“Queria saber quem escreveu [a matéria] porque nenhum de vocês faz a mínima ideia do que está escrito no meu contrato. É uma grande besteira essas coisas que vocês ficam escrevendo. Quem escreveu? Está aí?”
A tensão que marcou a coletiva de imprensa de Kimi Raikkonen na Áustria tem sido uma constante. Arredio, o homem de gelo vem demonstrando a cada GP que está sentindo o golpe de ser superado constantemente por Sebastian Vettel e ver seu futuro, mais uma vez, ameaçado na Ferrari. E na própria Fórmula 1.
Em Spielberg, Kimi admitiu pela primeira vez que pode estar em seu último ano na categoria. Se a Ferrari não renovar seu compromisso, que acaba no final de 2015, ele deve pendurar o capacete.
Além da agressividade fora do normal, o desempenho de Raikkonen dentro das pistas não vem ajudando. Depois de começar o ano andando perto de Vettel, o finlandês vê o companheiro cada vez mais à vontade na Ferrari, enquanto volta a ter os problemas que marcaram a última temporada, quando foi amplamente superado por Fernando Alonso. Agora, porém, não pode usar a desculpa de que o carro foi projetado com o espanhol em mente, uma vez que até o diretor técnico James Allison declarou ter atendido às demandas do piloto na concepção do modelo de 2015.
Raikkonen parece não se acostumar com o retorno de potência nas reacelerações – mesmo com a melhora do motor Ferrari – e não carrega velocidade suficiente para aquecer devidamente os pneus, o que prejudica sua classificação. E, largando sempre atrás de Vettel, piloto cuja marca é a grande consistência no ritmo de corrida, fica difícil receber a bandeirada na frente do alemão.
Há quem diga que as dificuldades não surpreendem. Quando Raikkonen voltou à Fórmula 1 em 2012 após a primeira dispensa da Ferrari, logo roubou a cena levando a Lotus a pódios e vitórias. Porém, naquela época, ouvi de engenheiros da própria equipe que o carro era muito melhor do que os resultados de Kimi demonstravam. Quando trocou a companhia de Romain Grosjean por outros campeões do mundo, isso teria ficado evidente.
O cenário está longe de ser favorável, mas não significa necessariamente o fim da linha para o campeão de 2007. Afinal, ele está cumprindo um papel importante na Ferrari: é o quarto colocado e está colaborando para a segunda posição no mundial de construtores. A novela da renovação, contudo, deve se arrastar ao longo do ano, uma vez que Maurizio Arrivabene já avisou que sua tática é manter a incerteza para se certificar de que Kimi não vai relaxar. O homem de gelo que trate de esfriar a cabeça.
5 Comments
Ju, pode-se também colocar as dificuldades de Kimi na idade? Villeneuve ja havia declarado em 2012 que o carro da Lotus provavelmente era o melhor do grid, e a equipe teria conseguido mais vitórias se contasse com Alonso ou Hamilton por exemplo.
Acho que o problema não é só ficar atrás do Vettel, mas também ficar atrás de uma Willians. O ideal da Ferrari é fazer terceiro e quarto ou quando um piloto tiver algum problema o outro garante o pódium. Como ocorreu no Bahrein.
Se o Kubica não sofresse o acidente de rally, teria uma grande chance de ser pilotando a Lotus.
Ju, você acha que o Kubica poderia ser campeão com a Lotus, em 2012 ou 2013?
Parece que a coisa tá feia pro Finlandês, Kimi é um bom piloto, mas não é excepcional, Pra mim está no mesmo patamar que o alonso. Pilotos que fazem a diferença, produzem mais do que ele tem mostrado. Acredito que o Arrivabene vai dar uma cartinha de recomendação e um tchau pra ele. Penso que o Bottas ou Ricciardo renderiam mais nessa Ferrari!!!
Seria interessante ver Bottas ou Ricciardo como companheiro de Vettel na Ferrari… so não sei se a Ferrari saberia lidar com isso. Dois pilotos competentes. Cozinhar abertamente um piloto como Kimi eh contra-producente IMO
querida ju , com certeza esse carro da willians tambem pode muito mais que os resultados que massa e bottas sao capazes de obter, me causa espanto uma equipe com um passado tao glorioso nao ter procurado um piloto como alonso ou ate mesmo button ou aquele frances que saiu da toro rosso e dava muito trabalho para ricciardo