Nos acostumamos a ver acordar para ver o GP da Bélgica sem saber bem se seria um dia de verão ou uma chuva gelada, uma incerteza que já deu tanta emoção a esta prova.
AQUI OS HORÁRIOS DA TRANSMISSÃO DO GP DA BÉLGICA
E já seria divertido de qualquer maneira, no sobe e desce na Floresta das Ardenas.
Qual é o melhor acerto para a pista de Spa-Francorchamps
A grande característica da pista em termos de acerto do carro é a dificuldade para os engenheiros equilibrarem a necessidade de usar mais ou menos asa.
Ou seja, a dúvida é apostar em uma configuração aerodinâmica de maior carga aerodinâmica, visando proteger os pneus e ter um melhor desempenho nas curvas do segundo setor. Ou menos asa para que o carro ofereça menos resistência ao ar nas retas do primeiro e terceiro setores.
Não há só uma resposta para isso. O melhor é explorar a qualidade de seu carro. Se ele já gera menos arrasto, o melhor é apostar em maximizar isso. Se ele é melhor em curvas de alta e média velocidade, não faz sentido desperdiçar isso e usar pouca asa.
A cambagem negativa também ajuda os pneus a lidarem melhor com as curvas rápidas de raio longo, da mesma forma como em Silverstone.
Ultrapassagens no GP da Bélgica
Como os carros usam menos pressão aerodinâmica que o normal, o palco do GP da Bélgica também é uma das pistas em que é mais fácil ultrapassar. Isso abre possibilidades de recuperação durante a corrida. Comprovando essa teoria, apenas para ficar nas etapas mais recentes na história, Kimi Raikkonen venceu depois de largar em sexto em 2009, Daniel Ricciardo ganhou saindo de quinto no grid em 2014. E Max Verstappen teve uma atuação de gala ano passado, largando com 12 carros a sua frente e, mesmo assim, vencendo.
Inclusive, é curioso como em várias oportunidades valeu mais a pena não largar da pole position. Isso porque o pole fica muito exposto a um ataque na freada da Les Combes (curva 5), mesmo antes de o DRS poder ser acionado.
Esse é o grande ponto de ultrapassagem da pista, mas não é o único. A curva 1 (La Source) e a última chicane também são bons pontos de ultrapassagem. E já vimos algumas manobras ousadas na Blanchimont e até na Pouhon, uma das curvas mais desafiadoras do calendário.
O GP da Bélgica foi um dos que tiveram maior número de ultrapassagem em 2022, 61. Em 2023, foram 75, mesmo com a prova sendo em um final de semana de sprint, mas também muito em função do clima variável ao longo dos três dias de ação. As novas regras também ajudam especialmente neste tipo de circuito.
Qual é a melhor estratégia no GP da Bélgica
A Pirelli tem levado a Spa os pneus do meio da sua gama desde 2020 depois que ninguém usou o C1 na corrida de 2019. Mesmo com pneus menos duráveis, era possível fazer três quartos da prova com o composto mais duro disponível se o ritmo fosse administrado.
É claro que a coisa muda de figura se você tem de lutar com alguém com uma estratégia diferente, pois as ultrapassagens não são difíceis. A falta de aderência de um pneu muito usado vai atrapalhar na Eau Rouge-Raidillon, e o piloto será presa fácil na reta. Não coincidentemente, três estratégias diferentes foram usadas pelos três primeiros colocados de 2022.
Em 2023, com a temperatura ambiente amena, em 20ºC, o pneu duro só foi usado por Lando Norris, e acabou com a corrida do inglês.
Outra característica marcante do GP da Bélgica é a instabilidade do clima. A pista fica no meio da floresta das Ardenas, e raramente um dia de verão (nem sempre quente) passa sem chuva em algum momento.
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Junte-se a isso os mais de 7km de extensão do circuito, e a possibilidade de a chuva cair primeiro apenas em um trecho e o restante continuar seco é grande. Outra dificuldade trazida pela extensão é que, se o piloto resolver não parar e a chuva apertar ou parar, a volta é longa e ele perderá muito tempo. Então as equipes espalham spotters na pista para entender rapidamente qual é a condição de pista.
Como foi o GP da Bélgica em 2023
Um final de semana com chuva em vários momentos, temperatura baixa, com a cara do verão belga. O grid estava bagunçado, Verstappen se viu em sexto por uma troca de câmbio. Mas foi passando um a um e entrou em uma liga só dele quando colocou os pneus médios na volta 14, superou o companheiro Perez na volta 17. Ganhou com 25s de vantagem.
A McLaren teve lampejos fortes em Spa, principalmente quando choveu ou quando a garoa veio, já que estava com mais carga aerodinâmica. Piastri foi segundo na sprint, inclusive. Mas ficou na primeira volta na corrida, enquanto Norris tinha um GP desastroso.
As mudanças climáticas e o final de semana de sprint bagunçaram o grid atrás das Red Bull, com várias equipes pecando no acerto dos carros. Charles Leclerc foi um distante terceiro e a segunda metade do top 10 teve cinco times diferentes, em uma prova bem movimentada, com direito a garoa no meio.
3 Comments
Na vdd, as últimas corridas de Kimi em Spa tem sido bem modestas – em que pese os acidentes na primeira curva em 2016, 2018 e 2019.
Desde o seu retorno à categoria, o melhor resultado foi um terceiro em 2012. A última corrida boa realmente dele lá considero 2014, quando foi 4o (sua melhor posição no ano).
A conhecemos por este espaço. Todos já escreveram sobre a não corrida, menos vc. Imagino que hj suas atribuições sejam bem maiores, então…..
Oi Salatiel, obrigada pelo comentário. Hoje minha prioridade teve de ser um belo banho quente depois de passar 5h na chuva com 12 graus de temperatura ambiente. Espero que entenda.