Felipe Massa quase jogou fora mais uma prova burocrática, em que levou o carro para casa. Parece que estava com pressa, pois parou, segundo o relato de Martin Brundle na BBC e de Antonio Lobato na La Sexta, uns bons 2m à frente da marca na largada. Nas duas transmissões, não souberam explicar por que o brasileiro não foi punido.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=9kChqJVjp9U&feature=player_embedded]
Parece que não adiantou muito. Serviu para passar Webber e Button na largada, mas, após escapar na última curva na 1ª volta, Massa voltou ao mesmo posto.
Não foi apenas na largada que o desempenho de Massa foi decepcionante. Sabendo, depois do 3º treino livre, que não tinha condições de competir com Red Bull e McLaren, Alonso apostou num acerto de chuva. Massa escolheu o caminho inverso: em alguns blogs ingleses, brincavam que ele estava com a asa de Monza, de tão baixa. Isso, além de sua famosa inabilidade no molhado, explica a perda das 2 posições ao ver os primeiros pingos, assim como a “cautela” na 2ª relargada, demorando mais de uma volta para se livrar de retardatários.
No gráfico comparativo volta a volta (confira aqui), no período de seco, as voltas dele e de Alonso, que vinha abrindo caminho pelo pelotão, se equivalem, e o espanhol (linha mais escura) é bem mais consistente.
12 Comments
Muito legal o site. Vou acompanhar daqui em diante.
Caso interesse, o F1 Fanatic publicou 50 fotos que contam os 300 GPs do Barrichello. Talvez também interesse o PDF do projeto da pista nova de Austin no site da F1: http://www.formula1.com/assets/pdf/F1%20USGP%20BasicTrack%20LayoutwElevation.pdf
Abç.
Obrigada! Vi as fotos. Sempre é bom ver que o reconhecimento independe da nacionalidade da algumas pessoas.
Sobre os tilkódromos, talvez o problema não seja nem os projetos – esse, com altos e baixos e inspiração na Beckets e Magotts parece bom – mas as áreas de escape. Até Montreal, que é só reta e chicane, fica interessante com o muro perto.
Sobre o reconhecimento independente da nacionalidade, também acho.
Penso, aliás, que o jornalismo esportivo evitar o bairrismo é uma obrigação ética, mesmo que flerte com o show e o entretenimento. Por isso, abomino o que a Globo e alguns site espanhóis (Marca, As) fazem na cobertura da F1 (concordo, portanto, com seu ponto de vista no último artigo sobre a cobertura da corrida de Spa).
Infelizmente, o fato é que a maior parte do público prefere uma cobertura emocional do evento, que jogue para a torcida. Afinal, não é a meia-dúzia de críticos entendidos do automobilismo que sustenta os índices de audiência.
Dos autódromos do Tilke que já vi, esse é o primeiro que me deixou com esperança de ver boas corridas. Em todos os outros anteriores, já dava para notar, de antemão, que a corrida seria monótona.
Nesse final de semana tem Stock Car. Curte?
Sou jornalista esportiva, então essa questão é importante para mim. Acho que a questão é deixar claro ao leitor/telespectador qual o propósito do programa/veículo. Esporte pode ser visto do prisma profissional ou do entretenimento. Ambos estão certos. Só não tente torcer fingindo informar!
Temos exemplos de profissionalismo na cobertura, como na ESPN Brasil. Essa história de assumir que o povo prefere o baixo nível é balela. A F1 tem seus bons exemplos, até a TV espanhola é mais informativa. Torce, mas não mente. Isso seria um belo começo.
Raramente assisto a stock, não vejo mta graça.
Também me interesso pela questão por também ser jornalista – trabalho com educação e principalmente pesquisa (teoria da comunicação e do jornalismo).
A relação público/mídia é complexa. Há uma influência mútua entre interesse do público e qualidade informativa. Por isso, creio que uma cobertura ao vivo menos ufanista e mais técnica da F1 no Brasil (mais próximo do que acontece com o futebol aqui) em certa medida agradaria ao público entendido e fiel de automobilismo (a minoria) e afastaria o público eventual (a maioria).
Mas não foi sempre assim. A narração da corrida era diferente até mais ou menos 83-6. Dai em diante, a cobertura da Globo passou a adotar um tom mais torcedor-nacionalista que jornalista-informativo. Isso é uma impressão minha, nunca li nada científico sobre, mas percebo isso no meu arquivo em vídeo das temporadas da F1, que vai de meados dos 70′ até o começo dos 90′.
A forma como está hoje deve ser mais viável para o nível de audiência, ou não teriam tomado esse rumo com o passar do tempo.
A stock é legal in loco, vendo tudo de perto com o acesso privilegiado de jornalista, rs.
É isso. De volta ao trabalho agora.
Abraço!
A Globo trabalha baseada no agenda setting, me parece. Só é relevante o que ela mostra. Não sei se vc concorda. Mas acho que isso tem tudo pra mudar, já que com a internet, principalmente, as pessoas têm outras formas de se informar e formar sua opinião.
Em 2º lugar, cada vez que os fatos não coincidirem com o que o narrador diz, mais pessoas (não entendidas, ou seja, as que contam) vão se decepcionar e deixar de assistir. É a unica maneira que eu vejo disso melhorar, já que o Bernie é chegado num monopólio.
Eu espero que mude, quero que mude. Mas duvido que aconteça em curto e médio prazo.
Afinal, o público que assiste F1 no Globo e que, ao mesmo tempo, procura por mais informações em outras fontes na internet e/ou em outras coberturas internacionais somos…. nós!.
Reclamamos, mas assistimos. Mais ou menos desanimados, mais ou menos revoltados com a Globo ou com esse ou aquele piloto, não importa, acordaremos cedo para ver corrida.
É o vício. Rs.
Nós não dependemos do fator nacionalismo-torcida para gerar audiência. Mas o grande público sim, e desde o princípio, desde o final de segunda guerra.
É isso 🙂
PS: eu vi o último post comparando novamente as transmissões entre países e veículos. É quando você mais acerta a mão, se me permite dizer.
Concordo, mas não desisto de levantar a questão. É como desistir da política, desistir de não jogar o lixo na rua só porque os outros jogam. Me nego a isso. Espero que vc também!
Essas comparações entre as transmissões foram o motivo de eu começar o blog. Um crítico de TV do UOL fez isso numa quarta-feira em que havia vários jogos de futebol, comparou as TVs brasileiras. Achei ótimo e resolvi fazer o mesmo, embora dê um baita trabalho!
Eu não desisto! rs …
Não jogo papel no chão. Faço minha parte, mas não espero o mesmo exemplo de cidadania em outras pessoas. É dar motivo para se decepcionar. Do mesmo modo, não espero que as condições de mercado, de audiência, neurológicas e cognitivas do Sr. Galvão e sua trupe mudem para fazer a cobertura da F1 mais jornalística.
Acho que as coisas não mudarão, mas haverá mais opções. A globo deve continuar como está, mas teremos, e cada vez mais, novas formas de acompanhar as corridas via internet.
Achei muito legal o que vc faz aqui. Como vc faz, assiste tudo ao mesmo tempo ou vê os vídeos depois? (Eu suspeito que seja a última, devido aos detalhes).
Eu cheguei a criar um site para “cobrir” a Stock Car em Rib. Preto, mas o real motivo foi poder estar lá dentro e ver tudo de perto. Espero que seu site faça o mesmo por vc na F1,rs.
🙂
Vamos lá então, trabalho de formiguinha…
O da Globo faço na hora, os outros assisto depois.
Bom, estou fazendo a minha parte. Escrevo num jornal de Campinas também, quem sabe eles se sensibilizam!
na boca dos tubarões, hehe, nunca mais. sem dúvidas, a internet, contribui muito para o aprendizado, afinal, como poderia ir à campinas todos os dias, comprar jornais, hehe! em meio a quantidade de informações, sempre haverá espaço para se garimpar os diamantes. afinal, se não fosse os blogs, como poderia ver a outra face da f1? podem tentar enganar, mas chegará a hora que as distorções não serão mais engolidas.
nada como quebrar um monopólio para crescer…