Depois de traçar um paronama da primeira metade da temporada das equipes, chegou a hora de checar como estão os duelos internos de cada uma delas, começando por três pilotos que têm se destacado positivamente frente a seus companheiros: Vettel, Grosjean e Nasr. São comparações que marcam, igualmente, o segundo ano seguido em que Raikkonen, Maldonado e Ericsson perdem na briga interna.
Ferrari
Vettel |
Raikkonen |
|
Placar em classificações |
8 (-0s561) |
2 |
Placar em corridas |
5 |
2 |
Voltas à frente |
279 |
150 |
Porcentagem dos pontos |
67.8 |
32.2 |
Parece que Sebastian Vettel levou a sério o papel de substituto de Fernando Alonso na Ferrari. A primeira temporada do tetracampeão em Maranello tem sido, dentro da pista, no mesmo padrão do espanhol: maximizando os resultados e colocando-se no lugar certo para aproveitar quaisquer oportunidades que a Mercedes deixar. Tanto, que já dá para considerar seu irreconhecível 2014 como algo fora da curva, como o 2011 de Hamilton, por exemplo.
A única prova que lembrou o Vettel do ano passado foi do Bahrein, palco de uma das duas únicas derrotas para Raikkonen no ano (a outra foi no Canadá, quando largou em 18º por um problema no motor na classificação). Ainda assim, o alemão foi ao pódio em sete das 10 provas disputadas até aqui e é o único piloto a ter terminado todos os GP no top 5.
Azar de Raikkonen, que diz ter evoluído em relação ao ano passado e pede para ser avaliado pelas performances, e não números, lembrando que seu equipamento falhou mais vezes que o do companheiro. Ainda que isso seja um fato e amplifique as estatísticas, à medida que Vettel vai se sentindo mais à vontade com a equipe, a vantagem em relação ao finlandês vem aumentando.
Mas também é notável que, mesmo com Vettel cumprindo bem a função de Alonso, o déficit de Raikkonen é menor nesse ano: em 2014, por exemplo, a contribuição do finlandês para os pontos da Ferrari foi de apenas 25%.
Sauber
Nasr |
Ericsson |
|
Placar em classificações |
6 (-0s128) |
4 |
Placar em corridas |
7 |
1 |
Voltas à frente |
333 |
187 |
Porcentagem dos pontos |
72.73 |
27.27 |
Quando foi anunciada a contratação de Felipe Nasr para formar dupla com Marcus Ericsson na Sauber, a expectativa era de que, para mostrar um bom cartão de visitas para o paddock da F-1, o brasileiro deveria não tomar conhecimento do sueco. E, mesmo tendo sofrido em algumas etapas com problemas de freio que não apareciam no carro de Ericsson, é isso que o brasileiro vem fazendo, por muitas vezes (tirando o erro no treino livre do Canadá) fazendo com que Marcus aparente ser o novato. A performance, claro, da Austrália e a grande corrida de Mônaco são seus destaques até aqui.
Ericsson, por sua vez, vem colecionando erros, sendo o mais marcante a largada queimada na Áustria. No entanto, o sueco vem conquistando melhores resultados nas últimas provas e superou Nasr de forma convincente na Hungria. É um bom momento para o brasileiro mostrar serviço e seguir tendo, na segunda metade da temporada, um desempenho confortavelmente melhor. Trata-se de um consolo para quem vê, a cada passo dos rivais, o carro da Sauber ficando menos competitivo.
Lotus
Grosjean |
Maldonado |
|
Placar em classificações |
9 (-0s411) |
1 |
Placar em corridas |
2 |
1 |
Voltas à frente |
282 |
93 |
Porcentagem dos pontos |
65.71 |
34.29 |
Ano passado, com a Lotus usando o errático motor Renault, dava até para colocar na conta da falta de confiabilidade, mas o segundo ano seguido de lavada de Grosjean para cima de Maldonado indica que há uma diferença de nível entre os dois.
Enquanto Grosjean claramente mostra evolução – mesmo que tardia – e vem se mostrando extremamente regular, tendo se envolvido em apenas um acidente na temporada, e sem culpa, em Mônaco, Maldonado segue aprontando das suas: o placar de derrotas em corrida só não é maior que o 2 a 1 porque o venezuelano abandonou seis das dez provas disputadas, sendo três por acidentes. Isso, sem contar as punições, que prejudicam a equipe. É fato que Pastor traz muito dinheiro consigo e já obteve seus feitos – o mais notável, claro, a vitória na Espanha em 2012 – mas uma hora a conta não vai fechar.
8 Comments
Considero o Ericson o mais fraco do grid, não dá para comparar os pilotos da Manor, então o Felipe batê-lo é uma obrigação.
O Maldonado é rápido e veio como campeão da GP2. Tem velocidade, mas falta constância. O Grosjean melhorou bastante, tem pilotado bem. Mas a grande diferença das equipes tira um pouco da referência, mesmo mais no fundo do grid os upgrades vem em tempos diferentes.
O Kimi tem ficado novamente aquém do esperado. Ou tem o “azar” de pilotar mal ou o azar do carro quebrar. Perdeu boas oportunidades no Canadá e em Monaco. Se não fossem as quebras, não estaria levando uma lavada do Vettel. Tem sido inconstante. Não esperava que batesse o Vettel, mas que fosse mais constante nas corridas com era na Lotus. Mas o Kimi sempre foi muito bom piloto, campeão do mundo, e merece respeito. Talvez esteja na hora de aposentar.
Ano passado kimi dizia que o carro é feito pra alonso e tal, tinha a desculpa e esse ano o carro feito a seu estilo e vem levando um 8×2 que poderia ser 9×1 devido o problema q vettel teve no canada , ai fika dificil pro kimi ,mas nas corridas ele vem levando um certo azar isso é fato, maldonado se envolve demais em problemas e veem levando uma sova rsrsrs o ericsson é fraco o nars tem tudo pra se impor na equipe. Acho q faltou o lewis ai q vem detonando o rosberg…se num vier num post dedicado claro.
Levando-se em conta ainda que Maldonado participa de todas as primeiras sessões das sextas-feiras, recusando-se a ceder o carro a Palmer por força de contrato, a lavada é ainda maior do que parece. Ele não está conseguindo sequer prevalecer a maior virtude dele: a velocidade em classificação. Está apanhando feio!
Julianne, fora do post, mas é interessante notar que o pódio, aliás, os quatro primeiros lugares do último GP da Hungria foram todos egressos do programa de pilotos da Red Bull, o que PROVA o faro fino de Helmut Marko, ex-piloto de Porsche 917 (vitorioso) e F 1. Vettel é esse fenômeno que esbanja juventude já com 4 títulos, Ricciardo a caminho de transformar o Trio de Ouro em Quarteto, Kvyat um potencial ganhador e Max Verstappen um fenômeno de apenas 17 anos e que pulou quase direto do kart para a F 1, onde ainda está fazendo o seu aprendizado automobilístico. Sou fã de todos os quatro, que reúnem todas as características que reputo como a essência do automobilismo: extrema velocidade, ímpeto, arrojo, garra e gana de vencer. São esses fatores que tornam o automobilismo um esporte emocionante e fascinante. E como garimpo bem sucedido de Marko, ainda podemos citar o veloz Buemi, campeão mundial no WEC.
Quanto ao seu post, ótimo como sempre, e concordo com o Alexandre: ainda que possa eventualmente ter alguns lampejos aqui e ali, o grande Raikkonen desde que saiu da Lotus dá provas que sua trajetória como piloto de ponta já está em sua fase declinante. Não consigo mais imaginá-lo lutando palmo a palmo por um título contra qualquer um dos Três Grandes que eventualmente tivesse como companheiro (já sucumbiu a dois).
Lembro ainda que mesmo naquele 2011 para esquecer, apesar de ter perdido para Button (por uma margem que não considero grande) Hamilton venceu 3 GPs, o que o torna o único piloto do atual grid que nunca deixou de vencer numa temporada, desde a sua estréia.
Quanto ao Titanic de Vettel em 2014, considero-o mais que um ponto fora da curva, considero-o mesmo um mistério, e isso mostra o quanto o fator psicológico conta numa profissão onde talento atualmente é medido não mais em décimos de segundo, como enunciou em sua época Jacky Ickx, mas sim em MILÉSIMOS, vide algumas poles de Hamilton. Felizmente, o que quer que tenha ocorrido, o excepcional e “velho” Vettel está de volta em grande estilo, inclusive tendo ousado se transferir para uma Ferrari que estava bastante desacreditada, a exemplo do que fez Hamilton quando foi para a Mercedes, surpreendendo todo mundo (Stewart à época especulava até uma possível saída da equipe alemã).
Em apenas uma temporada não dá pra ter certeza, Vettel pode não ter se adaptado ao carro etc, mas a impressão que tive de 2014 é que Riccardo tinha uma precisão fina maior, sendo capaz de atingir um limite de aderência superior à de Seb, como Ayrton superou Prost em 1988 e 1989.
Pra mim, o ideal, como torcedor, seria a ida de Riccardo para a Mercedes, já que, duvido muito que Alonso ou Vettel arrisquem dividir um carro com Hamilton correndo o risco de serem derrotados.
Riccardo tem menos a perder. E como Lewis se acha o melhor de todos, é possível que não tente barrar nenhum concorrente.
Mas o ideal mesmo seria duas ou mais equipes com chances reais de ganhar o campeonato. Na minha memória as melhores temporadas foram aquelas que tiveram mais de uma equipe na disputa do título.
Augusto, taí uma dupla que eu também queria ver: Hamilton e Ricciardo nessa Mercedes vencedora. Sonho de consumo maior, SÓ UM: Hamilton e Alonso na Mercedes. Ou mesmo na Manor, hahahaha! Essa dupla reunida novamente numa mesma equipe – qualquer que fosse ela – valeria por um campeonato.
Grande Aucam,
Com certeza seria a dupla nº 1, mas creio que ela não se repita, o que é uma pena.
Abs.
Porque que a ferrari renovou o contrato com kimi, ta na cara que vettel não quer concorrência dentro da ferrari, ter um companheiro mais velho e desmotivado dentro da equipe mascara as reais qualidades de vettel, por que não botaram o ricciardo ou o hulkenberg? simples porque vettel não quer um adversário dentro da equipe e sim um novo webber, e digo mais não duvido nada que segurem o raikkonen ate os 40 anos só para não dar trabalho para o vettel .