Ainda faltam 5 etapas para o final desta temporada, mas o respeitado jornalista alemão Michael Schmidt, da Auto Motor und Sport, levantou uma questão interessante nesta semana: a vantagem que Mercedes e Ferrari devem levar com a mudança nas regras para o formato dos bicos dos carros em 2015.
Mais uma vez, a Federação Internacional de Automobilismo decidiu mexer na configuração dos bicos, e por motivos puramente estéticos. Nos últimos dois anos, os bicos altos foram abandonados por questões de segurança, para evitar que os capacetes sejam atingidos em colisões frontais. Novas alterações, feitas em 2014, visavam prevenir também outro tipo de acidente: quando um carro decola após tocar a roda traseira de quem vai à frente. Isso criou a necessidade de abaixar ainda mais os bicos.
Porém, as equipes chiaram quanto à extensão dessa mudança. Dependendo de como a nova regra fosse redigida, seria necessária uma revolução aerodinâmica que afetaria o carro inteiro. Afinal, o bico do carro é o primeiro contanto dele com o ar e influencia toda a aerodinâmica – especialmente o ar que passa por debaixo dele e alimenta o assoalho, além de afetar as suspensões. Portanto, “rebaixar” toda a peça geraria uma enorme despesa de tempo e dinheiro. A solução para agradar os times e não esquecer a questão da segurança foi abaixar apenas a seção final do bico.
Porém, as equipes optaram por maneiras diferentes de fazer isso, criando algumas aberrações. E, com as alterações para 2015, quando o desenho do bico deve ser mais harmonioso, algumas delas estão em desvantagem: Force India, Toro Rosso, McLaren, Caterham, Lotus e, em menor escala, Red Bull e Williams.
Isso porque a decisão destes times foi criar uma “ponta” para o bico, bem mais fina que o restante da peça, para melhorar o fluxo de ar no restante do carro. Porém, agora o regulamento requer maior simetria e transição consistente em toda a extensão do bico e prevê uma circunferência mínima. Será o fim dos bicos tamanduás – como também do bico duplo da Lotus.
Os primeiros testes aerodinâmicos surpreenderam os engenheiros. “Perdemos 20 pontos [de aerodinâmica] e estamos com dificuldades de recuperar isso”, reconheceu o diretor técnico da Force India, Andy Green, à publicação germânica.
Por isso, o engenheiro espera que as duas equipes que adotaram soluções mais harmoniosas para os modelos deste ano – Mercedes com seu bico amplo e curto, e Ferrari com seu largo e profundo – saiam na frente. “Eles têm uma grande vantagem em termos de experiência. O da Mercedes, por exemplo, só vai ter de passar pelo crash test uma vez porque eles já usam esse bico faz tempo – e os crash tests são caros, custam 10.000 libras. E detrás do bico da Ferrari existe toda uma filosofia aerodinâmica. Então as outras equipes precisarão aprender muita coisa.”
22 Comments
Essa matéria é capaz de colocar uma pulguinha atrás da orelha do Alonso…
Com aquele motor Honda? Vai asfaltar a Ferrari. 🙂
Aí Alonso muda e Kimi é campeão pela Ferrari ano que vem. 😛
Muito difícil, a Ferrari tá sem comando. Ainda vão ter que estruturar a equipe antes de pensar no projeto de uma carro…
Dé, o comandante da equipe, bem ou mal é o Marco Mattiacci, que pelo visto não quer ceder as pressões do Alonso. Não quer que a Ferrari seja refém de um piloto e entende que nenhum piloto seja maior que a Scuderia, por mais genial que seja.
A equipe está estruturada, a última mudança foi em relação ao fracasso desse ano, ou seja, a PU e para isso foi colocado Mattia Binotto ao lado de Lorenzo Sassi para tentar resolver esse gargalo.
James Allison, diretor técnico e Pat Fry, diretor de engenharia, juntos com o projetista chefe Nikolas Tombazis, com certeza, a esta altura do campeonato já tem o carro de 2015 bem avançado.
Precisam talvez de um piloto para liderar o desenvolvimento desse carro e Kimi não parece ter esse perfil, muito menos um novato como o Bianchi. Talvez sonham com Vettel e esse talvez queira um novo desafio na carreira, já que já é um tetracampeão mundial e poderia a exemplo do seu ídolo Schumacher, levar a Ferrari a uma nova fase de Glória. O Bild já está cravando Vettel na Ferrari em 2015.
Wait end see…
E quem está no lugar de Montezemolo?
No momento é o Seergio Marchionne. Aqui tem um bom resumo disso tudo
http://liviooricchio.blogosfera.uol.com.br/2014/10/03/alonso-na-mclaren-e-vettel-na-ferrari-as-chances-sao-grandes-otimo/
ja pensou?
O espanhol morre do coração!
Pô quer dizer que o conceito “Aspirador de pó” vai virar padrão?
Sei não, Ju, mas na base do chutômetro, com esses problemas crônicos de motor enfrentados pela Ferrari, apostaria mais na Renault do que nos italianos…a Ferrari no momento me parece aqueles fins de feiras populares, rsrsrsrs. Nesse ponto, tendo em vista a desorganização, penso que os italianos tendem a entrar em um jejum notável. Sobre a Honda, apesar da incógnita, apostaria 80% das minhas fichas no trabalho dos japoneses! Esses caras não brincam em serviço!
Tá, tudo bem. A ponta de missil nuclear e o estilo montacarga da Lotus são aberrações, mas qual é o problema do desenho de bico da RBR??
Sobre Alonso, a coisa deu uma reviravolta tão grande, que parece que o fato dele ficar na Ferrada só é possivel com um milagre. Até dom Cordeiro deu uma choradinha de fica para o rilipojas. Tá parecendo despedida hipocrita, por um lado choram e pelo outro dão uma empurradinha. Será que o Hamilton já ta no papo? Digo eu. Né?
Bruz, tb acho o bico da Red Bull ok, aliás a Red Bull é um dos carros mais bonitos desses de 2014 na minha opinião.
Vc falando de despedida do Alonso e teve uma cena curiosa mostrada no primeiro treino livre, quando ele com um cacho de uvas, saiu distribuindo para todos nos boxes, muito sorridente. Não sei se foi porque ele fechou o contrato que ele queria com a Ferrari, se adiantaram as negociações com outras equipes ou simplesmente uma gentileza do espanhol.
Fala Alex, tudo bem? como eu disse acho que o Alonso está fora, os jornalistas espanhóis cravaram em Cingapura que seria anunciado no Japão, acredito que ele mediu sua força com a diretoria da Ferrari e talvez ele não esteja tão prestigiado, ou talvez não se sinta mais assim. Acredito que ele também cansou de esperar o tal carro vencedor da Ferrari, pois por mais promissor que seja todo ano a expectativa é enorme e o resultado pífio. Por outro lado acho que a Ferrari não vai mais ceder as pressões do Alonso, pois com ele lá sempre 2 coisas são ditas, quando ganha é o Alonso, quando perde é a Ferrari e nem sempre foi assim, por exemplo em 2010 a Ferrari tinha um ótimo carro mas quem ficou 200 voltas atrás do Petrov foi ele, tanto que a famigerada corrida da Alemanha de 2010 Massa era o primeiro e ele era o segundo, ou seja, uma carroça não faz 1, 2. Criou-se esse mito e tanto Ferrari como Alonso querem se libertar disso. Acredito que melhor para ele seria mesmo a Mclaren, ainda mais sem o Hamilton lá…um abraço
Fala Daniel, blz…então, tb acho que o casamento com juras de amor eterno está perto de um divórcio, cinco temporadas sem título acho que deu para o Espanhol.
Em relação a 2010 eu tenho para mim que Ferrari, Mclaren e Red Bull se equivaliam e dependendo do circuito ou da atualização implementada no carro, alguma se sobressaia, mas por uma margem muito pequena, e foi assim até Abu Dhabi.
Naquela corrida que decidiu o título, eu entendo as críticas de todos que falam que ele não tentou passar o Petrov, mas a verdade é que o regulamento daquela temporada ainda estava sob os difusores duplos e os pneus Bridgestone. Não tinha Pneus degradáveis da Pirelli nem DRS. Era muito difícil a ultrapassagem, tanto que geralmente, elas só ocorriam em profusão quando chovia. Basta lembrar do Hamilton, um exímio ultrapassador, sofrendo para passar o mesmo Petrov na Malásia (acho) quando ficou fazendo zig zag atrás do Russo ou na Itália perdendo o carro na brita.
Hoje já estamos tão acostumados as ultrapassagens que simplesmente esquecemos o quanto era difícil realizar essa manobra na F1 durante um certo período. O piloto mais rápido, geralmente não conseguia ultrapassar na pista, então recorria a estratégia, para ultrapassar após as trocas. Basta ver o quanto Alonso era mais rápido do que o Massa nesse GP da Alemanha que vc citou e como ele simplesmente não conseguia ultrapassar, o que deu origem ao famigerado “Fernando is faster than you”
Voltando para Abu Dhabi 2010, Alonso simplesmente não conseguia pegar o vácuo da Renault amarela e no desespero ele até tentou em uma freada, mas ele viu que seria impossível porque sofreria o X toda vez que tentasse. Ficou comboiando o Russo a espera de algum erro que não veio.
Essa é minha impressão daquela corrida, assim de memória, talvez revendo a corrida poderia mudar de opinião.
Abraço Mate !
Hamilton fez zig zag à frente de Petrov. E na maior cara de pau, porque isso não é permitido.
http://youtu.be/H0vMQ72d4s4
E é verdade que ultrapassar com aqueles carros era muito difícil. Muitos falam que Alonso não conseguiu passas o Petrov, mas isso é a maior besteira. Quem fala isso não sabe p nenhuma de F1.
Na verdade, Alex a Globo criou uma mentalidade ufanista e estrábica da F-1. Grande parte dos torcedores acham que F-1 é futebol, com seus raciocínios rasos e simplistas, julgando o lado pessoal do piloto e se esquecendo do que é feito dentro da pista. Dizer que Alonso é uma farsa é sinônimo de cegueira intelectual. Alonso perdeu o título de 2010 por um erro estratégico, nunca por dificuldade pessoal de ultrapassar. A RBR tinha duas iscas, e pra mim, ferrou com a corrida de Webber e facilitou o caminho de Vettel, que com competência e sorte, fez o que tinha que ser feito, acelerar e vencer. A Ferrari tinha Massa comboiando Webber, mas deveria atacar em duas frentes, pois o rítimo de Alonso naquela altura era similar ao de Vettel e das duas Mclarens, caberia a Alonso cobrir o líder. Sobre a dificuldade de ultrapassar, além dos pneus Bridgestone, que não apresentavam diferença de performance mesmo mais gastos para os mais novos, uma pista de difícil ultrapassagem, e talvez o maior dificultador: a relação de marchas! Ferraris, Mclarens e RBRs, optaram por relações mais curtas para brigarem pela pole, sabendo da dificuldade de ultrapassagens no circuito, sendo assim, quem não tinha possibilidade de lutar pelas primeiras posições, optou por uma relação mais longa visando a velocidade em reta para se recuperar na corrida. Notamos que varias vezes, no meio da reta a Ferrari do espanhol batia no limitador de velocidade, assim, a junção da marcação errada, e a relação de marchas mais curtas custaram preciosos pontos, nada relacionado com dificuldade de ultrapassar. Com tantas informações disponíveis hj em dia, ficar chamando piloto de braço duro sem ao menos ter conhecimento técnico do que aconteceu é hipocrisia.
Ai, ai interpretação é uma benção mesmo…ainda bem Alex que você aqui foi o único que entendeu o que eu disse, eu nunca disse que o Alonso é braço duro, não passou o Petrov por ruindade ou coisa que o valha, sei que era difícil ultrapassar, disse que nem sempre a Ferrari foi uma carroça e nem sempre o Alonso foi gênio. Mas o fato dele ser um ótimo piloto num carro que não era dominador criou esse clima, quando ganha é ele quando perde é a equipe e isso desgastou a relação entre eles acreditando que esse seja o principal motivo da sua saída.Eu quis dizer que em 2010 ele tinha carro para disputar o título até por isso venceu 5 provas, não era um carro dominador, não, mas não era uma carroça, completamente diferente de 2012 que o carro era realmente muito inferior a RBR. Quem não entendeu isso eu só lamento.
Daniel, acho que os comentários do Dé e do Wagner não foram contra vc, mas sim contra aqueles que falam que o Alonso é uma farsa, só mkt etc
Wagner, valeu pelas informações, foi exatamente isso que vc falou em relação a estratégia naquela corrida de Abu Dhabi, sobre a relação de machas eu não lembrava.
Daniel, apesar de vc não citar em seu texto, mas subentende-se que vc não reconhece a capacidade de Alonso afinal ‘200 voltas atras de Petrov”….’ainda mais sem o Hamilton lá…’enfim, me parece pejorativo. Não entendo a birra de alguns torcedores brasileiros para com a pilotagem de Alonso, pois a genialidade do espanhol é notável, e ao contrário de Massa, o asturiano é mais decidido nas ultrapassagens. Essa propaganda global de ‘um brasileirinho contra o mundo’ funcionava nos tempos de Senna pois tinhámos uma produção jornalistica paupérrima e uma internet incipient, mas hj, com toda fartura de informações e blogs, essa história de herói e vilão não cola mais, a verdade sempre aparece.
Wagner, mesmo com o segundo texto infelizmente vc não entendeu o que eu quis dizer, eu apenas disse que nem sempre o Alonso foi gênio, ou seja, em muitos momentos ele foi, citei o caso do Petrov não na intenção de desmerecer o Alonso e sim de mostrar que ele tinha condições reais de lutar pelo título graças também ao carro que a Ferrari lhe proporcionou, quando cito o caso do 1,2 do GP da Alemanha, quero mostrar que a Ferrari liderava e não era uma carroça, e por fim quando digo sobre a Mclaren ainda mais sem o Hamilton lá quis dizer que a relação entre a direção da equipe diga-se Ron Dennis e Hamilton, foi o principal motivo que fez com que o Alonso saísse da equipe. Em nenhum momento citei que o Alonso é mau caráter fez mal o Massa ou coisa do tipo. Gosto de F1 pelo esporte, não por torcer para os brasileiros. Comigo não cola essa história de rede globo, de lavagem cerebral, etc…Não tenho nada contra o Alonso só quis expor o motivo do desgaste da relação entre Ferrari e Alonso, só isso…agora se vc não entendeu eu desisto…Um abraço
É por essas e outras que sou contra a saida do Alonso da Ferrari agora.
Acredito mesmo que a Ferrari virá com um bom carro em 2015. James Alison é um diretor técnico de primeira linha e já teve um bom tempo pra criar um modelo competitivo.
Sem esquecer que o novo tunel de vento já está funcionando e tem rendido melhoras no carro atual.
Falta apenas a Ferrari melhorar o motor para obter mais potencia.
Essa historia que a Ferrari está sem comando é balela. Pode ser que o Mattiacci esteja meio perdidão mas a área técnica da equipe está muito bem comandada.
Assistindo aqui o treino livre 3, é impressionante como Suzuka exige dos pilotos. A quantidade de erros até agora é muito grande e nesse momento, na pressão de superar o tempo do Rosberg de pneus médios o Hamilton bateu o carro e perdeu a simulação de volta rápida para o quali