O GP do Canadá é daquelas corridas em que, mesmo se nada estiver acontecendo, é melhor não desgrudar os olhos da TV. Tudo pode mudar em um instante.
Muros próximos e velocidades relativamente altas, somadas a áreas de escape que punem erros e um traçado que oferece chances de ultrapassagem são um combo e tanto para uma corrida de Fórmula 1. Para completar, o tempo em Montreal, palco do GP do Canadá, muitas vezes prega suas peças.
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Qual é o melhor acerto para a pista de Montreal
Carro mais macio para os pilotos poderem atacar mais as zebras, e para que eles não sofram tanto caso haja (ou melhor, quando houve) algum toque leve no muro. Neste sentido, parece com Mônaco, mas a configuração é de muito menos pressão aerodinâmica. Caso contrário, os pilotos viram uma presa fácil na longa reta. Neste sentido, a pista é mais parecida com Baku.
Outro ponto importante na configuração do carro para o GP do Canadá são os freios. São quatro zonas mais críticas (as curvas 6, 8, 10 e 13) e os freios são acionados outras três vezes. No final das contas, passa-se quase um quarto do tempo de volta freando.
Então, o desafio é manter os discos de freio bem refrigerados para diminuir seu desgaste. Além disso, podem acontecer problemas no brake-by-wire e na recuperação de energia do MGU-K, como a Mercedes viveu em 2017.
Ultrapassagens no GP do Canadá
São vários os pontos de ultrapassagem no Circuito Gilles Villeneuve, uns mais convencionais do que outros. O mais comum é ver manobras na grande reta que antecede a reta principal. Caso o carro não tenha tanta velocidade final, o melhor é tentar mergulhar, por dentro ou por fora, no hairpin.
Outra tática é usar o retão para se aproximar, fazer a última chicane bem próximo, usar o DRS, e tentar uma manobra na primeira curva. Mas não é incomum ver gente escapando da pista ou rodando ao tentar dividir as primeiras curvas do circuito.
Também é possível tentar uma saída melhor desta primeira parte e buscar decidir na freada da primeira chicane. Mas não há muito espaço e os muros estão próximos.
Qual é a melhor estratégia no GP do Canadá
O GP do Canadá é daqueles que abrem a possibilidade de os estrategistas arriscarem mais, por uma série de motivos. Primeiro, é uma pista em que é possível ultrapassar. Segundo, a perda de tempo no pitstop é uma das menores da temporada. Terceiro, é uma corrida que costuma ser neutralizada pelo Safety Car. Isso sem falar na chuva, que tantas vezes deu as caras no final da primavera de Montreal.
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A quase certeza de que a prova terá pelo menos um Safety Car não influencia apenas a estratégia do ponto de vista das trocas de pneus. Em Montreal, dá para fazer a corrida até com tranquilidade com 105kg de combustível, mas é normal que as equipes arrisquem largar com menos. Isso porque eles calculam que ganham mais tempo estando leves ao longo da corrida. Mas é claro que, se não houver SC, os pilotos têm de economizar durante a corrida.
Como foi o GP do Canadá em 2023
O GP do Canadá foi daquelas provas na primeira metade da temporada que deram a impressão de que os rivais se aproximariam da Red Bull. A Aston Martin tinha acabado de trazer uma grande atualização. A Mercedes, também. Fernando Alonso foi segundo, Lewis Hamilton foi terceiro. Mas esse desenvolvimento não foi linear para ninguém exceto a McLaren, que estava muito atrás. A pista ondulada e a temperatura baixa acabaram ajudando os rivais em Montreal a chegarem a menos de 10s de Max Verstappen.
Ele começou a construir esse resultado com uma pole position que poderia muito bem ter escapado das suas mãos, com uma classificação complicada pela chuva e uma bandeira vermelha. Ele manteve a posição na largada e teve a sorte de ver Hamilton, e não Alonso, em segundo, em uma tarde na qual a Aston Martin era mais rápida que a Mercedes.
Alonso passou Hamilton, mas Verstappen foi abrindo aos poucos, enquanto o espanhol ouvia mensagens para economizar combustível. E a corrida terminou assim. Mais atrás, Perez largou só em 12º, sofrendo para colocar temperatura nos pneus no sábado, e chegou só em sexto, atrás das duas Ferrari.
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