Felipe Massa | Fernando Alonso | |
Posição de largada | 5º | 4º |
Tempo na classificação | 1min37s535 | 1min37s454 (-0s081) |
Posição de chegada | 5º | 2º |
Perda em relação ao líder | 51s705 | 10s891 (-40s814) |
Pit stops | 3 | 3 |
Ao contrário do que aconteceu em outras etapas neste ano, Felipe Massa ficou mais perto de Fernando Alonso na classificação do que na corrida. O piloto brasileiro conseguiu, ao contrário do companheiro, melhorar na segunda tentativa no Q3 e ficou a menos de um décimo do espanhol. No entanto, à exceção do primeiro stint, seu ritmo foi bastante inferior durante a prova. Tanto, que a diferença, que era de 4s345 após as 13 primeiras voltas, se tornou mais de 40s ao final de 57.
O próprio brasileiro admitiu que não se sentiu confortável com seu segundo jogo de pneus macios, com os quais perdeu cerca de 10s em relação a Alonso.
Mais 4s495 dessa diferença devem ser creditados aos problemas que Massa teve em seu segundo pit stop. Com isso, a distância no início de seu terceiro stint, na volta 32, já era de 26s285. E subiu para 39s668 no início da sequência de voltas com o pneu médio.
Observando os stints de Massa, a impressão é de que o brasileiro passa a sofrer com a degradação antes de seu companheiro. O piloto fez sequências de 15, 16, 17 e 9 voltas, enquanto seu o espanhol optou por 14, 15, 16 e 12, o que denota uma preocupação da equipe em relação a seu desempenho com a borracha mais dura que, com essas três voltas a menos, acabou sendo igual ao de Alonso – uma vez que a diferença entre os dois só flutuou em cerca de um segundo no final do último stint.
O ponto crucial da prova dos dois foi a largada. Massa teve um início sensacional, mas parou na cautela de Webber, enquanto Alonso, do lado sujo do grid, teve uma saída mais lenta e uma ótima segunda fase, conseguido colocar-se logo atrás das Red Bull.
Outro ponto importante é o grande ritmo de corrida de Alonso, em certos momentos mais rápido até que as Red Bull. O fato de manter-se a menos de um segundo de Mark Webber por grande parte da prova denota que tinha rendimento superior ao menos que o australiano. Porém, quando ficou no mano a mano com Vettel, os dois viraram tempos idênticos. Com os pneus médios, no entanto, seus tempos caíram em relação ao alemão e o espanhol perdeu cerca de 2s para o líder nas últimas nove voltas.
É de certa forma encorajador e temerário para a Ferrari. Ainda que Alonso tenha terminado a corrida a 10s do líder, mesmo tendo levado 0s5 na classificação, esses cerca de dois décimos por volta perdidos com o pneu médio em uma pista com temperatura nas alturas mostram que os problemas com os compostos mais duros não foram totalmente superados.
5 Comments
Poderia explicar como interpretar o gráfico? O que é o eixo Y? O que é possível obter de informação dele?
Parabéns pelo blog!
O gráfico compara os tempos de volta. À esquerda, está o tempo em segundos e embaixo, o número de voltas.
Julianne,
Os problemas do Massa parecem já ter começado na classificação no sábado. No Q1 ele teve que fazer uma tentativa extra para não ser degolado logo de cara, pois o seu tempo com pneus médios não foram o suficiente. Se não me engano, no Q2 ele fez 2 tentativas em cima de um jogo de pneus macios. E no Q3 novamente 2 tentativas com pneus macios.
Então faltou pneu para a corrida. Além da equipe optar por esticar os stints com os macios para minimizar o tempo com os médios, mesmo passando um pouco da hora ideal de troca, como é possível ver pela curva ascendente dos tempos no final de cada stint.
Outro ponto interessante é observar as 2 ou 3 primeiras voltas do Alonso após as trocas, são sempre mais lentas, o que indica que ele toma mais cuidado no aquecimento e com isso preserva melhor os pneus. Já o Massa parece não tomar esse cuidado, ele acelera logo de cara e os tempos pioram à partir da 4ª volta.
Esses pequenos detalhes parecem ser o Calcanhar de Aquiles do Massa que o diferenciam do Alonso.
Massa usou um jogo de pneus macios no Q1, voltou com o mesmo no Q2, e depois fez duas tentativas no Q3, com seu segundo e terceiro jogos. Dos pilotos da ponta, ninguém tinha jogos novos nesta corrida – a maioria usou um jogo no Q2 e dois no Q3.
Então, se ele tinha uma desvantagem, era de três voltas em um dos jogos e uma em outro – porque Hamilton, Alonso e Vettel abortaram suas últimas voltas.
Até por isso, a estratégia da Ferrari parece mesmo voltada exclusivamente a evitar que ele andasse com o médio, porque caso estivessem preocupados com esse pneu macio mais utilizado, poderiam deixá-lo menos tempo na pista com ele. Aliás, até o fato dele ter entrado para aquela segunda tentativa no Q1 mostra sua dificuldade com o médio.
Também tenho percebido esse cuidado do Alonso. Até para sair do pit, ele não acelera com tudo. Parece que a questão desses primeiros momentos com os pneus é que, se você forçar logo de cara, aquece ele de forma desigual e ele se desgasta.
A obrigatoriedade de usar os dois tipos de pneus somente deixa claro o quanto é importante uma equipe ter um bom time técnico. Do lado esportivo, a regra é tosca, mas para o lado técnico é um grande desafio.
O carro tem que funcionar bem com os dois tipos de borracha já que por melhor que o piloto seja, não vai conseguir carregar o carro nas costas quando estiver calçado com os pneus menos favoráveis.
A Ferrari deve sentir saudades da época que era “cliente preferencial” da Bridgestone…