Que o trio pneus Pirelli, asa traseira móvel e Kers vem dando altas doses de imprevisibilidade às corridas de 2011, ninguém duvida. Mas qual é o impacto real das novidades em sua função, o número de ultrapassagens? Enorme. Tanto, que os recordes históricos de número de ultrapassagens foram quebrados em duas das três etapas até aqui. E isso sem nenhum Safety Car ou interferência da chuva.
A temporada de 2011 começou com 29 ultrapassagens em Melbourne, onde a média em corridas no seco é de 16,3. Na Malásia, foram 56 manobras, o recorde do circuito, que estreou em 1999 – a maior quantidade até então havia acontecido no GP de 2001, com 44 trocas de posição na pista, debaixo de chuva. E, na China, novamente a categoria superou suas marcas anteriores: 85 ultrapassagens, contra 83 contabilizadas ano passado, numa prova que contou com condições climáticas variadas e a intervenção do carro de segurança.
Em relação ao ano passado, quando já tivemos um aumento significativo do número de manobras, 547 contra 244 de 2009 – excluindo as sofridas pelos pilotos das equipes novas, o número cai para 267, mas ainda é o maior desde 2007 – a média das primeiras provas já subiu em 33,4. Foram 170 manobras até agora, ou seja, 31% do total de 2010 após pouco mais de 15% do campeonato disputado. Os dados são do ótimo Clip the Apex.
O melhor dos números é o aumento da disputa nas primeiras posições. As médias dos últimos anos, especialmente de 2006 para cá, não são particularmente ruins. O problema é que as trocas de lugares ficavam restritas ao meio do pelotão.
Em 2011, apenas nestas três primeiras corridas, tivemos mais ultrapassagens pelo segundo e terceiro lugares que por toda a temporada de 2010.
Ultrapassagens por posição ganha
1º 3
2º 5
3º 7
4º 5
5º 10
6º 15
7º 7
8º 8
9º 15
10º 10
11º 12
12º 6
13º 10
14º 9
15º 10
16º 6
17º 4
18º 9
19º 7
20º 5
21º 4
22º 3
23º 0
Ultrapassagens por posição ganha em 2010
1º 5
2º 3
3º 6
4º 9
5º 20
As 15 manobras de Webber ajudaram bastante as marcas da Red Bull, que conta com o maior saldo entre as equipes, enquanto a Renault, muito em função da péssima corrida na China (Nick Heidfeld levou 10 e Vitaly Petrov, 6), foi mais ultrapassada até que a Virgin.
2 Comments
Briga pela ponta sempre foi agradável. Seria muita leviandade estipular números para o “mais” importante entre os três fatores (Pirelli,/KERS/ATM), mas tudo leva a crer que os pneus sejam o ator principal, afinal seu desgaste variado e abrupto, tende a aproximar os carros, facilitando o trabalho do KERS e da ATM. Fica a dúvida cruel: será que as procissões a la Bridgestone, permaneceriam com KERS e ATM? Imaginemos esse foguete da RBR com os pneus super duráveis, tendo a possibilidade de fazer as famosas voltas voadoras! Acredito que seria ainda mais cruel com a concorrência!
A quantidade maior de ultrapassagens torna a F1 divertida para quem assiste e para quem pilota.
Pode até ser um pouco artificial, mas é muito melhor do que procissão de carro. E pelo menos até agora, tem dado chance para um carro inferior se sobrepor a um carro superior devido à sua melhor estratégia.
Pelo menos não falta assunto para a gente discutir e se divertir durante a semana.