Os pódios nos três GPs da Itália em que pilotou pela Ferrari ajudaram Fernando Alonso a igualar o número de troféus de Ayrton Senna e se tornar o terceiro maior da história no quesito: 80, sendo que o espanhol precisou de 189 GPs para tanto e o brasileiro, 161. Mantendo sua média atual no time de Maranello de quase 53% de corridas terminadas entre os três primeiros, deve precisar de mais cerca de duas temporadas e meia para chegar no próximo da lista, Alain Prost (106 pódios). Só será mais complicada a tarefa de superar o primeiro colocado, Michael Schumacher, que tem 155 troféus em sua singela coleção.
Um fato que não passou despercebido foi a reunião de vítimas de Grosjean na Bélgica celebrando no pódio de Monza. Um pódio formado por três pilotos que não haviam pontuado na prova anterior é algo que provavelmente remonta a 2001, no GP da Espanha, com Montoya, Schumacher e Villeneuve. No Bahrein, em 2010, primeira corrida do ano, Massa, Vettel e Alonso formaram um pódio de pilotos que não haviam pontuado na prova anterior – Abu Dhabi, GP do qual o brasileiro sequer participou.
Em tempos de renovação de contrato, nada melhor que uma vitória dominante para lembrar Lewis Hamilton do privilégio de guiar uma McLaren e vice-versa. Com a primeira conquista em Monza – o 15º circuito diferente em que venceu e onde só havia chegado ao pódio uma vez, em 2007 –, o inglês se tornou o oitavo piloto que mais ganhou por apenas um time. Entre os que nunca mudaram de casa, perde apenas para Jim Clark, embora tenha mais largadas pela McLaren do que o escocês pela Lotus, e se iguala a outro ídolo do time do Woking, Mika Hakkinen.
Pilotos com mais vitórias por uma mesma equipe
Piloto | Equipe | Vitórias | |
1º | Michael Schumacher | Ferrari | 72 |
2º | Ayrton Senna | McLaren | 35 |
3º | Alain Prost | McLaren | 30 |
4º | Nigel Mansell | Williams | 28 |
5º | Jim Clark | Lotus | 25 |
6º | Sebastian Vettel, Damon Hill | Red Bull, Williams | 21 |
8º | Lewis Hamilton, Mika Hakkinen | McLaren | 20 |
Essa foi, ainda, a terceira vitória consecutiva da McLaren, algo que não acontecia desde 2008, com as conquistas de Hamilton na Grã-Bretanha e na Alemanha e de Kovalainen na Hungria. A dobradinha na classificação foi a 62ª na história – e terceira no ano, sendo que em nenhuma oportunidade o sucesso foi repetido na corrida –, fazendo com que a equipe superasse a Williams no quesito. Agora, faltam oito para chegar na Ferrari, que não sabe o que é colocar os dois carros na primeira fila desde o GP da França de 2008.
Outro recorde ferrarista que a McLaren busca é de chegadas consecutivas nos pontos. São 51 no momento, sendo que a maior sequência é de 55. Falando nisso, a Red Bull zerou pela primeira vez desde o GP da Coreia de 2010, 33 GPs atrás. E logo na corrida em que Sebastian Vettel usou sua 50ª pintura diferente no capacete – em 94 largadas. Por isso, o desenho tinha 10 conjuntos de 5 traços no topo. Não superou meu predileto, o “cheguei” de Cingapura 2011. Inclusive, quem se interessar pode ler sobre cada um deles no site do piloto.
Elevado ao terceiro lugar na tabela, Kimi Raikkonen é o piloto com mais provas consecutivas nos pontos, 10. O finlandês tem uma sequência de 21 corridas completadas, desde o GP da Alemanha de 2009, a sétima maior da história.
Nos duelos entre companheiros, Felipe Massa se classificou à frente de Alonso pela primeira vez no ano – e em sua melhor posição desde o GP do Canadá de 2011 –, assim como Narain Karthikeyan superou Pedro de la Rosa. Desde a chegada do espanhol na Ferrari, 51 GPs atrás, o brasileiro largou à frente em nove oportunidades. Já o indiano superou um companheiro pela primeira vez desde que chegou à HRT.
Neste final de semana, tivemos o terceiro piloto a atingir a barreira dos 100 GPs na F-1. Porém, enquanto Lewis Hamilton e Heikki Kovalainen demoraram cinco temporadas e meia para fazê-lo, Pedro de la Rosa levou 14 temporadas para tanto. Estreante no GP da Austrália de 1999, pela Arrows, o espanhol de 41 anos passou ainda por Jaguar e Sauber e foi durante oito anos piloto de testes da McLaren, equipe pela qual ganhou sua chance de ouro em 2006, substituindo Montoya. O segundo lugar conquistado no GP da Hungria naquele ano, com direito a disputa com Schumacher, lhe rendeu até uma placa comemorativa.
Nas arquibancadas, a paixão pela Ferrari é tanta que a impressão é de que ninguém percebeu. Porém, apesar de um grid recheado por sobrenomes como Massa, Senna, D’Ambrosio e Ricciardo, este foi o primeiro GP da Itália sem um piloto italiano desde 1969. A esperança seria Davide Valsecchi, atual líder da GP2 com uma etapa para o final, mas vale lembrar que os únicos campeões ou vices da história da categoria que não conseguiram uma vaga na F-1 foram justamente Giorgio Pantano (campeão de 2008, batendo Glock) e Luca Filippi (que não foi páreo para Grosjean em 2011).
Por outro lado, Monza viu a estreia do primeiro chinês da história da F-1, Ma Qing Hua. Sinal dos tempos?
6 Comments
Olá Julianne, tudo tranquilo? Faz tempo que eu não escrevo aqui. Sempre leio seu blog, e curto muito os números que você coloca. Então Parabéns. Valeu pelo blog!!! Seguinte, esse ano vai dar Hamilton!!! A Mclaren tem um carro melhor para as próximas pistas até o final do ano, pelo menos na minha opinião leiga. E aí, você arrisca palpite?
Sábado estarei firme e forte em Interlagos, para as 6 horas de São Paulo!!! Vocês vão cobrir a corrida né? Então até lá e abraço!!!
Olá Thiago. Acho que, em um campeonato como este, corre-se um grande risco de uma terceira força aparecer e acabar com a festa, pois é difícil o líder marcar todos ao mesmo tempo. Cingapura será importante porque as equipes prometem grandes pacotes.
Que legal que estará em Interlagos neste final de semana. A equipe do site estará lá em peso!
Olá Julianne,
Como sempre estatisticas interessantíssimas, mas permita-me fazer uma pequena correção nesta da 62ª dobradinha da McLaren na 1ª fila e em nenhuma delas convertida em dobradinha na corrida.
Aí despertou a curiosidade e fiu vasculhas o Marlbouro Guid e no GP de San Marino de 1988 Senna e Prost largaram na primeira fila e fizeram dobradinha na corrida. Repetiram o feito no México, Canadá, França, Alemanha, Bélgica, Japão e Austrália, naquele ano mágico da McLaren com o MP4/4, um carro que segundo meu “mestre de automobilismo”, Edgard Mello Filho, o chassi era tão bom que andava até com motor de máquina de costura! Grande Edgard!
Um abraço, Julianne e parabéns mais uma vez pelo seu blog, leitura obrigatória de todos os dias para mim.
Oi Sergio,
Realmente, o texto dá margem a essa interpretação, mas me referia às três primeiras filas deste ano.
De qualquer maneira, os números daquele domínio da McLaren são impressionantes, não? Vi os arquivos de 88/89 para calcular as vitórias de cada piloto pela mesma equipe e é incrível a quantidade de dobradinhas. Dois grandes conjuntos carro/piloto.
Será uma pena para o espetáculo se houver um divórcio Lewis/McLaren. Schumacher – mesmo com toda a sua reconhecida experiência, somada à sua liderança impar – até agora não conseguiu “arrumar” a Mercedes. Não vejo como o excepcional Hamilton conseguiria, pois Alonso está há três anos na superestruturada Ferrari e também ainda não conseguiu colocá-la novamente como vencedora incontestável, ficando dependente apenas do próprio talento. É bem verdade que às vezes as coisas mudam rapidamente, vide o caso Brawn GP, mas as estruturas e as condições vencedoras hoje só se encontram mesmo na McLaren e na Red Bull, esta pelo talento de Newey, onde tudo gira em torno dele. Fora dessas duas, vitórias de outras equipes são apenas circunstanciais, atualmente. Se Hamilton sair, só há dois nomes dignos de pilotarem um McLaren: Raikkonen e Perez. Di Resta é bem fracote e Kovalainen (como alguns já ventilaram) foi um fiasco lá mesmo e na Renault. Hulkenberg na Ferrari deve ser de agrado geral na equipe, para não perturbar o bom andamento dos trabalhos de Alonso, pois no lugar de Massa é o mesmo que trocar seis por meia dúzia. Hulkenberg não conseguiu sequer se impor a um Barrichello em fim de carreira, à exceção daquele brilhareco atípico em Interlagos. Este ano já andou levando passão de Bruno Senna, Senna, um piloto de avaliação controversa.
Julianne,
Meu pitaco está meio fora do post, mas já que você tocou no assunto, será uma pena para o espetáculo se houver um divórcio Lewis/McLaren. Schumacher – mesmo com toda a sua reconhecida experiência, somada à sua liderança ímpar – até agora não conseguiu “arrumar” a Mercedes. Não vejo como o excepcional Hamilton conseguiria, pois Alonso está há três anos na superestruturada Ferrari e também ainda não conseguiu colocá-la novamente como vencedora incontestável, ficando dependente apenas do próprio talento. É bem verdade que às vezes as coisas mudam rapidamente, vide o caso Brawn GP, mas as estruturas e as condições vencedoras hoje só se encontram mesmo na McLaren e na Red Bull, esta pela genialidade de Newey, em torno do qual tudo gira. Fora dessas duas, vitórias de outras equipes são apenas circunstanciais, atualmente. Se Hamilton sair, só há dois nomes dignos de pilotarem um McLaren: Raikkonen e Perez. Di Resta é fracote e Kovalainen (como alguns já ventilaram) foi um fiasco lá mesmo e na Renault. Hulkenberg na Ferrari deve ser de agrado geral na equipe, para não perturbar o bom andamento dos trabalhos de Alonso, pois no lugar de Massa é o mesmo que trocar seis por meia dúzia. Hulkenberg não conseguiu sequer se impor a um Barrichello em fim de carreira, à exceção daquele brilhareco atípico em Interlagos. Este ano já andou levando um passão de Bruno Senna, um piloto de avaliação controversa por muita gente. Eu também não gostaria de ver Perez na Ferrari: seria o estiolamento certo de sua promissora carreira.
No mais, fico impressionado com a meticulosidade de suas pesquisas, trazendo dados tão interessantes à tona, evidenciando o seu trabalho sempre tão ímpar, e com o qual você nos presenteia diariamente. Minha blogueira favorita. (Algo me diz que você avalia Hulkenberg melhor que eu, rsrsrs!).