F1 Romance - Julianne Cerasoli Skip to content

Romance

Motor Racing - Formula One World Championship - Hungarian Grand Prix - Race Day - Budapest, Hungary

Um alemão, campeão consagrado, aos 27 anos, decide assinar com uma Ferrari em crise e se tornar um ídolo do time mais icônico da Fórmula 1. Não é mera coincidência. Sebastian Vettel quer emular sua grande inspiração, Michael Schumacher. Mas as coincidências significam que o sucesso da parceria é uma questão de tempo? Nem todas as peças estão encaixadas da mesma forma e Vettel certamente sabe que, daqui em diante, terá de escrever sua própria história em Maranello.

Por um lado, a Ferrari de hoje não está tão no fundo do poço quanto naquele longínquo 96, como o ex-chefe da equipe e atual presidente da FIA, Jean Todt, fez questão de salientar em entrevista recente à Gazzetta dello Sport. Sua comparação era com o início da era Schumacher e o início da era Alonso. “Não dá para fazer paralelos. Numa escala de 1 a 10, estávamos no 2. Em 2009, eles estavam no 7.”

Diria que, do final de 2009 para cá, o time regrediu em termos de competitividade. Está nota 5. Os quatro pódios seguidos do “desmotivado” Raikkonen na segunda metade daquele ano não passam de sonho para a Scuderia hoje. E muito disso tem a ver com a unidade de potência.

Falta velocidade final, falta reaceleração, falta um comportamento mais homogêneo dos sistemas híbridos na entrega de potência, falta até confiabilidade das baterias que continuam deixando os pilotos na mão. E, além das óbvias consequências de performance que tudo isso acarreta, especialmente o terceiro item da lista torna o carro inconsistente, por vezes imprevisível. E com um comportamento que Vettel já demonstrou não gostar. Mas falemos disso adiante.

A Ferrari teve um ano para resolver as deficiências de sua unidade de potência, é verdade. Mas demitiu o chefe do setor, Luca Marmorini, no meio do caminho. O que nos leva ao segundo ponto abordado por Todt. “Qual o conselho que eu daria? Reagir calmamente e pragmaticamente.”

De maio de 2011 a setembro de 2014 todas as peças-chave foram trocadas: Aldo Costa, Domenicali, Marmorini, Alonso (que diz ter “feito a cabeça” há dois meses) e, por fim, Montezemolo. E o novo capo, Sergio Marchionne, chegou pedindo que riscos sejam assumidos. “Podemos nos dar mal, mas não temos nada a perder, certo?” Difícil enxergar algum pragmatismo aqui. Difícil, também, enxergar o “plano de três anos” propagandeado pelo chefe Marco Mattiacci.

Pragmatismo, mesmo, só se for da parte do ‘nerd’ Vettel, daqueles que, enquanto o resto do time almoça antes da classificação (que ocorre geralmente às 14h pelo horário local), já circula de macacão, focado.

Diferentemente de Schumacher, ele chega à Ferrari com algo a provar, após provavelmente uma derrota para um companheiro menos experiente em 2014 devido à má adaptação ao carro. Má adaptação que tem a mesma raiz das dificuldades Kimi Raikkonen na Ferrari: a dianteira solta demais. Vettel espera mais do que ninguém que James Allison e companhia tenham ouvido o finlandês nesta temporada. Mais um carro como o F14 T e a Ferrari joga outro ano no lixo. Mais do que isso, sem trabalhar a longo prazo, especialmente que agora têm um piloto sem o “prazo de validade” de Alonso, eles podem colocar outro ciclo potencialmente vencedor a perder.

28 Comments

  1. A julgar pelas notícias de que a ‘Ferrari 666’ de 2015 é mais lenta do que a atual e que apesar dos 4 títulos com a RBR ele não se adaptou ao carro desse ano, imaginem uma nova equipe e um carro totalmente estranho a ele? Só saberemos em 2015.

    • Bão, pelo menos vai ser dificil que leve o mesmo chocalate do Kimi, hehehe. O finlandes não deve incomodar. Agora vem, que se podia esperar de uma Ferrari que batizam de F14 T = FIAT. Se seguirmos o mesmo parametro, a do ano que vem será F15 T = fist… hmmm será que Seb vai ficar com ela na mão??

      • Bem, alguém já lembrou uma vez aqui no blog que a Red Bull RB-10 faz trocadilho com “are beaten”. . .

  2. A julgar pelos péssimos resultados demonstrados pelo projeto 666 (carro de 2015), a coisa aparenta ser mais dificil do que este ano.
    E se isso se concretizar, a missão do Vettel vai ser bem complicada.

  3. A Ferrari deve continuar sendo o vexame do grid por muito tempo ainda.

  4. Teoricamente a Ferrari vai amargar bons anos de espera. Pois o chefe da equipe hoje é um excelente administrador. Nao chefe de F1. Na era Schumi eles tinham um time de 1° linha Ross e cia.
    Se nao conseguirem tirar Ross da aposentadoria…ou Adrian Newey da RB…nao vejo grandes perspectivas. Mas é o tempo q. dirá.

  5. O curioso é que serão reunidos em uma equipe em crise os dois pilotos que mais problemas de adaptação tiveram com os carros do novo regulamento, e que se mostram inesperada e surpreendentemente irreconhecíveis nesta temporada, principalmente levando-se em conta o talento e o excelente retrospecto de cada um deles. Também é curioso que Vettel gosta de uma traseira firme, presa no chão, e Kimi gosta da frente bem presa ao chão. Os carros terão, assim, que ser personalizados. Será possível obter essa personalização nos ajustes finos de cada pista ou o carro que está sendo projetado e finalizado vai atender apenas o estilo, a necessidade de pilotagem de um deles, com o sacrifício do outro? Veremos como James Alisson vai conseguir agradar a dois senhores ao mesmo tempo.

    Da última vez que pediram ousadia na Ferrari, a coisa resultou na demissão do Aldo Costa, que produziu o brilhante o W-05 da Mercedes. Oh céus, ó vida, como dizia Hardy, a hiena. . .

    A última grande seca da Ferrari durou 20 anos. Antes houve outra grande também, que durou 11 anos, de 64 a 75, período em que a Rossa contou com um piloto com potencial para campeão mundial e que não conseguiu o título – Jacky Ickx, à época o Rei da Chuva . Nessa grande depressão em que a equipe está mergulhada, talvez tenhamos que procurar o próximo campeão mundial pela Ferrari entre a garotada que está hoje ainda no kart. . .

    • Melhor dizendo, de 65 a 74, 10 anos portanto, pois Surtees foi o campeão de 64 e Lauda o de 75.

  6. Propositadamente ou não, boa escolha de foto… De um lado, Vettel e Raikkonen, dois pilotos que não se adaptaram a essa nova F1. Do outro, Bianchi e Button, dois que não estarão no grid em 2015.

    • E a estranha mão que parece que vai dar um tapa num dos dois??

      • kkkkk, deve ser do Alonso 😛

  7. Quem ganhou quatro títulos com essa idade não tem nada a provar.

    Esse bando de imbecis repete toda semana a mesma idiotice: “Sebastian provará que é um grande piloto quando ganhar com um carro ruim”.

    Senna, Prost, Lauda, Alonso… nenhum dos maiores conseguiu ser campeão com carros ruins. Isso é de uma burrice sem tamanho.
    * * *
    Guiar para Ferrari é sempre uma grande pressão, a mídia do país inteiro está de olho em você. Ao mesmo tempo, todos sabemos que essa equipe é como um ministério num governo qualquer. Serve de cabide de emprego, tráfico de influência, nicho de corrupção, etc… etc… etc… É muito difícil furar esse ‘esquema’.

    Se Vettel conseguir um título, terá um lugar junto aos deuses do automobilismo universal. Caso não consiga, ainda assim não deixará de ser tetra campeão consecutivo.

    • Dé, seu 4º parágrafo resume mt bem o que sempre foi a Ferrari, por isso a desorganização e os monumentais insucessos mesmo com um orçamento gigantesco! Mas as vezes, raríssimas vezes, em meio a incompetência e nepotismo sai algo que presta…como bem disse Horner: ” o problema da Ferrari não é piloto…”

    • Inclua Fangio e Schumacher na lista.

      Fangio, inclusive, sempre teve o timing perfeito para troca de equipe. E os grandes são os mais humildes: Schumacher dizia “como time, ganhamos e perdemos juntos”; já Fangio falava que é 70% carro e 30% pilotos.

      Ninguém é campeão com carro ruim. No máximo, com o segundo melhor carro quando a equipe/piloto mais rápido faz cagada. Foi assim, por exemplo, em 82 e 83 (títulos de Keke e Piquet), em 91 (Mansell e Williams cagaram juntos) e 2012 (a McLaren cansou de deixar Lewis na mão).

      Algo que dá para admirar é o piloto crescer junto com a equipe, levá-la a um patamar um pouco mais alto. Claro que não há milagre. Mas o piloto acrescenta. Lauda fez isso com a Ferrari. Prost também, só faltou o título. Schumacher com a Bennetton e a Ferrari. Vettel com a Red Bull, uma equipe que sequer tinha vencido GP antes dele chegar (e ele próprio já tinha vencido de Toro Rosso, que tinha o mesmo chassi que a irmã maior em 2008).

      • Exato, ninguém sequer chega a lutar pelo título com um carro ruim, mas já reparou que Alonso consegue convencer os mais distraídos disso? Em 2012 foi um prato cheio, e a impressão que se tinha de suas declarações era de que ele era o único responsável por manter sua Ferrari constantemente no pódio, quase ignorando esforços do corpo técnico e mecânicos.

        Sem dúvida o espanhol é o melhor do grid, mas com sua saída, a Ferrari se livra do modus operandi dele, que tanto mal faz à equipe nos últimos anos.

    • Keke ganhou com uma Williams meia boca, ainda que naquela época no meio daquela evolução de procurar os limites dos motores (os verdadeiros garagistas), quebravam a mitade do grid. Era uma F1 fantástica, o cara podia liderar a corrida toda e ficava no caminho na última curva. Se experimentava com tudo o que podiam com os motores originais. Tempos de Matra, Ferrari, Alfa, BMW, Hart e casi todos com Cosworth. Se experimentava com ceramica e outras aleações, com diversidad de parametros. Era tempo de evolução e liberdade para correr. Até Piquet correu com dois carros diferentes. Alguem lembra quais?
      Pois é de Palmeira, vc esteve presente. A F1 era uma coisa com um campeonato aberto. Por isso deveria acabar com esse esquema enyesado para esta agora, para que realmente aconteça a evolução nos propulsores (Jódete Toto. Sácamelo). Que todos possam comprar o motor que quizerem e evoluirem como quizerem – claro esta que dentro das regras – para poder haber a evolução e preformance desejadas. O código Fonte de todos os equipamentos eletrónicos deve ser libre para que cada equipe possa investigar nos diferentes setups procurando os limites. Que vai quebrar a mitade do grid?? E dai, assim não foi na época dourada e nos bons e grandiosos 80’s. Querem seguir assistindo espetaculo de a dois?? Que nem sequer estamos seguros que não esta sendo planejado.

      Sim De Palmeira, se liberarem a investigação e evolução das benditas UPs, poderiamos ter de novos disputados campeonatos que ganhe alguiem com um carro meia boca.

      • Seria perfeito mas isso é impossível hoje em dia. Não tenho a menor ilusão quanto

        • Continuando: Não tenho a menor ilusão quanto à isso e também não sou assim tão nostálgico.

          • Não é por nostalgia Dé, é necessidade atual.
            Oi Juliane, Agradeço se puder liberar meu comentario em resposta a Dé Palmeira.

        • Não é questão de nostalgia prezado Dé. Apenas lembrar para os moleques como eram as coisas.
          O certo é que a F1 decanta uma temporada muito controversa, com o resultado de uma perda de audiencia bastante significativa. O outro dia alguem escreveu que a temporada tinha sido tão boa, que já ninguem reclamava da falta do ronco dos motores. Não é justamente por ai. Será que já não reclamam porque já nem assistem?
          Mais um campeonato de dois pilotos e a chatice vai ficando no exponencial. Acho que a maFIA deve estar pensando como sair desse atoladeiro. Poden comenzar a liberar otrabalho nas UPs para que a evolução leve a uma verdadeira revolução.

          Nota Aparte: Entre quarta e quinta, o flamante campeão da F3 Europeia deu umas voltinhas com o Lotus E20. No total foram 650 Km sem erros, e o rapa disse que “Tinha sido uma delicia, evidentemente é mais rápido que um F3, mas é muito mais estavel”. Estevan Ocom tem 18 anos e fez como diz meu querido Aucam “Chegou chegando” e nem tomou conhecimento do badalado Versttapen.
          Pois é De Palmeira. Desejo que essa F1 se ajeite e presente maior competitividade, porque quero ver essa ferinha ai ter chances de “Chegar Chegando”.

          • Bruz, amigo velho de guerra, concordo plenamente com você sobre o Ocon. O garoto acelera como gente grande. Se o Verstapinho foi para a F1, o Esteban Ocon também que ir, e logo! Ele tem inclusive muito mais experiência com monopostos do que o holandês. Estamos na torcida por ele.
            Grande abraço.

  8. Vettel vai ser campeão com a Ferrari.

  9. Schumacher jogou os sete títulos no lixo ao perder para Rosberg três temporadas, agora Vettel foi um covarde em largar a RBR, deveria ficar mais um ano e tentar dar o troco e mostrar para o mundo que não ganhou quatro titulos só porque tinha o melhor carro e não tinha um rival a altura, Vettel e kimi fizeram este ano a pior temporada de suas vidas, quando o cara é fora de série ele se adapta a qualquer situação, espero que ano que vem os dois estejam adaptados ao novo regulamento, caso contrário vai ser outro fiasco, mas de uma coisa eu tenho certesa Kimi é muito melhor do que Webber e se ele se acertar com o carro Vettel esta mais ou menos enrolado.

    • Antes de mais nada, quero dizer que isso é apenas uma conversa sobre F1, ok? Não tenho a menor intenção de ser o dono da verdade e nem de ofender ninguém.

      Marcelo, isso o que vc está dizendo não é verdade.

      Não concordo que Schumacher tenha jogado seus 7 títulos ao retornar pra categoria e na maioria das vezes tomar tempo de Rosberg. Ele permanecerá como o maior vencedor da F1 por muito tempo ainda.

      No meu entender, o que aconteceu é que Schumacher vinha de outra época da F1 e não conseguiu se adaptar àquela nova situação. Carros mais lentos, pneus mais moles, impossibilidade de testar… Praticamente tudo na F1 havia mudado desde que ele deixou a categoria. Além disso, a Mercedes era uma equipe em construção ainda.

      Aquela F1, que fez de Schumacher o que ele é já não existia mais. Mas isso não anula em nada o que ele fez e construiu em sua carreira. Dizer que ele “jogou no lixo seus sete títulos”, é no mínimo um exagero.

      Vettel não foi um covarde por sair da RedBull, muito pelo contrário, teve sim muita coragem de encarar um dos maiores desafios que um piloto pode encarar, que é correr pela Ferrari. Nem Ayrton Senna teve coragem de encarar essa. Alain Prost foi e não conseguiu ser campeão. Schumacher levou cinco anos até conseguir fazer da Ferrari uma equipe campeã novamente. Alonso acaba de ter a porta da equipe fechada às suas costas, sem um único título.

      Ricciardo se adaptou melhor ao carro? Sim, é verdade. Mas teve muito menos problemas que Vettel. Pra vc ver, até agora Sebastian paga um preço alto pelo péssimo começo de temporada. Vai largar dos boxes em Austin por precisar trocar a unidade de potência pela 5ª vez.

      Dizer que ele foi quatro vezes campeão só por que tinha o melhor carro, não me parece inteligente. Leia alguns comentários acima e vc verá que, na história da F1, nenhum piloto venceu sem ter o melhor carro.

      Se eu fosse Vettel teria feito a mesma coisa, ele é agora o piloto de F1 mais bem pago do mundo e terá uma equipe pra desenvolver e tentar alcançar aquilo que Schumacher consegui.

      Ficar na RedBull, com Mateschitz privilegiando pilotos jovens e baratos, correndo o risco de se desvalorizar no mercado é que seria covardia e estupidez. Vettel foi sim, o mais esperto de todos.

  10. O que eu ainda não sei, mas tem muita gente competente aqui pra responder é se o Seb está indo pra Ferrari sozinho ou com uma galera tipo, engenheiro, mecânico, projetista, etc, etc.

    Se ele topou a empreitada sozinho, acho que o Ricciardo mexeu com muito mais coisas do que eu imaginava.

    • Li em algum lugar que ele estaria levando uma ou duas pessoas do corpo técnico mas não lembro quem são.
      Mas o projeto de Vettel e Ferrari é montar uma equipe em médio prazo.

      Segundo o que eu li, Matiacci havia dito que não se deve pensar em vitórias em 2015.

    • Do jeito que o Matiacci tá tentando criar um “Dream Team”, eu nao duvido se ele no futuro..lá pelos 2016-17, contratar Adrian Newey.

  11. Quero ver como a nova direção da Ferrari vai se comportar caso os resultados não surjam rapidamente.

    Naturalmente o último a sofrer algum tipo de pressão será Vettel, mas visto que os dois pilotos tem dificuldades em se adaptar a um carro diferente do seu estilo e a Ferrari não tem sido boa em dar aos pilotos o carro que eles querem, será interessante observar o clima da equipe. Que é bem diferente da dos anos anteriroes, mas a pressão da mídia e torcida italianas sempre estará ali pra tornar o ambiente tenso nas dificuldades.


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