F1 Mais asa + Monza + tráfego - Julianne Cerasoli Skip to content

Mais asa + Monza + tráfego

Vettel fez sucesso em 2011 com mais carga aerodinâmica. Será que dá para repetir a dose?

Ok, Alonso teve um problema de suspensão na última fase da classificação e, antes disso, dava toda a pinta de que fecharia o sábado na pior das hipóteses com um segundo lugar, tendo liderado as duas primeiras partes do treino. Mas talvez a Ferrari tenha saído no lucro, pois foi um outro Felipe Massa que emergiu para posar na foto dos três mais bem colocados pela primeira vez desde o GP do Canadá em 2011, mais de um ano atrás.

Massa andou bem por todo o final de semana em um circuito no qual a confiança é importante a cada freada e no qual tentar guiar mais que o carro geralmente não traz dividendos. Sua maré pode virar amanhã? Vimos essa história diversas vezes no esporte, mas Felipe parece se reconstruir a cada sinal de que pode acompanhar os mais rápidos do grid – e batê-los em algumas oportunidades, como já fez em outros tempos. “É muito importante do lado psicológico, mas do lado da equipe também. No final das contas, você pode ser o cara mais bacana, mais bonito, e não vai adiantar nada. A gente corre em função do resultado”, reconheceu.

Ajudinhas de vácuo no trabalho de equipe ferrarista à parte – e vale dizer que Massa estava sozinho em sua volta, embasando o argumento de Alonso de que a pole seria plausível – o F2012 nunca se adaptou tão bem a uma pista, talvez só tenha chegado perto em Silverstone. Felipe sabe, portanto, que esta é uma grande oportunidade: na casa da Ferrari, podendo roubar pontos importantes dos rivais do companheiro na disputa pelo título e, de quebra, com condições reais de conquistar o primeiro pódio em quase dois anos.

Seu problema será se defender dos ataques dos rivais. A Ferrari adotou um acerto mais voltado ao segundo e terceiro setores, a exemplo do que a Red Bull fez ano passado. Para compensar a falta de velocidade de reta, priorizou os contornos das Lesmo e da Parabolica. Em teoria, seria uma presa fácil em situação de corrida, mas o segredo quando se adota esta tática é trabalhar com sequências de marchas baixas mais curtas – no melhor estilo ‘quem não tem cão, caça com gato’, significa defender-se da falta de velocidade máxima com uma melhor aceleração, para evitar que o carro que vem atrás consiga o vácuo. Isso explica, por exemplo, por que Alonso é o segundo mais rápido na linha de chegada, pois sua aceleração saindo da última curva é melhor.

Funcionou com Vettel em 2011, mas o alemão só teve de ultrapassar o próprio Alonso, cujas saídas de curva eram muito piores com o 150º Italia. Ficamos sem ver como o carro de Webber se comportaria no tráfego naquela ocasião porque o australiano bateu logo no início. Teremos outra chance amanhã, com Alonso largando em décimo e as próprias Red Bull mais atrás. Entretanto, pelo menos em teoria, o que serve muito bem para se defender sem ter velocidade de reta em Monza, não tem a mesma valia para atacar. Com Raikkonen dizendo que o máximo da Renault condiz com o sétimo lugar na tabela de tempos de hoje, o campeonato caminha para um bololô geral antes de Cingapura.

4 Comments

  1. Julianne,

    Historicamente, o Massa costuma largar muito bem e não seria nenhuma surpresa ele cruzar a primeira volta na 1ª posição, porém com um setup que privilegia as curvas e com menor velocidade de reta, seria presa fácil para as McLarens de DRS aberta.

    Será que ele joga para a torcida como o Alonso já fez anteriormente usando todo o KERS na largada?

    Abs.

    • Se encontrar uma brecha, certamente.

  2. Ju, uma dúvida: sobre ter mais ou menos asa, vc sabe se durante a disputa da pole é possível mudar de estratégia, tipo, tirar ou colocar mais asa? Com todas essas novas imposições esportivas, vemos os mecânicos mexer durante as corridas, nas asas dianteiras, mas as asas traseiras podem ser modificadas, fica a dúvida!

    • Não, inclusive essa é uma grande dificuldade, pois quem consegue mais velocidade com sua configuração quando o DRS é usado livremente na classificação geralmente bate no limitador (e para de ganhar velocidade na reta) na corrida nas retas em que não se pode usar o DRS.


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