F1 O casamento perfeito de Mercedes e China - Julianne Cerasoli Skip to content

O casamento perfeito de Mercedes e China

A cada corrida que passa parece que sabemos menos sobre essa temporada da F-1. O carro que virava presa fácil para os rivais depois de oito, nove voltas nas duas primeiras provas consegue a vitória – e com uma parada a menos que as poderosas McLaren.

Alguns fatores podem ter contribuído para essa mudança repentina, como as temperaturas mais baixas, o fato do traçado na China sobrecarregar mais os pneus dianteiros do que os traseiros, o grande terror do W03 e melhorias no acerto do carro e na sua interação com o duto passivo.

Isso porque o duto não apenas ajuda estolando a asa dianteira quando os pilotos ativam o DRS, mas também ao permitir que os carros privilegiem a geração de pressão aerodinâmica no acerto, pois têm de se preocupar menos com a resistência do ar nas retas. Ou seja, o carro também fica mais eficiente em setores de curvas e a Mercedes parece ter otimizado esse equilíbrio.

Esse casamento perfeito entre o W03 e a China deu a primeira vitória de Rosberg em sua 111ª tentativa, colocando-o próximo de nomes como Barrichello, Button e Webber, pilotos que também demoraram para estrear no lugar mais alto do pódio. Outro exemplo disso é seu pai, Keke, que venceu apenas na quarta temporada – o primeiro ano em que teve carro competitivo e no qual conquistou seu título mundial.

Que isso fique guardado como curiosidade por enquanto. Colocar Rosberg e Schumacher na luta pelo título parece prematuro. E o GP do Bahrein, se de fato acontecer, será um bom teste, pois levará o W03 a um ambiente inóspito para suas características.

Prematuro, também, seria tirar a Red Bull da jogada. Ficou óbvia a importância da equipe melhorar a classificação – quem diria! – mas um dado da corrida de hoje é um bom exemplo de como é complicado fazer previsões com um grid tão apertado: os pneus de Kimi Raikkonen acabaram a dez voltas do final; na volta seguinte, havia sido superado por quatro carros, na outra, por outro seis, e perderia ainda mais dois postos até o final da prova.
É incrível que tenhamos, após mais de 50 voltas, um pelotão tão compacto lutando por posições. E isso faz com que os detalhes (novamente eles), como estratégia, manejo dos pneus, acerto específico para cada pista, provoquem essas oscilações a cada domingo.

3 Comments

  1. Ju, tendo em vista a melhora do rítimo de corrida da Mercedes(surpreendente), Raikkonen trabalhou como “escudeiro” da Mercedes hoje, kkkkk.

  2. Este início de campeonato tem se mostrado muito equilibrado, graças à estabilidade das regras e à proibição do difusor soprado o que fez nivelar para baixo o desempenho das equipes. E parece que isso deve continuar até chegar a etapa europeia quando as equipes mais ricas devem ter o benefício de um ritmo maior de desenvolvimento dos carros.

    Bom para o campeonato que se mostra mais interessante do que o do ano passado e o passeio da RBR. Aliás, quem parece ter se recuperado foi o Webber, mostrando-se superior e confiante em relação ao Vettel.

    Torcer que a próxima corrida seja emocionante no autódromo e sem problemas fora dela.

  3. Ju,

    Incrível como os pneus estão fazendo mais diferença agora do que no ano passado.
    Na verdade, agora eles parecem muito mais imprevisíveis.
    Desta vez eles parecem mais sensíveis não só ao estilo de pilotagem, mas também ao tipo de acerto do carro e a temperatura da pista por exemplo, funcionando bem numa janela ótima super pequena.
    Como explicar a degradação excessiva de Kimi ou mesmo a de Vettel (domador de pneus em 2011) a 2 voltas do final da prova? Ou ao ritmo fraco de Kobayashi em relação a Pérez na primeira metade da prova e o inverso na metade final?
    Falando nisso, Mercedes (devoradora de pneus) e Sauber inverteram os papéis na corrida. Ou será que andar ‘de cara pro vento’ faz tanta diferença mesmo?


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