Mais uma corrida acaba com um piloto soltando os cachorros. Desta vez, Jenson Button não apenas criticou Kamui Kobayashi por tê-lo tirado da prova na Coreia, como também aquele que será seu companheiro ano que vem, Sergio Perez. E o inglês, obviamente falando no calor do momento, pegou pesado: “Tem caras que acham que a corrida termina em dois quilômetros. É uma pilotagem fraca para quem está no topo do automobilismo.”
É a mesma bronca de Mark Webber, há uma semana, no Japão, afirmando que Romain Grosjean “está tentando chegar à terceira curva o mais rápido que pode enquanto o resto de nós luta por resultados decentes a cada final de semana.”
Não é de hoje que tem se criando uma ideia de que os pilotos jovens, que vêm da GP2, tendem a ser mais afoitos e a cometer erros bobos, prejudicando a corrida dos demais. Após ser tirado pelo mesmo Grosjean da corrida da Bélgica, Alonso criticou “a cultura da GP2. Vimos acidentes fortes na GP2 e na GP3 e todos os meninos que estão chegando destas categorias têm essa tendência.”
Na ocasião, a opinião do espanhol foi apoiada até por quem veio recentemente da categoria, como Perez, vice-campeão de 2010. “Não sei se é porque não estou mais dentro da corrida, mas não lembro de serem tão loucas e perigosas antes. Eles vão no limite, pilotam como se estivessem em karts.”
Pilotos que estrearam nas últimas temporadas na F-1, com ou sem passagem pela GP2, Bruno Senna e Daniel Ricciardo veem o outro lado da moeda. “Quando você está na GP2, que é o último palco antes da F-1, às vezes você exagera porque tem que se provar”, lembra o brasileiro, enquanto o australiano salienta que essa necessidade continua nos primeiros GPs na F-1 porque “você não tem muitas provas para se firmar.” Ainda que a pressão não dê o direito de ninguém tirar outro piloto da pista, não deixa de ser um ponto de vista a ser considerado, principalmente dentro de uma realidade com poucos testes e muita coisa para os novatos lidarem durante o final de semana de corrida.
Mas será este um problema novo? E mais, será que um piloto que comete muitos erros no início da carreira pode ser imediatamente classificado de barbeiro?
Pilotos arrojados têm histórico de erros no início da carreira. Foi assim com campeões como Senna, Schumacher, Hakkinen e Sebastian Vettel, chamado há dois anos de ‘crash kid’ por Martin Whitmarsh. O próprio Felipe Massa chegou a ser dispensado da Sauber justamente por sua agressividade exacerbada.
Há exageros nas categorias de base? Sempre houve, afinal, elas existem para treinar, também, limites. Claro que há alguns casos irrecuperáveis, outros cujo desenvolvimento é demasiadamente lento mas, antes de crucificar seus meninos, os pilotos deveriam lembrar que há uma diferença, por vezes difícil de enxergar, entre falta de qualidade e falta de experiência.
11 Comments
Monisha Kaltenborn disse em Suzuka, que a permanência de Kobayashi na equipe em 2013 não estaria condicionada ao resultado daquela corrida, pois a Sauber já conhecia Koba muito bem.
Li ainda a pouco em alguns blogs, que já havia um rumor sobre a substituição do piloto japonês ainda nessa temporada.
Concordo com vc, Ju.
Além disso tudo, com a crise econômica e tal, os novatos de hoje correm muito mais pressionados que antigamente, tendo que provar a cada corrida de que são dignos de estarem na F1 e do investimento que lhes é dado.
Imagino a pressão em cima do Kobayashi, que mal tem suporte financeiro. Ele está sempre com a corda no pescoço. Neste ano, foi o único erro dele na primeira volta, e o pessoal já cai em cima.
Imaginem se ele tivesse fazendo as barbeiragens do Grosjean ou mesmo do Schumacher. Já teria sido expulso da F1.
Acho os erros do velho alemão até piores, mas claro que nenhum piloto pode falar nada a respeito de um heptacampeão.
No calor do momento, até “lordes” como o JB soltam dessas.
Abs
“…estivesse fazendo…” (ops)
//////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////Vamos ver se o sistema capta desta vez.
Julianne,
A bem da verdade, desde priscas eras sempre houve pilotos mais propensos a acidentes que outros. Geralmente pertencem à turma que NÃO fica cozinhando o galo em banho-maria: os chamados “cerebrais” e quejandos, que deixam os outros “se matarem” lá na frente e depois se apresentam no lugar certo e na hora certa, para herdarem posições, fazendo um automobilismo de resultados e burocrático, insosso e sem emoção. Lembro-me que bem lá no início dos anos 70, (acho que foi em 72/73) Jody Schekter “derrubou” quase a metade do grid logo depois da largada, em um GP da Inglaterra. Foi um dos acidentes mais espetaculares de toda a história da F 1. Schekter batia muito no começo, mas depois viria a ser campeão mundial em 1979. Na minha opinião, o que é um absurdo e deve ser punido com muito rigor são as imprensadas contra o muro, quaisquer que sejam elas, mas em especial nas largadas, pelos perigos óbvios que implicam. As largadas sempre são momentos tensos, e até gente do calibre de Alonso e Raikkonen às vezes se enrosca, como aconteceu recentemente no Japão, por exemplo.
Hamilton mostrou ontem o quanto é “tough” no duelo que manteve com Raikkonen, com um carro já capenga. Devolveu a ultrapassagem sem DRS, em uma curva. E ainda conseguiu segurar Ricciardo quando seu carro já estava em seus estertores. Acho que veremos mais do gênero quando estiver na Mercedes. Lamentável se tivermos uma F 1 ano que vem sem pimenta, isto é, sem Koba-Mito.
////////////////////////////// Teste. “Detectado comentário repetido, parece que você já disse isto.” Lei da Implicância Natural das Coisas se este for captado.
Hahahahahaha, não tem jeito mesmo.
Isso é muito estranho! Será que não daria certo conectando-se com outro email?
Julianne,
A bem da verdade, desde priscas eras sempre houve pilotos mais propensos a acidentes que outros. Geralmente pertencem à turma que NÃO fica cozinhando o galo em banho-maria: os chamados “cerebrais” e quejandos, que deixam os outros “se matarem” lá na frente e depois se apresentam no lugar certo e na hora certa, para herdarem posições, fazendo um automobilismo de resultados e burocrático, insosso e sem emoção. Lembro-me que bem lá no início dos anos 70, (acho que foi em 72/73) Jody Schekter “derrubou” quase a metade do grid logo depois da largada de um GP da Inglaterra. Foi um dos acidentes mais espetaculares de toda a história da F 1. Schekter batia muito no começo, mas depois viria a ser campeão mundial em 1979. Na minha opinião, o que é um absurdo e deve ser punido com muito rigor são as imprensadas contra o muro, quaisquer que sejam elas, mas em especial nas largadas, pelos perigos óbvios que implicam. As largadas sempre são momentos tensos, e até gente do calibre de Alonso e Raikkonen às vezes se enrosca, como aconteceu recentemente no Japão, por exemplo.
********************************************************************************************************************************
Julianne, (vamos ver esse vai).
A bem da verdade, desde priscas eras sempre houve pilotos mais propensos a acidentes que outros. Geralmente pertencem à turma que NÃO fica cozinhando o galo em banho-maria: os chamados “cerebrais” e quejandos, que deixam os outros “se matarem” lá na frente e depois se apresentam no lugar certo e na hora certa, para herdarem posições, fazendo um automobilismo de resultados e burocrático, insosso e sem emoção. Lembro-me que bem lá no início dos anos 70, (acho que foi em 72/73) Jody Schekter “derrubou” quase a metade do grid logo depois da largada de um GP da Inglaterra. Foi um dos acidentes mais espetaculares de toda a história da F 1. Schekter batia muito no começo, mas depois viria a ser campeão mundial em 1979. Na minha opinião, o que é um absurdo e deve ser punido com muito rigor são as imprensadas contra o muro, quaisquer que sejam elas, mas em especial nas largadas, pelos perigos óbvios que implicam. As largadas sempre são momentos tensos, e até gente do calibre de Alonso e Raikkonen às vezes se enrosca, como aconteceu recentemente no Japão, por exemplo.
Pois é, aucam, diz o Piquet que o Andrea de Cesaris era dose na largada… Mas se bem o de Cesaris não conquistou muita coisa mesmo.
O interessante é que a F1 hoje meio que reflete o que acontece no mundo “real”: ninguém tem muito tempo de maturar nada, logo já se espera do sujeito uma postura de vencedor, de bem sucedido, de topo de carreira. todo mundo tem que ser um líder, e todo mundo já quer estar no topo antes do 25, 30 anos. se não conseguir, é um fracassado.
ainda bem que não preciso mais me preocupar muito com isso… mas a turma mais nova, esse povo está à mercê dessa situação, não é?