F1 Vencedores e perdedores do GP dos EUA - Julianne Cerasoli Skip to content

Vencedores e perdedores do GP dos EUA

A presença de mais de 100 mil torcedores acabou sendo o ponto alto de um monótono GP dos Estados Unidos. O fato dos compostos serem um pouco mais macios no geral em relação ao ano passado provocou uma sensível e ao mesmo tempo marcante diferença na corrida: se em 2012 tivemos uma parada, mas os pneus eram tão resistentes que os pilotos puderam forçar o tempo todo, neste ano a mescla entre maior desgaste dos compostos atuais e o calor engessou as batalhas.

E a festa do segundo GP na provavelmente melhor pista de Tilke se limitou às arquibancadas.

Não foram raros os pedidos de engenheiros para que os pilotos diminuíssem o ritmo para evitar o ar turbulento do carro à frente. Isso porque o “ombro” do pneu estava superaquecendo, provocando um desgaste que colocaria em risco a estratégia mais rápida de uma parada.

Quem arriscou, como Alonso, acabou sofrendo nas voltas finais, enquanto outros executavam frustrantes “lifts and coasts” – técnica em que o piloto usa o freio motor, primeiro tirando o pé para depois acionar o freio – tempos de volta pré-determinados, reacelerações cuidadosas.

Um passeio que frustra principalmente pilotos naturalmente agressivos como Lewis Hamilton, que saiu do seu carro feliz com a melhora no rendimento, mas frustrado com o tipo de corrida que também não deve ter conquistado nenhum norte-americano. “Em 2007 e 2008 a gente podia acelerar o tempo todo. Era bem melhor”, lembrou o inglês, que viveu seu auge neste período.

Tudo bem que a Pirelli anda conservadora depois do desgaste especialmente de Silverstone e que a natureza de curvas de alta do circuito de Austin dificulte a decisão, mas talvez fosse o caso de levar os compostos duros e macios para os Estados Unidos. Afinal, as melhores provas da temporada aconteceram quando havia uma diferença considerável entre os pneus – e mais de uma parada.

Pneus à parte, as incertezas sobre o futuro parecem ter tido efeitos diferentes em Maldonado e Perez, com Hulkenberg vivendo mais um de seus finais de semana sem erros e Bottas bem adaptado ao novo escapamento da Williams e Grosjean à vontade como líder da Lotus. Enquanto os grandes astros demonstram um tom resignado frente às insistentes vitórias de Vettel, que ainda busca um lugar ao sol vem roubando a cena neste final de campeonato.

15 Comments

  1. É, a corrida foi chata mesmo. Principalmente se compararmos com a do ano passado, que foi alucinante. Ainda assim o que Vettel conquistou hoje foi incrível.
    Conseguir esse número de vitórias consecutivas é realmente absurdo.

    A Williams demorou o ano inteiro pra tomar uma decisão e finalmente conseguiram marcar mais uns pontinhos. Bottas se deu muito bem com esse escapamento novo e soube lidar com os Pirelli. Mostrou que está muitos furos acima de seu companheiro. Esse conseguiu não fazer nada o fim de semana inteiro, acusou a equipe de sabotagem e, como se não bastasse, ainda acabou com a corrida de Sutil ao bater no alemão em plena reta.

    • Achei que tinha sido o Gutierrez que bateu no Sutil, afinal, qual sul-americano fez a trapalhada?

    • Dé, a corrida foi mais chata do que India e Abu Dahbi? Achei equivalente. Emocao pelo 1o. lugar, apenas na hora da largada. Depois, foi apenas do 2o. para baixo. Vamos ver o que acontece em Interlagos…

  2. Acho que o Bernie deu uma bela atrapalhada na nova geração de ouro. Estava tudo ótimo com a F1 de 2005 a 2010, mas ele pediu os tais pneus casca de ovo.
    Uma pena, na sanha de ver mais ultrapassagens a F1 vive a sua segunda “Era de Monopólio”.
    Sinceramente, não partilho da ideia dos que acham que somos privilegiados em ver isso.
    Não vi e nunca verei graça nenhuma na era Schumacher e nem nessa era Vettel.
    É verdade que salvam-se algumas corridas.

    • É relativo. Eu torço pelo Vettel, e quanto mais ele ganhar, melhor no meu caso.

      O Dream Team norte-americano de basquete, a seleção masculina de vôlei do Brasil na década passada, Michael Phelps, Usain Bolt, todos foram (ou são) dominantes. Particularmente, acho um barato uma hegemonia.

      • Não é surpresa pra ninguém minha admiração pelo Vettel. Não tenho problema nenhum em ve-lo vencendo vários campeonatos. O problema é a forma de acontecer. Se fossem como em 2010 e 2012, maravilha. Mas 2011 e 2013 foram chatos demais, este ano pelo menos até a metade havia a expectativa de disputa, mas depois…
        Bom, ano que vem é ano “par” 🙂

  3. Ju, você sabe os lucros da F1 ao longo dos anos?
    Sabe fiquei pensando aqui comigo! Em 2004 uns amigos meus foram a Interlagos ver Schumacher correr, pra poderem dizer daqui a alguns anos que viram o “gênio” guiar.
    Esse ano tem outros indo ver o Vettel pelo mesmo motivo.
    O detalhe é que eles não acompanham a F1. Apenas vão pro show. Não gostam realmente do esporte.
    Por isso eu questiono a você. Esses monopólios são melhores ou piores para Bernie?

    • É uma pergunta interessante, mas não sei se os dados de lucro responderiam isso. A CVC ganha basicamente com contratos de TV, comerciais, e com os promotores. E são contratos longos, então menos sensíveis a essas mudanças. Não é algo diretamente ligado a número de espectadores.

  4. Oi Julianne,

    não vai rolar uma avaliação / comentário sobre a performance absurdamente diferente da Williams nesta corrida? queria saber mais sobre a mudança no escapamento e o efeito no carro. além, é claro, da boa performance do bottas, que no ano que vem vai dar muito trabalho pro massa

    abs

    • Nessa semana não terei tempo, mas depois temos alguns meses aí para falar à vontade!

  5. Kovalainen foi o astro da corrida: largou em 8º tomando mais 0,6s de Grosjean, fechou a primeira volta em 12º e terminou em 15º, provando que a “pernada” em Valsecchi valeu a pena. . . E isso estando enferrujado. . . Deve ser mantido para o GP do Brasil, afinal, ao contrário do italiano que foi campeão, o finlandês foi vice na GP 2. Por que teria sido dispensado pela McLaren se conseguiu até vencer um GP? Felizmente, Boullier é muito perspicaz.


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