F1 3º (e pior) apagão da Mercedes, 3ª vitória de Vettel - Julianne Cerasoli Skip to content

3º (e pior) apagão da Mercedes, 3ª vitória de Vettel

Sebastian-Vettel

O GP de Cingapura respeitou sua tradição: uma corrida estudada e morna na ponta, mas lutada e cheia de toques no meio do pelotão. Teve ainda campeão vencendo e Safety Car, tudo como manda o figurino. Tirando, é claro, o invasor que cruzou a pista e por uma questão de segundos não foi o único real obstáculo à vitória de Sebastian Vettel.

Mas poderia acontecer o que fosse na corrida: o grande assunto até os treinos livres do GP do Japão será a queda de rendimento da Mercedes, de uma vantagem que permitiu a Hamilton vencer com 25s de vantagem na Itália para um déficit de mais de 1s duas semanas depois.

Sim, são dois circuitos completamente diferentes, mas o domínio da Mercedes, há mais de um ano e meio, não depende do tipo de pista. A única variável que mudou foi a determinação das pressões mínimas dos pneus e de cambagem, fazendo com que esta seja a grande suspeita.

As pressões mínimas não são algo novo, mas ganharam poder de regra a partir da Itália e tiveram controle mais restrito em Cingapura, quando ficou definido o procedimento de aferição (tirando a possibilidade de outra polêmica como a que marcou as horas seguintes à bandeirada em Monza). Uma pressão mais baixa dá mais aderência ao colocar diferentes partes da borracha em contato com o asfalto e acredita-se que isso fazia parte da tática de dominação da Mercedes.

A equipe, porém, nega que as novas normas tenham a ver com a queda de rendimento. E a diferença vista neste final de semana, de fato, é demasiadamente grande para ser explicada apenas por isso. Da mesma forma, a justificativa oficial de que a equipe previu de forma errônea a evolução da pista e, com isso, não acertou os carros da maneira apropriada, igualmente não justifica tamanha queda.

Seja qual for a resposta, teremos de esperar a sexta-feira em Suzuka, circuito que deve ser altamente favorável a Hamilton e Rosberg. Qualquer coisa que não seja um domínio convincente será motivo para alimentar a esperança de Vettel e da Ferrari.

Com a vitória inquestionável em Cingapura, o alemão está a duas vitórias da liderança. Assumiu com propriedade o lugar de Alonso: minimizando os erros, está maximizando os resultados da equipe. Quando aparece uma oportunidade, é sempre ele que está no lugar certo para se aproveitar.

Mas não dá para falar do GP de Cingapura sem citar um estreante na prova que só teve campeões vencendo em oito edições. Max Verstappen já fez bonito na classificação, com o oitavo tempo. Caindo para último após uma pane na largada, fez ultrapassagens em lugares nos quais geralmente não se passa em Cingapura. No final, respondeu com um sonoro “não” ao pedido da equipe para deixar o companheiro passar, dando-lhe a chance de superar Perez. Seu pai explicou que foi assim que instruiu o filho: “Se pedirem para ceder a posição, diga não, não responda mais nada e discuta com a equipe depois.” É, esse aí ainda vai dar muito o que falar.

24 Comments

  1. Vitória do melhor do grid quando o carro e competitivo não dará menor chance a concorrência, gostei do sonoro NO do Vespatinho, acho que competição não deveria ter interferências no resultado por ordem de equipe, não acredito que a equipepe vá puni-lo.

  2. Estou ansiosa pela corrida em Suzuka. Acredito que a Mercedes continua sendo favorita mas acho que a Ferrari estará mais próxima. Vettel estaria ainda mais perto não fosse o pneu estourado em Spa.

  3. Oi Ju,

    Eu também não acredito que só a questão das regras de calibragem de pneus tenha interferido tanto no desempenho dos carros da Mercedes. A não ser que eles faziam alguma coisa mirabolante com os pneus, e com a quase desclassificação de Lewis pós vitória em Monza, preferiram usar apenas o convencional.

    Mas isso é uma suposição minha. Acredito mais no forte calor de Cingapura em que os W06, assim como na Malásia, tiveram desempenho inferior ao STF15. Porém, se fosse apenas a Ferrari a andar na frente da Mercedes, seria mais fácil de tentar entender. O problema foi que eles andaram também atrás da Red Bull.

    Aí é pra deixar qualquer engenheiro com a pulga atrás da orelha.

    Um abraço!

  4. Max Verstappen foi O nome da corrida, The Star of the Race! Largando dos boxes após o problema da largada, chegou fantasticamente em 8º, em uma pista muito difícil, lutando com o barra pesada Pérez em 7º, que dispunha de um motor Mercedes muito mais potente que o seu Renault. Nasr está ficando freguês de Verstappen e Sainz também. O holandês vem trucidando esses dois em ultrapassagens, basta ver no Youtube. Aliás, Sainz acossou Verstappen e não conseguiu passá-lo. Se Verstappen – que é arrojadíssimo – não conseguiu passar Pérez, como o Sainz seria capaz disso, então? Ordem totalmente descabida, repelida com um sonoro NO, para marcar as coisas daqui pra frente. “Automobilismo de ordens” é sempre ridículo! Automobilismo que se preza é o “automobilismo de braço”!

    Quantos guris de 17 anos das ATUAIS categorias de base estariam hoje com 30 pontos na F 1, em sua primeira temporada, com a maioria das pistas desconhecidas e um motor que não tem se notabilizado pela potência? Quantos guris – saindo do kart e sequer fazendo uma primeira temporada COMPLETA na F 3, mas já obtendo muitas vitórias nela, inclusive sob chuva – poderiam fazer na F 1 o que Max vem fazendo até aqui? Eu – que acompanho as categorias de base – do alto da minha insignificância vos respondo: nenhum! Ouso dizer: nem Ocon nem Vandoorne! Verstappen simplesmente está fazendo o seu aprendizado automobilístico na F 1! Se existe uma tradução para a realidade da expressão “Chegar Chegando”, Max Verstappen é o seu mais puro exemplo na prática.

    Parabéns ao tetracampeoníssimo Vettel pela belíssima, acachapante e incontestável vitória. Espero vê-lo em Suzuka com essa renascida SuperFerrari (ainda bem) duelando pela ponta com Hamilton com sua Mercedes já plenamente restabelecida da saúde. A vitória de SebVet já se entrevia desde a volta da pole, em que ele descreveu as linhas sinuosas da pista de Cingapura usando seu carro com a precisão de um compasso. A tocada de extraordinária precisão de SebVet e a pilotagem de Hamilton com o coração – ambas velocíssimas – são sempre garantia de espetáculo para todos aqueles que amam verdadeiramente o automobilismo como ARTE, acima de meras estatísticas e números. Ricciardo com um carro à altura de seu talento também vai juntar-se aos Três Grandes, hoje mais uma vez provou isso. E para Verstappinho é apenas uma questão de mais tempo, experiência e um carro de equipe de ponta. UAU!

  5. Pois é, Juliane, a queda de desempenho das Mercedes foi tão grande que apostar nas novas regras de calibragem de pneus não me parece tão despropositado. Tudo bem que a Cingapura é quase um “Mônaco no. 2” e que o clima é quente, mas no próprio principado – onde venceu e dominou este ano – e em alguns GPs “quentes” a Mercedes não teve essa queda assustadora. Até que ponto um carro de F1 é projetado levando em conta a pressão dos pneus que vão ser utilizados? Provavelmente saberemos em Suzuka, com suas longas retas.

  6. vestappen hoje ganhou de vez meu respeito, estou gostando do sainz tb ,mas num entendi essa ordem, acho q fazem isso só pra ver o muido rsrrsss Vettel hoje demonstrou sua capacidade de controlar uma corrida de forma incrível,,,no primeiro stint abriu logo na 5 voltas ai os pneus acabaram depois,,,ai no segundo stint segurou Daniel atrás por umas 10 voltas e ai depois abriu dinovo,,,no 3 stint abriu 3s e manteve ate a ultima volta sempre ciente da posição de pista onde passar ai é difícil, grande vitória, e esse motor novo da mercedes já deu 2 problemas ,mas um sei naum viu , pode ser algo agressivo nas configurações e o motor abri o bico, vamos ver no japão e como Daniela falou ai em cima os 15 pontos de spa com aquele pneu estourado esta fazendo falta.

    • A ideia era que Sainz tivesse a chance de passar Perez, porque vinha mais rápido. Se não conseguisse, inverteriam novamente as posições. Foi o mesmo que a Red Bull fez em Mônaco neste ano.

      • obg pelos esclarecimentos ,entend,, mas vendo a corrida num vi esse ritmo de sainz pra passar perez naum no fim da prova, mas a equipe tem os dados e tal, mas vestappen mostra q num é um Barrichello ou massa da vida. isso é bom

  7. Eu tenho dúvidas de que se o hamilton se mantivesse na pista o vettel teria ganho, e outra por que o Rosberg colocou novamente pneu duro na ultima troca, o cara tinha q ter arriscado, ai q esta a diferença dos bons para os genios.

    • Acho que a nova regra sobre a pressão dos pneus afetou e muito a Mercedes. E isso responde a sua dúvida. Rosberg foi de pneu duro porque não conseguiria chegar com o macio.

  8. A Scuderia esta dando sinais muito claros de que vai disputar o título de piloto & construtores em 2016. Tudo bem que a Ferrari só faz frente a Mercedes em circunstâncias bem especiais de ar-e-pressão. Más quem intende um pouquinho-de-F1 percebe que de 2015 pra cá a Scuderia deu um belo salto de competitividade. E acho que tudo indica que a Ferrari (mais do que a Red Bull) tem grande possibilidade de dar o pulo-do-gato em 2016. Sou torcedor da Mclaren más este ano tô torcendo pra Mercedes & Hamilton. Más estou achando muitíssimo estranho esta performance da equipe-prateada neste final de semana. Só espero que tudo se restabeleça em Suzuka porque se não acho que o eficientíssimo “Fettel” pode vir até mesmo ser ameaça ao título da Mercedes.

    • retificando: Fettel-boy pode ser uma ameaça para o título do Hamilton! Sonhar não custa nada.

  9. Vettel é o cara pra frear o Hamilton. Mesmo que Hamilton não tivesse problemas hoje, ele não conseguiria vencer, no máximo o pódio e só. Essa atualização no motor Mercedes pode comprometer as corridas de Hamilton e Rosberg pro restante do campeonato. Até que ponto este motor atualizado é confiável? Sei não hein.

    • Pois éh! Esta questão vai ser esclarecida no próximo final de semana. Só sei que os alemães são muito competentes e sérios naquilo em que se dedicam. Acho que a concepção desta Unidade-de-Potência visa também a temporada 2016. Agora não sei se foi acertada eles começarem a fazer estes testes agora quando ainda não esta assegurado o campeonato de construtores e de pilotos.

  10. Julianne, por que Kimi não consegue um rendimento parecido com o de Vettel?

    • Vettel é veloz em um nível muito mais consistente, e isso gera a diferença ao longo de um ano de forma geral

      • Kimi parou de correr em 2005, depois o hamilton doou um título para ele em 2007, depois ele foi fazer uns rali e voltou para faturar, ele é um cara não ta nem ai para nada, bom para o vettel que além de tudo é mais rápido e consistente mesmo.

  11. Estive fazendo umas contas, tudo na base da suposição: se a Ferrari não falhasse com Vettel no pit stop na Áustria (seriam mais 3 pontos), o pneu não explodisse inesperadamente em Spa (mais 15 pontos) e Hamilton fosse desclassificado como deveria ser em Monza, o alemão hoje seria líder do campeonato por 1 ponto. Que temporada ele tem feito depois de um fraco 2014! Com todo respeito a Hamilton, o cara de 2015 é Seb!

    • E os problemas que o Hamilton teve, não conta? Mônaco, Hungria e na própria Singapura? Se não tivesse tido problemas, talvez estivesse com uns 300 pontos já… É uma babação de ovo do Vettel que vou te contar hein…

  12. Ju, o problema das Mercedes não pode ser a confiabilidade dos motores? O Rosberg teve problemas de motor na última prova e em Cingapura usou o seu quarto motor. Hamilton nesta prova teve problemas… A partir do quinto motor são 10 posições de penalização, não é isso? Será que não poderiam estar “poupando” ou usando uma configuração mais “robusta”, sem tanto risco? E mais, se uma atualização do motor não der certo, pode-se voltar para a versão anterior, sem que isso configure nova troca? Porque para cada nova atualização de fichas/tokens, é considerado um novo motor, não é?

    • As velocidades finais não mostram isso. E, se fosse o caso, eles poderiam “ligar” o motor no máximo tranquilamente para uma volta de classificação e não teriam levado mais de 1s na classificação.
      E se reverter dá para voltar nos motores usados, sem contar como a quarta unidade. Lembrando que Hamilton e Rosberg ainda têm direito a uma troca de qualquer maneira.

  13. A coisa é muito mais simples: a Mercedes simplesmente se perdeu no setup. Colocou asa traseira de menos e simplesmente escorregava nas saídas de curva e n tinha tração. Tração é tudo em Cingapura.
    Em condições normais (sem chuva, quebras, etc), a Ferrari n vai chegar no máximo em quarto no Japão. Vai dar Mercedes, Williams e talvez RBR.

    Como sei disso? Toda vez q for pneus duros e médios no fds, a Ferrari n terá a menor chance.
    A F1 desde os anos 90 é sobre quem sabe usar os pneus corretamente. A janela de funcionamento ótimo da Ferrari é bem diferente da Mercedes. Pneus duros e temperaturas baixas são mortais para os italianos.
    Nada como um domingo após o outro para as coisas mudarem radicalmente.
    Remember… you heard it here first.


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