Que seja público o agradecimento à postura da Mercedes durante o GP do Bahrein. Porque, ao ver as estatísticas, o cenário deste início de temporada tinha tudo para ser uma monotonia só.
A prova de Sakhir foi a terceira em sequência em que todas as voltas foram lideradas por um piloto da Mercedes. Nesse sentido, é o maior domínio desde a Williams de 1992, que liderou todas as cinco primeiras provas e as 70 iniciais do GP de Mônaco, até Nigel Mansell ter um furo em seu pneu.
Se somarmos o fato de Rosberg e Hamilton também terem feito a melhor volta e as poles, é a primeira vez que isso acontece na história. Em relação à porcentagem de pontos, a quebra de Hamilton na Austrália faz com que o time tenha obtido “apenas” 86% dos pontos possíveis mas, mesmo assim, é o melhor desde os 94% da Ferrari em 2004.
Tal domínio é a chance dos dois pilotos melhorarem suas marcas pessoais. No Bahrein, Hamilton igualou Fangio ao chegar à 24ª vitória, enquanto Rosberg, em seu GP de número 150, empatou com o pai, Keke, em número de poles, com cinco.
E as ultrapassagens? Foram 67 manobras, contra 88 do ano passado, quando a categoria estava envolta em críticas a respeito da durabilidade dos pneus. Em relação às duas primeiras etapas, contudo, o número é quase o dobro: foram 31 na Malásia e 29 na Austrália.
Foi uma prova de marcas interessantes para as equipes. Perez conquistou o primeiro pódio para a Force India desde o GP da Bélgica de 2009. Este é o melhor início da história do time, agora em segundo no campeonato. E olha que a história é longa: esta foi a 400ª largada de uma equipe que já foi a Jordan, Midland e Spyker.
A Williams também está tendo um grande início em relação aos anos anteriores: desde os GPs do Brasil e do Japão de 2004, o time não pontuava com ambos os pilotos em duas provas consecutivas.
Para se ter uma ideia da draga do time de Grove, mesmo uma Ferrari capenga conseguiu salvar uma marca que dura desde 2010: de lá para cá, o time italiano sempre teve pelo menos um piloto nos pontos, em um recorde que chegou aos 70 GPs no Bahrein. A McLaren, por sua vez, teve seu primeiro abandono desde o GP do Brasil de 2012. Se contarmos os abandonos duplos por causas mecânicas, temos de retornar ao GP da Europa de 2004. Tudo isso, no 900º GP da história da Fórmula 1 (confira como foram os demais GPs centenários).
Entre os pilotos, foi o pior resultado – descontando abandonos – de Vettel desde o GP do Brasil de 2012, aquele que lhe deu o tri. E Maldonado conseguiu duas façanhas: foi o primeiro piloto com o número 13 a ver a bandeirada e provocou a primeira capotagem desde o GP da Europa de 2010 (Webber/Kovalainen). Nos últimos 10 anos, isso só aconteceu com Klien na Hungria 2005, Albers em Imola 2006, Heidfeld em Indianápolis 2006 e Kubica no Canadá em 2007. Seriam os bicos novos, foi roda com roda ou o problema é o desenho estranho da Lotus? Que ninguém se machuque antes de termos as respostas.
8 Comments
Revendo o vídeo, notei que antes do bico veio a roda. O que provavelmente jogou Gutierrez pro alto.
Mas, segundo Newey, este bicos podem ser perigosas, porem se referindo a uma batida por trás.
Mas teste melhor do que a batida do Koba no Massa na Austrália pra comprovar a eficácia dos novos bicos, não teve.
Foi justamente por trás e impediu uma catapulta como a do Webber em cima do Kovalainen em Valencia 2010, ou algo temeroso como o strike do Grosjean na largada da Bélgica em 2012.
Mas sempre tem o Maldonado para inventar uma pancada diferente, daí não tem engenharia que resolva…
Oi, Ju,
“Que ninguém se machuque antes de termos as respostas”. É a minha torcida também. Porque eu estou com Newey nesta questão dos atuais bicos dos Fórmula 1. A ponta deles é que me deixa com a pulga atrás da orelha. Porque nos anos 80 os bicos eram baixos, alguns afinalados, mas nenhum passava a sensação de insegurança quanto estes.
Eu acredito que qualquer toque semelhante ao de Maldonado, vai causar capotamento com esses bicos. Eles vão servir de catapulta. O Massa só não foi jogado para cima em Melbourne porque o Koba já vinha pendurado no que lhe restou de freios. Se fosse flat as consequências teriam sido sérias para os dois pilotos.
Imagine no final de uma reta, o carro da frente freia, o peso se desloca para a frente, a traseira teoricamente fica mais solta e o carro de trás com um bico pontiagudo e fino entra por baixo a toda velocidade?
Se o Bottas não desviasse do Kimi, no Bahrein, e lhe enchesse a traseira, a Ferrari teria levantado e sabe-se lá o que aconteceria com o próprio Bottas atrás.
Eu acho esses bicos muito mais perigosos. E aí não é nem questão de beleza. É de segurança mesmo.
Em tempo: Impressionante o 2º e 3º parágrafo deste post!
Ju,
Se possível, leve esta questão para o “Credencial”.
Só uma observação, vocês já pensaram como teria sido se fossem igual ao ano passado, com os bicos dos carros na altura do pescoço do piloto?
Julianne,
Também foi a primeira vitória do Lewis Hamilton no GP do Bahrein.
Abraço.
Ju, vc é genial! Estamos ansiosos esperando o post da visão da corrida na gringa.
Skyper?!haha acontece….