Safety Cars que viriam adiante na prova, nunca pareceu estar efetivamente ameaçado.

Sua situação no campeonato, contudo, melhoraria ainda mais. No final da prova, Norris começou a sentir cheiro de queimado no carro, e logo abandonou com a suspeita de vazamento de óleo. Se ver na frente até sábado de manhã em Zandvoort e terminar com 34 pontos de desvantagem no campeonato não era o que Norris projetava para o GP que venceu em 2024.

Melhor para Isack Hadjar, que tinha colocado a Racing Bulls em quarto em uma classificação complicada por conta do vento, e que teve bom ritmo para fazer seu primeiro pódio na F1.

Dois SC ditam a história da corrida

Atrás da dupla da McLaren, a corrida se desenhou com muito mais oportunidades do que era para se imaginar para um GP da Holanda sem chuva. Isso porque Lewis Hamilton gerou um Safety Car na volta 23 ao errar e bater na curva 3. E depois porque Kimi Antonelli causou o abandono de Charles Leclerc e causou outro SC na volta 53.

A primeira intervenção significou que Verstappen agora estava na mesma estratégia dos pilotos ao seu redor, depois de ter usado o pneu macio no começo. Esse período anterior ao SC, inclusive, foi tenso, com uma garoa caindo sobre o circuito e alguns pilotos esperando para ver se a situação piorava.

Leclerc foi um dos pilotos que pararam logo antes do SC, e com isso perdeu a posição para Russell. O monegasco era quem tentava colocar Isack Hadjar, a surpresa entre os “grandes”, sob pressão, até a parada. Depois, teve uma bela disputa com Russell, passando o inglês, mas ao mesmo tempo danificando seu assoalho.

Com a Mercedes perdendo terreno, Russell ouviu a ordem para deixar Antonelli passar. O italiano tinha largado em 11º e caído para 12º na primeira volta, mas vinha se recuperando. Quando a Mercedes decidiu chamar Antonelli aos boxes na volta 51, a Ferrari decidiu responder com Leclerc. Ele não estava ganhando tempo em relação a Hadjar e poderia ficar exposto a um ataque do italiano no final da prova, apesar de ter dito ao time que estava se sentindo bem com os pneus.

A decisão acabou sendo desastrosa, porque Leclerc saiu do box disputando com Antonelli, que colocou por dentro na técnica curva 3 e bateu com o monegasco, que abandonou. O piloto da Mercedes, por sua vez, foi punido e terminou fora dos pontos.

Isso porque a prova ainda teria mais uma interrupção pela frente por conta do abandono de Norris, enquanto todo mundo chegou muito perto e os 10s que Antonelli recebeu de punição saíram caro.

GP de oportunidades para Bearman e Albon

Mas também tudo isso gerou oportunidades na segunda parte do pelotão e pilotos que não tiveram uma boa classificação conseguiram se recuperar. 

Que o diga Oliver Bearman, que largou do pitlane e terminou em sexto lugar. A aposta da Haas foi de que não choveria no começo da prova, e por isso eles colocaram pneus duros em ambos os pilotos.

A ideia era levar esses pneus o mais adiante possível, e Bearman conseguiu aproveitar o SC da volta 53, aquele do toque entre Leclerc e Antonelli. Essa era a fase mais importante para ter pneus novos, porque estava todo mundo muito junto, e isso ajudou a estratégia a dar certo.

Alex Albon foi o único piloto dessa segunda metade do pelotão que conseguiu fazer a mesma tática dos ponteiros, parando nos dois SC, e conseguiu o quinto lugar com a Williams depois de ter largado em 15º.

Stroll e Alonso conseguiram pontuar mesmo parando antes dos SC, indicando também que o ritmo era bom.

Tudo deu errado para Bortoleto

Já a corrida de Gabriel Bortoleto foi completamente o oposto de tudo isso. Ele estava largando em 13º, teve uma largada ruim e caiu para penúltimo. Passou Stroll, mas levou o revide do canadense e, no lance, teve um dano na sua asa dianteira.

O brasileiro pediu para parar e foi chamado segundos antes do SC ser acionado pela batida de Hamilton, e mesmo assim não trocou a asa. Na segunda intervenção, a opção foi por ficar na pista mas, com pneus de quase 40 voltas, ele foi sendo passado um por um na relargada. Teve que parar uma segunda vez de qualquer maneira e terminou em 16º.

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