Retrato de uma geração de estreantes que mal treinam antes de começar o campeonato de F1, Hulkenberg se envolveu em muitas confusões nas voltas iniciais de seus primeiros GPs e demorou até a metade da temporada para mostrar seu trabalho. O que eram 0.5s em classificação e mais de 1s em ritmo de corrida de desvantagem para Barrichello se transformou numa briga apertada a partir do GP da Alemanha e 20 de seus 22 pontos foram marcados nas últimas 8 provas – com direito a uma pole fantástica do Brasil.
Com o time todo nas costas na 1ª metade do ano (foi responsável por 93% dos pontos da equipe), curiosamente Barrichello fez menos pontos que o companheiro novato – 18 – nas 9 etapas finais, mas aproveitou-se bem do momento em que a Williams, sendo uma das primeiras a introduzir e acertar o difusor escapamento, teve condições de andar na frente das Mercedes – entre os GPs da Europa e da Inglaterra. A dupla conseguiu roubar o 6º posto no mundial de construtores da Force India por 1 ponto.
Barrichello | Hulkenberg | |
Poles | 0 | 1 |
Diferença média na classificação | -0.14 | 0.14 |
Média de posição no grid | 9.4 | 11.2 |
Média de posição de chegada | 9.88 | 11.93 |
Voltas completadas em corrida | 1030 | 923 |
Abandonos por falhas mecânicas | 1 | 1 |
Abandonos por acidentes | 1 | 3 |
Decidi não fazer as comparações finais de Lucas Di Grassi e Timo Glock porque o brasileiro, numa equipe sem recursos suficientes, teve um equipamento inferior que o companheiro durante boa parte do ano. Já Bruno Senna dividiu o time com 3 pilotos, o que também dificulta as avaliações.
5 Comments
sem dúvida Ju, a experiência falou mais alto! barrichello é a típica questão insolucionável! sendo um bom acertador, esteve em grandes equipes, mas em momentos errados, não fosse isso, mesmo não sendo tão arrojado em corrida, teria beliscado ao menos um título! coisas que não teem razão! por mais que sirva de chacota para os brasileiros, rubens para mim, merecia vencer um campeonato ao menos, em vista de muitos que ganharam, e diga-se de passagem apenas por questão de sorte e oportunidade! exemplo: – hill e button! barrichello, para mim, estava no lugar errado, na hora errada! em relação a hulkenberg, o garoto tem talento nato mas, é um diamante bruto! precisa ganhar quilometragem! digrassi está em uma barca furada, apesar do talento! em relação a bruno senna, não sei se estou sendo radical mas, sinceramente, acho que chegou à f1 apenas pelo sobrenome! não tem o dom! importante também de tudo que você falou, não podemos esquecer da excassez de testes, primordiais no desenvolvimento dos futuros pilotos!
Ju, cara recém companheira de velocidade! Gostei demais de seus comentários, legítimos de uma autêntica conhecedora e apaixonada pela Fórmula 1.
Quanto ao papel do piloto brasileiro Rubens Barrichello, ressalto o respeito que conquistou em todo o mundo e sua indiscutível fama de um grande acertador de carros, além de reconhecido por sua habilidade em pistas molhadas e excelente ritmo em corridas. Alguns dons que podem não ter lhe rendido um título mundial, mas que tem seu valor reconhecido. Permanecer mais de 17 anos em qualquer modalidade esportiva “top” de alta competitividade sem dever nenhum favor por sua posição e sem força maior de um patrocinador padrinho, prova que o conceito atribuído à sua carreira, principalmente no Brasil, de um piloto medíocre, é o fruto de influência midiática que estabeleceu perspectivas incorretas cujos objetivos pela manutenção de audiência foram desesperadoras.
Só para resgatar um pouco da história, de 20 anos atrás, se alguém ainda lembra de Ricardo Patrese e Gehard Berger, pilotos gabaritados e admirados em todo o mundo e que marcaram suas histórias mesmo sem conquistar 1 único título mundial na categoria e que tiveram carreiras duradouras na Fórmula 1, podemos considerar que Barrichello fez muito, mas muito mais pelo automobilismo e o fato de ser brasileiro, deveria, no mínimo, encher-nos de orgulho.
Seu valor técnico para uma equipe de Fórmula 1 foi provado com a renovação merecida de contrato com a Williams para a temporada 2011.
Ju, continue nos abastecendo com informações e análises sensatas como essa para diminuir a carência pela categoria até a próxima temporada. Beijos!
Obrigada, Elton, seja bem-vindo.
Parece que você adivinhou sobre o que eu ia escrever: o poder do discurso na concepção que o público tem da F1. Não sei se você já viu, mas faço análises das transmissões brasileira, espanhola e inglesa (devo postar amanhã a de Abu Dhabi) e é impressionante como os comentários nos blogs estão diretamente condicionados ao que se diz na TV – mesmo aqui, onde muitos xingam Galvão e cia., mas repetem seu discurso.
Há mais formas de vitórias que títulos e o Rubens é prova disso, você está certo. Só acho que ele colabora muito com esse discurso contrário a ele. Tivesse mantido a boca mais fechada e trabalhado, acredito que teria mais respeito.
tenho que da ros parabéns por blog tão rico de informações. como torcedor da Williams,ver esses dados mostra o que digo as vezes no meu blog, que acho que Hulke e Rubens fizeram uma dupla mto boa,acho qu eisso se torna mais latente no GP da Italia. Hulkenberg se foi e as epseranças estão com Barrichello novamente.
enfim,parabéns pelo blog e por essa analise precisa e cirurgica sobre a dupla de pilotos que tanto torci esse ano, visitarei sse espaço mais vezes. bjs
Obrigada. Agradar torcedor não é fácil! Mas é com certa tristeza – acredito que seja para você também – que vejo a Williams nas mãos de um Maldonado da vida.