F1 Um olho em 2013, outro no futuro - Julianne Cerasoli Skip to content

Um olho em 2013, outro no futuro

Há quatro anos...

A temporada 2013 nem começou e as equipes parecem obcecadas com o ano que vem. Não é para menos. Afinal, desde 2009 a Fórmula 1 não passa por uma revolução tão extensa nas regras – na verdade, para o diretor técnico da Lotus, James Allison, as alterações de 2014 serão ainda maiores.

Os carros sofrerão várias alterações conceituais: o efeito aerodinâmico do escapamento não será o mesmo devido ao uso do turbo e pelas modificações no posicionamento das saídas – na prática, o uso aerodinâmica do efeito Coanda será coibido; as dimensões da asa dianteira serão outras, influenciando o fluxo de ar do carro todo; a asa traseira também será diferente. Isso, sem contar na nova unidade de potência, integrando um ERS com o dobro de potência ao motor turbo, que traz, entre outras questões, desafios de refrigeração.

Por isso, algumas equipes começaram a trabalhar nos modelos ainda em 2011 e ano passado já dividiram sua estrutura ao meio para garantir que acertarão a mão. Isso é capital porque grandes mudanças de regras servem para chacoalhar a relação de forças – e não apenas em 2014: quem começar um passo à frente, ganha uma vantagem importante, que pode resultar em uma era de domínio.

Foi o que aconteceu em 2009, quando houve uma tentativa de reduzir consideravelmente o efeito da aerodinâmica nos carros. Enquanto McLaren e Ferrari lutavam palmo a palmo pelo campeonato de 2008, a Honda usava dois túneis de vento – sendo um deles em escala de 100%, algo inclusive proibido hoje – e a Red Bull aproveitava suas instalações e grupo técnico reestruturados para focar exclusivamente no modelo do ano seguinte.

Quando chegaram ao GP da Austrália, McLaren e Ferrari perceberam o preço que pagariam por levarem o desenvolvimento do modelo anterior até a última etapa: os ingleses não passaram do Q2 e os italianos levaram 0s8 do pole, atrás de Brawn, Red Bull, BMW e Williams. De lá para cá, vêm correndo atrás do prejuízo.

Correndo atrás da Red Bull, porque a Brawn ficou pelo caminho. A equipe que surgiu como um foguete após a saída da Honda herdou um projeto milionário, mas não conseguiu manter-se na ponta por duas questões: seu carro era baseado no difusor duplo, uma brecha no regulamento que seria fechada no ano seguinte e, pior, não havia mais dinheiro e estrutura para continuar o desenvolvimento. Ambos os fatores sobraram na Red Bull, que viu um Adrian Newey cheio de recursos cavar buraco atrás de buraco nas regras para usufruir daquela vantagem obtida em 2009 – e até aumentá-la em 2011.

Ano que vem, veremos o resultado de outra batalha de estruturas e competência técnica para enxergar além do óbvio. Porém, o que fazer se o carro de 2013 nasce bem e o título é disputado até o final? Saber até que ponto sacrificar o futuro para apostar em algumas tecnologias e conceitos que virarão sucata em 12 meses será um desafio e tanto.

2 Comments

  1. Acho que não deverá ter uma equipe surpresa, como aconteceu com a Brawn, mas o equilíbrio deve se manter entre Ferrari, Red Bull, McLaren e uma quarta força. Tomara que os carros não fiquem horrorosos como alguns modelos que surgem quando as regras mudam.

  2. Torço para que haja um embaralhamento das forças atuais da F-1. seria interessante – e até utópico – assistir uma sauber ou force india – no pelotão da frente. Mas acho que isso não irá acontecer. Os gênios estão na RBR, e outro, saindo de sua aposentadoria, tá voltando pra ferrari, ao que consta.


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