O final de semana do GP do Brasil foi marcado pela tensão gerada pelas discussões a respeito do futuro da Fórmula 1. Dentro das incertezas causadas pela ausência das equipes Caterham e Marussia, que não participaram das últimas duas etapas por problemas financeiros, e o descontentamento dos times grandes com o atual domínio da Mercedes, a categoria vive uma das maiores quedas de braço da história.
Antes da largada em Interlagos, o promotor Bernie Ecclestone afirmou que Red Bull e Ferrari correriam com três carros na próxima temporada. Minutos depois, negou. Porém, existe a necessidade contratual do grid ter, pelo menos, 20 carros. Como caso Marussia e Caterham não corram ano que vem, haveria a necessidade de ativar uma cláusula que obriga Ferrari, Red Bull e McLaren a disponibilizar um terceiro carro.
Mas não é tão simples assim, como explicou o chefe da Ferrari, Marco Mattiacci. “O problema é que está tudo sendo enfrentado de maneira fragmentada. Terceiro carro, distribuição de dinheiro, descongelamento dos motores: tudo isso são coisas que é melhor que sejam enfrentadas em conjunto. A Ferrari está disposta a conversar e neste final de semana foram dados pequenos passas.”
Quando fala em motores, o italiano se refere à tentativa de Ferrari e Renault em mudar as regras, liberando que o desenvolvimento continue sendo feito até meados da temporada. A Mercedes, dona da melhor unidade de potência do atual grid – as cinco equipes que usam seus motores estão entre as seis mais bem colocadas no campeonato – já vetou a alteração. A equipe só negociaria a alteração de 5 dos 13 itens que as demais querem continuar desenvolvendo.
Outra moeda de troca, claro, é dinheiro. O plano no terceiro carro não quer dizer mais pontos no campeonato de construtores e nem a possibilidade de formar um dream team. Alguma contrapartida teria de ser negociada.
Como se já não bastassem os diversos problemas, há a questão do tempo. As equipes precisam de uma resposta o quanto antes para contratar engenheiros e fazer os preparativos para aumentar seu efetivo em um terço. É difícil saber como toda essa questão envolta em contratos sigilosos estará resolvida no GP da Austrália, em quatro meses. Mas o fato é que o domingo de Interlagos fez com que a ideia do terceiro carro, que apareceu como um plano aparentemente lunático de Luca di Montezemolo há alguns anos, nunca esteve tão próxima.
17 Comments
Definiu bem, Julianne. O que a F1 vive hoje não é uma crise mas sim uma queda de braço por mais dinheiro. Já vimos diversas outras e no final eles sempre se acertam.
A legenda da foto é: “Bernie, consegue uma credencial pro meu amigo Dé Palmeira ano que vem?” KKKK!
Dé Palmeira, Em vista da invasão que ouve este ano em Interlagos, me fez lembrar dos tempos do Rio (se não me engano vc já citou que esteve em varios Jacare’s da decada de 80).
A gente podia se passear pelo box depois da corrida, e claro, o podium era uma festa descontraida com quem quería estar. Só a minha memoria não da para lembrar, se o pessoal arrombava as fajutas cercas ou era que abriam os portões. Você lembra?? (vai ver que de verdade algum tio te dava passelivre e vc não tem pq saber como era pros comuns, kkkkkk.)
A única vez que estive em Interlagos foi quando ganhou Montoya, e não gostei desse galinheiro. Melhor assisto pela TV, mas se virar uma coisa de abrir portões, repensaria voltar ao circuito de Sampa.
O autódromo do Rio era um horror pro público. Uma total falta de estrutura. Era uma zona mesmo. Sem banheiros, nem locais pra comer, nem transporte… A avenida Salvador Allende virava um estacionamento. Muita gente parava no Rio Centro e ia andando no sol quente. Putzzz…
Não me lembro de ninguém arrombando portas nem nada. Pelo menos na minha cabeça a lembrança que eu tenho é que era tudo liberado.
Uma vez, a equipe de som de um show que acontecia no dia do GP “invadiu” o pitlane com uma Kombi muito velha. Quando passavam em frente a um dos boxes, o para-choque despencou fazendo o maior barulho. Todos os mecânicos riram muito daquela situação. Os caras trabalhando em carros caríssimos e sofisticados vendo aquela lata velha cair aos pedaços em frente à eles.
Imediatamente vieram vários desses mecânicos com ferramentas, fios e objetos e consertaram a Kombi. Foi hilário. Hahaha!
É broxante ver poucos carros no grid. Bons tempos quando largavam 25. A categoria está cometendo autofagia e não percebem. Não há bom senso. Posto q é tudo novo, tem que evoluir nas pesquisas e desenvolvimento dos motores, nada de congelamento.
A categoria precisa ser competitiva, estão deixando passar oportunidade de voltar a ser uma categoria popular; com grande publico nos autodromos, e nas mídias. Fala-se tanto em custos, e agora 3 carros. Os custos não aumentam com isso? Mudanças de pilotos interessantes para 2015, mas só os veremos disputando ponta se houver o “descogelamento” dos motores. Isso é simples, claro que sabem disso. Não fazem por interesses que ficam em segredo entre eles, ha algo de podre nesse reino…
Minha torcida é para permitir o desenvolvimento dos motores, melhor distribuição de renda entre as equipes e a introdução do terceiro carro. Existem todos os prós e contras em relação ao terceiro carro, mas acho que é muito melhor ver um piloto em um carro competitivo do que nessas carroças de Caterham e Marussia, que pelo modelo da F1 atual, não conseguem se desenvolverem e mesmo a pontuação indo até o décimo, só em corridas malucas é que elas conseguem pontuar.
Assino embaixo Alex, mas pensa nesta: Em vez de terceiro carro, que essas duas equipes sejam leiloadas entre quem quizer e sejam associadas a alguma grande (acho que é mais barato que o terceiro carro), e fique uma satelite como a Toro Rosso. E claro Alex, a liberação total de mexer e investigar sobre os propulsores (PU). É um adefesio congelar tecnología justamente quando se esta impondo um cambio drástico do combo propulsor.
Seria bem interessante chegar a um grid de 26 carros com as duas que estão para entrar.
Concordo que seria uma solução melhor porém acho que nesse cenário atual ela é menos viável do que o terceiro carro
Ju. Uma dúvida surgiu no final desta temporada. Acredito que o carro mais dominante da história da F1 tenha sido o da McLaren de 1988, o verdadeiro carro do outro mundo. Mas qual a equipe mais dominante e uma temporada? McLaren 1988/89, Williams 92/93, Ferrari 2002, Red Bull ou agora a Mercedes 14?
É uma boa discussão para o final da temporada. Só lembro que HAM/ROS superaram Senna e Prost com duas etapas a mais do que as que foram realizadas no total da temporada de 1988
Jogando para ternos percentuais, em 88 eles fizeram dobradinha em 62,5% das corridas enquanto os pilotos da Mercedes fizeram dobradinha em 61,1% das corridas. Se fizerem mais uma dobradinha em Abu Dhabi cravam 63,2% e superam Senna e Prost em termos relativos.
As proprias Mercedes de 54 e 55 eram muito dificil de superar, e com o binomio Fangio-Merdes não havia pra ninguem (só Moss com outra Mercedes).
Mas quero ser enfático na minha resposta (que vc não pediu). Em nenhum dos campeonatos citados por vc, havia um regulamento tão castrante no desenvolvimento como o de hoje. Em todos esses campeonatos citados, nenhum oponente conseguiu dar a volta por cima.
O Aplastante deste ano, é o fato da Merdes dominar e estar protegido para que ninguem pudesse reacionar. Quer mais?? Em nenhum outro campeonato desses (e muito a pesar de que Shumi tinha superpoderes sobreo barrica), o cheiro de um “Script by Merdes” para definir campeonato se fez sentir.
Não sou eu só. O abandono de fans da categoria e a queda de audiencia Mundial, dão a entender que: “Me enganando que estou gostando”.
O circus está em frangalhos. Que não seja por uma tragedia como em Le Mans. mas para mim, se a Merdes ameçar que va embora se descongeralem o regulamento, podem ir, não fizeram falta no passado e sem ela será melhor agora.
Falei!
Bruz, estou curtindo muito esta temporada da F1! Hahahahaha! Ainda que eu não tenha certeza sobre o resultado final. E tem mais: sou contra o descongelamento, hahahahaha!!! Os cartolas mexeram DESNECESSARIAMENTE nos regulamentos. Agora aguentem! A Mercedes não brinca em serviço, é “profissa”.
Parabéns ao seu favorito, RosbergER, que fez uma corridaça em Interlagos, a melhor de sua carreira, na minha opinião.
Hehe, Bruz sempre irreverente, kkkkk. Concordo com vc Bruz, estão contra a concorrência aberta, deem descarga na privada e deixe a merdes ir por água abaixo, kkkkkk
Sobre o uso de 3 carros, fiz uma dissertação em uma de minhas últimas colunas. Quem quiser dar uma conferida, está aqui: http://www.pista-e-box.blogspot.com.br/2014/10/3-carros-problema-ou-solucao.html
Julianne,
Você escreveu um post sobre as batalhas épicas da F1, somente esqueceu de comentar a do Felipe Massa X Lewis Hamilton, onde, o primeiro foi campeão mundial por 30 segundos e o Lewis conseguiu ultrapassar o Timo Glock no final. Todos aqui devem concordar que nunca teve nada parecido.
Saudações
Certamente foi uma decisão incrível, mas a matéria era sobre batalhas entre companheiros. Valeu.