F1 Sinal de fumaça? - Julianne Cerasoli Skip to content

Sinal de fumaça?

GP GRAN BRETAGNA F1/2015

Era março, Sebastian Vettel vencia de forma surpreendente o GP da Malásia, levando a Ferrari ao lugar mais alto do pódio pela primeira vez em 18 meses. Enquanto isso, Fernando Alonso sofria com um conjunto lento e pouco confiável da McLaren. E o questionamento era inevitável: teria o espanhol e seu jeito egocêntrico de trabalhar sugado as chances do time italiano nas últimas temporadas?

Com praticamente metade do ano disputado, dá para ver mais claramente que esse não era o caso. Chega a ser impressionante a incapacidade da Ferrari desenvolver de forma consistente seu carro, mesmo depois de diversas mudanças no comando técnico e até de uma reforma que fechou o túnel do vento por meses para resolver de uma vez por todas os problemas de correlação entre os dados de simulação e os resultados de pista. Contudo, o que estamos vendo é que, mais uma vez, o time não consegue utilizar todas as peças novas que desenvolve.

Isso começou a aparecer no GP da Espanha, quando a Ferrari apresentou com grande alarde um pacote aerodinâmico totalmente novo. De lá para cá, a frase mais comum para justificar resultados aquém do esperado entre os homens de Maranello é “não conseguimos ter um final de semana limpo para maximizar nosso potencial” – há quem diga, por deficiências relacionadas ao consumo de combustível, que teria aumentado com o update do motor. E assim se passaram quatro GPs desde que a tal versão B do carro estreou em Barcelona.

Curiosamente, os tais finais de semana limpos costumavam ser o grande trunfo da Scuderia nos tempos de Alonso – não que isso dependesse diretamente do piloto, mas sim do grupo que geria o time naquela época, lembrando que a reconstrução para esta temporada foi profunda. O carro costumava começar bem a temporada, o ritmo de desenvolvimento não acompanhava os rivais e essa deficiência era compensada em parte por uma execução precisa para maximizar os resultados. Em 2015, não vem sendo assim.

Tanto, que a Williams deu um banho de eficiência nas últimas três corridas (bobeada + chuva à parte em Silverstone, claro). O time de Grove parece bem mais seguro em relação a seus procedimentos – e isso engloba a maneira como estuda o acerto do carro, como avalia o ritmo e traça a estratégia – e, como vem sendo de praxe, acertou a mão no pacote que levou à Áustria.

O GP da Hungria servirá como um termômetro importante que pode desencadear mudanças em Maranello. Pelas características do travado circuito de Budapeste, o normal é que, mesmo com a evolução demonstrada nas últimas provas, a Williams não seja páreo para a Ferrari. A imprensa local já vem colocando em xeque o trabalho do diretor técnico James Allison, que assumiu o cargo ano passado. E uma eventual derrota seria mais que o suficiente para demonstrar que o time trilhou o caminho errado. Mais uma vez.

8 Comments

  1. Continuo achando que a Ferrari está no caminho certo. E o James está apenas no começo do seu trabalho. Ele já pegou o projeto em andamento logo não fez tudo que poderia ou gostaria. A grande melhora da Ferrari será de 2016 em diante.

  2. Acho que a Ferrari deveria “esquecer” este carro e de 2016 (alguem tem dúvida de quem será o campeonato de construtores e de pilotos no ano que vem?) e focar 2017 porque aí sim, com as regras novas ela terá a chance de disputar as primeiras posições. Agora será um tito-no-pé ela “serrar-o-galho” do Allison porque competência, isto ele não precisa provar a ninguém.

  3. O problema na Ferrari e política, alguém duvidava da competência do Pat Fry ? Não adianta colocar pessoas competentes, se os mesmos não possuem autonomia pra tomarem as decisões “chaves” da equipe. O Alonso não decidiu sair a toa, ele sabe melhor que todos as virtudes e fraquezas da Scuderia.

    • Pat Fry é tão “competente” que nenhuma equipe o contratou após ele ser demitido da Ferrari. Nem ele e nem o Nikolas Tombazis. Esses dois afundaram com a Ferrari.

  4. A Scuderia só se daria bem com esse regulamento se fosse 1.6 L Turbo-Nitro Elétrico-Recuperador de Energia-Kers e mais muito mais, se fosse TUDO livre e pudesse gastar à vontade. Aí, amigo, já estaríamos na vigésima configuração de motor, mais de 20.000km rodados, três turnos e já era.
    Agora, do jeito que está, com testes restritos, pode mexer, só que não. Aí, pra Scuderia, fica difícil. O Alonso disse bem. Mexeram na aerodinâmica, na mecânica, no quadro de funcionários. Mudaram tudo, só não mudou a posição: Atrás das Mercedes…

    • Power, complementando seu raciocícnio, a Ferrari me parece com as estatais brasileiras, onde correm rios de dinheiro, mas a competencia, a boa gerência e os resultados detalhados e estudados, fazem parte do setor privado, esse sim, trabalhando de forma enxuta e produtiva…resumindo: o forte da Ferrari não e eficiência!

  5. Schumacher também era egocêntrico mas nem por isso a Ferrari deixou de ser campeã.
    Alonso sempre exigiu que a equipe fizesse um bom carro mas eles não conseguem.
    A Ferrari até hoje vive naquele vício de ter que testar kilometros e kilometros em sua pista particular para que consiga seus objetivos. Mas como hj isso é proibido, eles estão apanhando.
    Vale lembrar que esse carro deste ano ainda tem um pouco daquela joça do F14T. Então quando o Allison conseguir projetar e desenhar um carro todo no seu jeito de fazer, a Ferrari vai andar,

  6. De fato, estã tão mal que ganhou corrida ontem. E a Williams tão bem que ontem… Hehehe.


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