A Red Bull é líder absoluta do campeonato de construtores e tem o segundo – Webber, com 124 pontos – e terceiro – Vettel, com 122 – colocados entre os pilotos. Ainda assim, convive em meio a um clima de perseguição após uma série de proibições às soluções que tem apresentado nos últimos GPs. Tomada de ar de freios com efeito aerodinâmico, ajuste de altura, mapeamento de motor com ares de controle de tração. Todas as brechas encontradas por Adrian Newey e companhia foram logo consideradas ilegais pela FIA.
A abordagem agressiva da Red Bull no desenvolvimento dá a entender que a equipe acha que está devendo. E, de fato, essa primeira metade da temporada, com “apenas” três vitórias – ainda que ninguém tenha conseguido mais que isso – é o pior momento da equipe nos últimos três anos. Da metade de 2009 até o início deste ano, a Red Bull somava 54,16% das vitórias. E estamos falando em um universo de 48 corridas. Sebastian Vettel, sozinho, venceu perto de 40% dos GPs disputados no período.
A explicação remonta a 2009, ano em que a equipe passou de média a grande, apoiada em uma revolução no regulamento. São nesses momentos que uma cabeça privilegiada como a de Adrian Newey se fazem mais primordiais e, com a estrutura construída nas três temporadas anteriores, lançou a base da família cujo bisavô é o RB5.
Mesmo sem contar com o difusor duplo, a Red Bull foi a única a vencer durante o domínio dos Brawn e, quando o carro de Button e Barrichello perdeu fôlego, passou a reinar. Em 2011, com o RB7 totalmente concebido com base no conceito do difusor soprado pelo escapamento, tornou-se um projeto de outro planeta.
O fluxo contínuo de um gás altamente benéfico do ponto de vista aerodinâmico era a base da monstruosidade do rendimento de Vettel, que soube, ao contrário de Webber, adaptar seu estilo de pilotagem às novas configurações, especialmente nas freadas e em curvas de baixa. O difusor soprado gerava mais downforce, melhorava a estabilidade e facilitava o aquecimento de pneus.
Não por acaso, a FIA baniu o sistema, utilizado por diversas equipes, mas dominado apenas pela Red Bull. Como tem sido de praxe, o show sempre tem de sair ganhando e a decisão teve o intuito de igualar o jogo.
Vettel | Webber | |
Pontos (% da equipe) | 122 (49,6%) | 124 (50,4%) |
Melhor resultado | 1º (1x) | 1º (2x) |
Placar em corridas (abandonos) | 6 (1) | 4 (0) |
Placar em classificação | 6 | 5 |
Diferença média em classificação | -0.117 |
De fato, o RB8 nasceu “terráqueo” e a velha disputa interna entre Vettel e Webber reapareceu. O alemão vem fazendo uma temporada correta e parecido mais “humano” do que no inacreditável 2011. É, junto de Raikkonen e Hamilton, um dos pilotos de performance mais consistente ao longo da temporada e dá pinta de que pode fazer frente a Alonso pelo título.
Webber, ainda que esteja à frente do companheiro, como em boa parte de 2010, não desperta tanta confiança. Capaz de finais de semana dominantes como em Mônaco, se apaga sem maiores explicações, a exemplo do que vimos nos últimos dois GPs. Precisa subir ao pódio mais vezes – só estourou a champanhe quando venceu – para lutar até o final pelo título.
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Vettel disse que a Ferrari possui o melhor carro, discordo, pois os números mostram que a RBR é o carro à ser batido, o qual possibilita seus dois pilotos pontuar, e bem.