F1 Fazendo barulho - Julianne Cerasoli Skip to content

Fazendo barulho

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Muita gente no paddock da Fórmula 1 não escondeu a desconfiança quando a Toro Rosso escolheu Max Verstappen, com apenas 17 anos e um ano de experiência em carros de corrida, como piloto titular para a temporada de 2015. Não que se questionasse o talento do holandês. Mas, sim, sua maturidade.

Não demorou para, logo na primeira vez que o piloto ‘colocou suas asinhas de fora’, os ataques virem de todos os lados.

Verstappen vem chamando a atenção desde sua primeira corrida pela agressividade com que luta por posições e já fez ultrapassagens dignas de um grande piloto. Mas – como costuma acontecer às vezes com pilotos que andam no limite – no GP de Mônaco passou do ponto. E não voltou atrás.

A postura arrogante do holandês não caiu bem entre seus pares. Todos deixaram claro que entendem o erro em si, mas não engoliram sua postura. Em Mônaco, Verstappen não julgou bem a diferença de capacidade de freada que seu carro tinha em relação à Lotus de Romain Grosjean, que tinha pneus bem mais desgastados, e bateu na traseira do francês. Ao sair do carro, acusou o francês de ter freado mais cedo de propósito para provocar a batida. E, mesmo após os comissários estudarem as telemetrias de ambos os casos e puni-lo, manteve sua postura.

O prório Grosjean foi o primeiro a admitir que também já fez muita besteira na Fórmula 1 – que o digam Alonso, Hamilton e Perez, pegos em meio ao strike que causado pelo francês no GP da Bélgica de 2012 – e que hoje se sente um piloto melhor. Em parte, porque aprendeu com seus erros.

Difícil é encontrar algum piloto que não tenha dado suas escorregadas na Fórmula 1 – e isso se estende a profissionais de qualquer área. E também é fato que, entre as qualidades que se busca em um piloto campeão do mundo, a de relações públicas não costuma ser das mais essenciais. Porém, a postura de Verstappen e a reação – até certo ponto incomum, devido à intensidade – de seus pares pode fazer com que o jovem e veloz holandês acabe ficando marcado pelos comissários, como ocorreu em determinados momentos com Lewis Hamilton e com Pastor Maldonado.

Para a Fórmula 1 em si, não é nada mal de uma figura com uma postura “eu vou para cima mesmo e esse é meu jeito”. Afinal, o excesso de diplomacia é uma das queixas dos fãs.

Mas isso também pode ser um perigo para o holandês. Afinal, Max tem de quem herdar o estilo “tudo ou nada”: seu pai, Jos, sempre teve a carreira marcada pela grande capacidade técnica e os parafusos a menos. Não coincidentemente, chegou à Fórmula 1 como uma grande promessa e saiu pela portas dos fundos. E seria um desperdício ver essa história se repetir.

7 Comments

  1. A rápida ascensão dele basicamente demonstra que os carros atuais são dóceis e guardam pouco segredos. Não é preciso mais ser um ás rápido e frio para extrair o máximo do equipamento. Esse novo paradigma deixa os veteranos desprotegidos, uma vez que seus salários são elevados e sua experiência traz pouca vantagem sobre um novato rápido e promissor (e com patrocinador forte, no caso do Max).

    E por isso que o erro – natural/normal/aceitável para quem está ainda se ambietando à categoria – do Max se tornou tamanha oportunidade para que veteranos massacrem o novato.

  2. Juliane, acho que é uma choradeira enorme isso, o Massa, devia ficar bem quietinho e olha para o próprio umbigo, pois vez um monte de lambança no primeiro ano dele.

  3. Concordo com o Érico e o Rodrigo, mas o potencializador de tudo (reação dos pilotos e contra-reação do Max) é a pouca idade do cara. Com 17 anos o piloto é alvo de uma desconfiança maior que a normal por parte dos colegas, e por outro lado a tal contra-reação exagerada, sem nenhum sinal de auto análise, é típica de um adolescente.

    a propósito, já ouvi falar de gente (pesquisador do comportamento humano) que considera que a adolescência de hoje vai até os 25 anos… mundo estranho esse de hoje.

  4. Legal, Ju, então este é o seu novo espaço? Muio legal! Sucesso pra vc!!

    Só um comentário off-topic: a fonte utilizada é ruim de ler na tela (talvez impressa seja ok), isso na minha opinião de leitor e designer gráfico.
    Para mim, esta fonte com serifas e espessuras distintas (na mesma letra), faz com que o texto “pulse”, causando um certo incômodo aos olhos e à visão periférica durante a leitura.
    Acho melhor usar uma fonte sem serifa, mais homogênea na espessura e menos estreita (seria melhor uma mais arredondada).

    Mas esta é apenas minha opinião…

    Abs!

    Celso

    • Obrigada, Celso. Ainda estou em período de testes com esse design, então todo feedback é bem-vindo.

  5. Que espaço bom de visitar. Você e o Livio são o que tem melhor para ler sobre F1.
    Sucesso.

  6. Olá Julianne,

    Parabéns pela casa nova. Ficou com um layout muito charmoso e agradável. Vida longa!

    Sobre o post. Não me incomoda, nem um pouco a postura de Max. Acho que a categoria precisa de um pouco disso, do anti-ídolo, do não diplomata. Para o bem e para o mal, perfis assim mudam a história e introduzem rivalidade. Enquanto ele continuar correspondendo nas pistas, isso não deverá ser um problema.


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