GP de Baku ao vivo: Turistando na F1

Poucos brasileiros podem dizer que já estiveram mais de cinco vezes no Azerbaijão, e ainda não me acostumei com a estranha mistura de Turquia e Rússia, com uma pitada de Irã. Para a F1, o GP do Azerbaijão já se tornou uma das provas mais esperadas do ano especialmente depois do que rolou em 2018 e 2021. Mas será que vale a pena ver o GP de Baku ao vivo?

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Compre ingresso para: um dos pontos únicos da pista

Na verdade, são três opções que são bastante peculiares de Baku. As duas primeiras são as arquibancadas Sahil e Mugham. Em ambas, você os carros passam na sua frente em dois momentos na volta, com a diferença que, na Mugham, você vê um ponto de freada, da curva 7, e parte da reta principal. Na Sahil, é uma reaceleração, vindo da 5 e 6, e a reta principal.

Outra opção única é ficar na arquibancada mais “vistosa” do circuito, perto da muralha da cidade velha. Chama-se Icheri Sheher. O problema é que é uma subida, e fico na dúvida em relação à visibilidade. Naquela curva apertada antes da muralha, não há arquibancadas.

Os preços costumavam estar entre os mais baratos, mas agora eles têm tarifas marcadas como “internacionais”. As duas primeiras ficam em 410 dólares e a perto da muralha, 460 dólares. E os descontos para crianças de até 16 anos é menor que em outros circuitos (o ingresso fica de 280 a 320 dólares).

Todos os ingressos dão acesso ao pitlane walk de quinta-feira e aos shows. Há sessões de autógrafos, mas os pilotos não costumam ficar por muito tempo, então é bom chegar cedo. O lado positivo é que não é um GP que costuma ter lotação máxima.

Hospede-se: fora da cidade velha

É melhor evitar a cidade velha na época de GP pois, se tiver de pegar um táxi vindo do aeroporto, por exemplo, ele será bloqueado muito antes de seu hotel. E em qualquer visita a Baku o melhor é não se afastar muito da orla. Aquela cidade aparentemente bonita que aparece na TV vai mudando rapidamente quando você se afasta da região mais turística.

Prefira as proximidades da rua Nizami e fique perto do metrô, que é super barato e é a melhor forma de chegar na pista. Há acomodações por preços bem baixos em Baku, e isso pode ser tentador. Por experiência própria: desconfie!

Vá de: metrô ou a pé

O transporte público é muito barato e funciona bem. Uma passagem de metrô custa menos de um real (!) e te deixa bem perto da pista.

Também há vários hotéis próximos do circuito. Como em toda corrida de rua, a grande vantagem é poder andar até o circuito. No entanto, a maioria dos acessos e toda a parte de fan zone, comida, etc., está na orla do Mar Negro. Ou seja, você teria que cruzar a pista por uma das pontes de acesso. Uma delas fica nem na saída da estação de Sahil.

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Nada contra a cozinha azeri – prove o dolma se passar por lá – mas esse restaurante russo que fica colado em uma das entradas para a pista é puro charme. A decoração é como se fosse uma casa chique do início do século passado, mas com muitos, muitos detalhes. Até o banheiro é incrível. E a comida não decepciona. Para quem gosta de arquitetura, Baku também é um prato cheio, com construções medievais e um prédio assinado por Zaha Hadid, famosa arquiteta iraquiana.

Combine o GP de Baku ao vivo com: Geórgia

A vizinha do Azerbaijão está na moda como rota turística especialmente para jovens baladeiros europeus e há quem diga que a capital Tbilisi é a nova Berlim. Mesmo se não é a sua, outro grande atrativo do país é sua rica coleção de igrejas e monastérios antiquíssimos e ruínas pré-históricas. E as vinículas, é claro.

Dá até para visitar uma igreja do século 14 e uma geleira ao mesmo tempo. Só não vá para a outra vizinha, a Armênia. O conflito é antigo e você corre o risco de ter o visto negado se tentar entrar no Azerbaijão depois de passar por lá.

Quanto fica ver o GP de Baku ao vivo?

A passagem encarece bastante a viagem – é difícil ir para Baku do Brasil por menos de 1000 dólares. Você fará uma escala, provavelmente em Frankfurt ou Istambul (no segundo caso, vale a pena investigar a possibilidade de fazer um stopover na maravilhosa capital turca sem custo adicional).

A hospedagem pode ser a parte mais complicada: quem o acompanha o blog sabe que eles costumam cancelar reservas quando percebem que batem com as datas do GP. E a intromissão masculina que vivi nos GPs anteriores desencoraja tentar o Airbnb lá. Mas há várias opções por menos de 200 dólares para o GP para quem quiser arriscar. Os hotéis ficam acima de 300.

No mais, o Azerbaijão não é um país caro: uma boa refeição sai por menos de 10 dólares.

É preciso visto para entrar no Azerbaijão, mas ele pode ser feito online, não é demorado e custa 25 dólares.

Lembrando que este não é o gasto mínimo para ver o GP. E, sim, o melhor custo-benefício:

Vale a pena ver o GP de Baku ao vivo?

Com certeza, uma viagem ao Azerbaijão não será a primeira que você fará na vida, imagino. É um GP que faz mais sentido para quem mora na Europa porque, tirando o voo, não é caro. Mas se for uma desculpa para dar justificar uma visita longa à belíssima Geórgia, aí a coisa muda de figura.