F1 Um GP diferente para Hamilton - Julianne Cerasoli Skip to content

Um GP diferente para Hamilton

2021 Sao Paulo Grand Prix, Sunday – Jiri Krenek

Foi um final de semana realmente diferente para Lewis Hamilton. Vaiado por grande parte da torcida, de volta às arquibancadas, tantas vezes neste ano, o inglês demonstrou sentir o apoio especial no GP de São Paulo, em que teve pelo menos o apoio de metade das 200 mil pessoas que estiveram em Interlagos ao longo do final de semana, já que a torcida estava bem dividida entre ele e o líder do campeonato, Max Verstappen. E, na pista, ele foi mais agressivo do que em qualquer outro momento nesta temporada, superando duas punições, que lhe tiraram 25 posições, para vencer o GP de São Paulo.

O primeiro deles foi chegar a Interlagos sabendo que a Red Bull estaria forte e que ele teria que pagar uma punição de cinco posições no grid por uma troca de motor. Após fazer a pole da sprint, levou uma punição muito questionada pela Mercedes, sendo desclassificado e largando em último. Hamilton, então, escalou o pelotão para ser quinto na minicorrida do sábado, colocando-se se décimo no grid do domingo e ganhando a corrida, com direito a uma ultrapassagem no rival Verstappen. Foi um final de semana de redenção após duas derrotas para o holandês, que teve um sabor especial depois que o inglês pegou a bandeira do Brasil para comemorar o feito.

Se as arquibancadas estavam divididas entre ele e Max, na área VIP que cerca o paddock Hamilton foi o piloto escolhido. Quando ele surgiu por ali após todas as sessões na pista, os torcedores cantavam seu nome, e o inglês até esboçou um sorriso quando um grupo berrava para Verstappen “ele está vindo para te pegar!”, após a já grande atuação da sprint do sábado, uma minicorrida com um terço da duração de um GP. Cruzando com o rival na zona de entrevistas, ele deu um leve sorriso ao ouvir a fala, e não olhou para Verstappen.

A impressão era de que Hamilton, que parou para algumas fotos e autógrafos, o que era muito raro nos últimos anos em São Paulo, apreciou mais esta visita ao Brasil. 

Isso porque um comportamento tão positivo dos torcedores é algo com que Hamilton não está acostumado nesta temporada, como ele mesmo revelou em entrevista à TV Band em Interlagos.

“Eu sou o único cara que sou vaiado em todas as corridas.” As vaias para Hamilton raramente são em uníssono, mas são constantes em várias etapas do campeonato. E o inglês observou que elas começaram a ficar mais consistentes depois de que ele começou a falar sobre racismo. “Não sei o quanto disso vem do fato que eu estou falando sobre racismo e as pessoas interpretam isso mal, achando que estou falando só sobre as pessoas negras. Falo por todas as minorias.”

Não que isso seja novidade para ele: Hamilton revelou que as vaias atuais fazem com que ele se lembre do que passou na infância.

“Não é legal para ninguém estar nessa posição. Seja quando você está na escola e as outras crianças ficam vaiando você na frente dos outros até você ter milhares de pessoas fazendo a mesma coisa… mas só tento desejar o melhor para eles.”

Em São Paulo, a história foi diferente. Apenas o simpático Daniel Ricciardo, que muitas vezes era chamado de “brigadeiro” depois que revelou seu gosto pelo doce brasileiro, sob influência da mulher de Felipe Massa, Raffaela, e seu companheiro Lando Norris, conseguiam rivalizar com ele nas zonas VIP. O jovem inglês, inclusive, ouviu por várias vezes os torcedores cantando “parabéns à você” no sábado, dia de seu aniversário.

Porém, é inegável que Hamilton se tornou o grande nome do final de semana após ter uma das melhores performances de sua carreira neste fim de semana em Interlagos. É fato que ele teve a ajuda justamente do motor a combustão novo, que o fez perder as cinco posições no grid do domingo, mas, por outro lado, não teve de se preocupar com as vaias. 

7 Comments

  1. Depois uma atuação soberba dessa, como vc mesmo disse, uma das melhores. Seu texto foi bem protocolar, nem parece que você viu um dos momentos mais altos do esporte acontecendo hj. Pareceu até uma britânica escrevendo.

  2. Hamilton mostrou neste domingo que a disputa contra Verstappen ainda está aberta. O fato de ter sido bem recebido pelo público em Interlagos o ajudou nas duas corridas.

  3. JULIANNE, permito-me PARAFRASEAR BELTOLT BRECHT:

    “Há PILOTOS que lutam um dia, e por isso são muito bons;
    Há aqueles que lutam muitos dias, e por isso são muito bons;
    Há aqueles que lutam anos, e são melhores ainda;
    Porém há aqueles que lutam toda a vida, e esses são os imprescindíveis.”

    Sir LEWIS HAMILTON É IMPRESCINDÍVEL: aos quase 37 anos, já multicampeão, apetite de um garoto de 17 anos por vitórias. Neste épico GP de São Paulo/Brasil, despachado para o Paraná  por VERSTAPPEN na Curva 1, LEWIS conseguiu voltar de lá, sem se intimidar, para vencer de maneira igualmente épica e decidida um adversário genial que serpenteava à sua frente como um ofídio!!! Só UM GÊNIO consegue sobrepujar OUTRO GÊNIO. Ainda não acabou.

    PS: JULIANNE, fiquei feliz de vê-la chamada para a ribalta, onde você por justiça e competência SEMPRE deveria estar TAMBÉM, como imprescindível comentarista.

  4. A cobertura da Band ontem foi excepcional e isso se deve não apenas ao trabalho de quem está na frente das câmeras mas também dos produtores. Parabéns pelo excelente trabalho

  5. Das 3 vitórias de Hamilton em Interlagos, essa, sem dúvida, foi a mais marcante. Corrida de gala mesmo.

    Nas outras duas (2016 e 2018), o nome da corrida havia sido o Max Verstappen – em 2018 a vitoria caiu no colo após o enrosco do neerlandês com o Ocon, no “S do Senna”.

    Partiu Losail!

  6. Foi um fim de semana espetacular do Lewis Hamilton e que acabou da melhor maneira possível, quando ele parou o carro e lhe deram a bandeira do Brasil. Foi uma bela homenagem.

    Cumprimentos

    visitem: https://estrelasf1.blogspot.com/


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