Se há quatro GPs a diferença de 42 pontos Fernando Alonso em relação a Sebastian Vettel era creditada à falta de abandonos e golpes de má sorte, agora a briga é direta. E com o momento todo favorável ao alemão, primeiro a vencer duas provas seguidas na temporada e agora com quatro pontos a menos.
Ambos demonstraram consistência e adaptabilidade em um ano marcado pelas variáveis trazidas pelos pneus; souberam lucrar com o infortúnio um do outro; tiveram mais abandonos que erros – Alonso na classificação da Austrália e, talvez, ao assumir muito risco na largada do Japão, algo semelhante ao que aconteceu com Vettel na Malásia.
Mas os grandes rivais pelo título têm uma diferença marcante na busca pelo tri: Vettel é competente nas corridas, mas brilha mesmo é nas classificações, enquanto o inverso ocorre com Alonso.
Com exceção do GP da Bélgica, quando teve uma performance, curiosamente, a la Alonso, o alemão não largou abaixo do quinto lugar nas últimas nove provas, sendo que, em três oportunidades, marcou a pole. E, como o GP do Japão, embora a equipe desconverse, mostrou que o time acertou a mão em seu DRS duplo, a tendência é que o piloto voe nas últimas provas. E não é segredo que um grande trabalho aos sábados facilita sua vida nas corridas, pois evita perda de tempo no tráfego e consequente desgaste de pneus, além de diminuir os riscos inerentes ao meio do pelotão.
Por outro lado, em três destas nove oportunidades (desconsiderando abandonos), Vettel terminou a prova em posições piores em relação ao grid de largada. Isso aconteceu com Alonso, que ganha, em média, 3 colocações em relação à largada, por GP, duas vezes em 14 etapas – também sem contabilizar as provas em que não pontuou. A marca do espanhol – e da Ferrari – é crescer em ritmo de corrida. Contudo, mesmo que os italianos estejam certos em sempre repetir que “os pontos são dados aos domingos”, ter de correr atrás do prejuízo envolve mais riscos, especialmente na largada, como o próprio bicampeão descobriu em duas oportunidades.
É óbvio que ter como rival quem, em menos de 100 largadas, é o terceiro maior detentor de poles da história e tem um carro que demonstrou ser rápido nas ruas de Cingapura e nas curvas rápidas de Suzuka não é nada animador para Alonso, mas o ritmo de Felipe Massa no Japão indicou que a Ferrari não está tão longe quanto os resultados recentes sugerem. Com cada um jogando pesado em sua especialidade, que venham os cinco últimos GPs da mais disputada temporada da história da Fórmula 1.
2 Comments
Ju, vc sabe se a Ferrari tem trabalhado no DRS duplo? Ao que parece, esse novo DRS duplo da RBR tem sido o diferencial para os taurinos nas classificações…
Não vi nada nesse sentido. Com o problema de correlação, acredito que fique difícil investir em algo tão aerodinamicamente complexo.