F1 A asa da Lotus e a chave do campeonato - Julianne Cerasoli Skip to content

A asa da Lotus e a chave do campeonato

Os mecânicos alinhados na frente do carro de Kimi Raikkonen, estrategicamente posicionados para impedir que imagens fossem feitas do carro eram a senha: a Lotus testava uma daquelas visíveis novidades que chamam a atenção da concorrência.

A vedete da vez foca em uma área bastante explorada pelos engenheiros nesta temporada. Apelidado de DRS dupla, o novo sistema é uma simplificação do que é utilizado pela Mercedes, mas pode ser até mais eficiente.

Quando a asa é acionada, abre-se um orifício por onde o ar é direcionado à lâmina de baixo do aerofólio, de maneira que a estola, ou seja, a torna mais paralela em relação ao solo, reduzindo o arraste aerodinâmico e aumentando a velocidade. Isso é usado apenas quando a DRS está aberta justamente porque essa diminuição do drag desestabilizaria o carro durante as curvas e imita de certa forma o conceito explorado pela McLaren em 2010.

Aquela versão, que incluía a ação do piloto para tapar o orifício por onde o ar era direcionado foi proibida, justamente pelo perigo que representava. No entanto, a tentativa de bolar um mecanismo que permitisse diminuir o arraste apenas nas retas continua sendo uma prioridade dos engenheiros, pois permite que se use uma configuração de asas mais voltada às curvas, uma vez que não é preciso se preocupar se a asa está alta demais para a reta, pois isso será anulado em parte pelo sistema.

No caso da Mercedes, o ar entra pela asa traseira e percorre todo o carro por meio de dutos para estolar a asa dianteira. Complicado e caro para se desenvolver, porque envolve um desenho especial para várias partes do carro para se acomodar tais dutos, a novidade acabou não sendo adotada pelos rivais. A solução da Lotus, no entanto, parece mais simples e possível de ser replicada pelos rivais.

É óbvia a necessidade de se explorar o DRS. Afinal, a maior parte do restante do regulamento está fixa desde 2009 e a grande maioria das equipes já está com seus projetos bastante desenvolvidos. O mais novo do ponto de vista aerodinâmico é justamente o DRS, que começou a ser usado ano passado. Cada vez mais os engenheiros buscam maneiras de tornar seu acionamento mais eficiente.

2 Comments

  1. Julianne que engracado, eu esperei para ver algo sobre a nova asa traseira da Lotus e ninguem disse nada.

    Finalmente vc escreveu algo, como sempre a mais competente, muito obrigado

  2. Se funcionar, acho que será vantajoso apenas em locais pontuais, em que o uso do DRS seja seguido de um trecho de reta ou curva de alta.


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