Não foi pelo motivo que ele esperava, mas Sebastian Vettel acabou se tornando um dos nomes do GP da Bélgica, prova que marcou sua 150ª largada na Fórmula 1. O abandono devido ao estouro do pneu acabou com uma sequência de 21 provas nos pontos. Porém, seus números na carreira até aqui seguem impressionantes.
Comparando os 150 primeiros GPs de todos os pilotos que batem Vettel nas estatísticas – têm mais vitórias, poles ou pódios – dá para se ter uma ideia do que o alemão atingiu até aqui e do que pode ser projetado para seu futuro. Ele soma, por exemplo, mais vitórias que Senna e Prost, mais poles que Schumacher e mais pódios que Alonso. Além de, claro, mais títulos que todos eles nesta altura da carreira.
Outra curiosidade da carreira de Vettel é que, na Bélgica, ele completou 100GPs sem abandonar em decorrência de um acidente. Um recorde histórico.
Falando em comparar-se com os grandes, Lewis Hamilton igualou os 80 pódios de Ayrton Senna com a vitória na Bélgica – feito que precisou de uma corrida a mais do que o brasileiro para obter. O próximo ‘alvo’ do inglês é o terceiro colocado na lista, Fernando Alonso, que ficou entre os três primeiros em 97 oportunidades. Continuando na mesma toada das últimas duas temporadas, o bicampeão chega lá em 2016. Mas difícil mesmo é alcançar os 155 de Schumacher…
Falando em pódio, Romain Grosjean encerrou um jejum de 31 corridas sem ficar entre os três primeiros. A última vez que tinha estourado o champanhe fora no GP dos Estados Unidos de 2013. Ele também fez sua melhor classificação justamente desde aquela prova de Austin, com o quarto melhor tempo. Porém, desta vez não largou na segunda fila, sendo punido e caindo para nono no grid. Grosjean faz uma boa temporada, sendo o único, junto de Hamilton, a ter superado o companheiro em 10 das 11 classificações até aqui, repetindo a lavada que deu em Maldonado ano passado.
Os últimos 44 GPs foram vencidos por apenas quatro pilotos – Hamilton, Rosberg, Vettel e Ricciardo. É um recorde absoluto. Recentemente, um grupo de cinco pilotos venceu os mesmos 44 GPs (Vettel, Hamilton, Button, Alonso e Webber), mas o exemplo mais próximo de um quarteto tão dominante são as 26 conquistas de Prost, Mansell, Berger e Senna entre 87 e 89.
Entretanto, não dá para falar de números do GP da Bélgica sem citar as punições da McLaren. De fato, elas só foram tantas devido a uma brecha no regulamento, que basicamente diz que levar 10 ou 1000 posições, no caso de uma equipe que já vai largar lá atrás, significa a mesma coisa. Ao mesmo tempo em que o sistema anterior de ‘pagamento parcelado’ entre a classificação e a corrida era confuso, a solução encontrada soa patética.
Enfim, a McLaren se aproveitou, atualizou dois motores de uma só vez e levou uma punição de 105 posições no grid, combinadas entre seus pilotos. Com isso, Jenson Button lidera a ‘tabela’ dos mais punidos, com 95 posições perdidas, contra 75 de Fernando Alonso e 25 de Max Verstappen.
8 Comments
Desde que ganhou a primeira corrida de Toro Rosso na chuva, achei que estava surgindo um novo campeão. Depois dominou o destruidor de jovens companheiros de equipe e foi tetra campeão. E apesar das críticas hoje vemos que a RedBull nem era tão dominante quanto parecia. E depois de um ano ruim, ressurge o grande campeão. É muito difícil comparar pilotos, apesar de termos os números. Acho que todos tiveram seu mérito e trabalharam muito para isso. Prefiro adimirá-los. E aos críticos de plantão, que falam que fulano e ciclano só ganham por causa do carro fica a pergunta: se realmente é o carro que faz diferença, porque pagar 30 mi de euros a Hamilton, Vettel e Alonso, por exemplo, se tem no mercado os Ericsons da vida com muita grana de patrocínio.?
“…se realmente é o carro que faz diferença, porque pagar 30 mi de euros a Hamilton, Vettel e Alonso, por exemplo, se tem no mercado os Ericsons da vida com muita grana de patrocínio.?”
Boa Alexandre! Só este magníficos-três-exemplos não nos deixam dúvida de que pagando tão vultuoso salário a estes agraciados se traduz sim em campeonato de construtores com a soma record que se traduz em cetenas de milhões de dólares (ou euros) acompanhado de uma tremenda exposição midiática que irão multiplicar por dezenas de vezes o retorno do investimento feito. Não basta ter um bom equipamento e muito dinheiro disponível pra gastar. É preciso ter pessoas ou material-humano competente para opera-los. E a Mercedes, Ferrari e Mclaren sabem disto muito-bem!
Muito bem dito Alexandre, claro que não é só o carro.
Agora existem alguns anos que atrapalham as estatísticas. Por exemplo, se o Rosberg tivesse como companheiro de equipe o Ericson ele estaria caminhando pro bicampeonato, talvez tivesse vencido 14 corridas ano passado, o que seria recorde, e seria celebrado hoje como um novo Vettel. Como o Hamilton está lá a história é outra.
Reconheço enorme talento no Vettel, Alonso e Hamilton, entre outros, o que me incomoda é que quando ganham os outros gigantes estão em carros ruins.
Eu particularmente não gosto de comparar pilotos de épocas diferentes. Não acho justo, e embora por questão pessoal goste mais de um ou de outro sei reconhecer as qualidades de todos. Acho o Vettel um grande piloto e mais do que isso acho que ele tem uma boa imagem de muito dedicado e trabalhador e acho que isso faz diferença nos resultados finais. Acho que alguns pilotos se perdem com situações extra pistas, com arrogância e egoísmo, mas repito isso não os torna menos competentes ao volante. Mas as vezes as consequências desses problemas são os resultados que não aparecem.
Acompanho as opiniões lúcidas e imparciais do Alexandre, do Braz, do Augusto e da Daniela, que assim demonstram, ANTES DE TUDO, antes de quaisquer preferências pessoais, amar o bom automobilismo. Como disse o Augusto, também fico frustrado em ver os Três Grandes em carros desnivelados. Talvez possamos vê-los em carros parelhos em 2017, com novos regulamentos, pois a atual perfeição da Mercedes me dá a convicção de que ela continuará dando as cartas em 2016. Torço para que em 2017 tenhamos um campeonato disputado palmo a palmo até à última prova entre o Trio de Ouro e mais Ricciardo.
Faço minha a sua esperança caro AUCAM! O automobilismo merece e nós também.
Eu também faço minha sua esperança grande AUCAM. Que venha 2017 então.
Abs
Apesar das trapaças (como a de 94 na Benetton) e as facilidades que Schumacher gosou em sua carreira, vencendo diversos títulos na Ferrari sem a menor concorrência externa ou interna, Ainda acredito que a velocidade e o talento de Schumacher façam como que ele seja presença quase pacificada em qualquer lista TOP FIVE da F-1 . Vettel, por outro lado, pertence a uma outra Fórmula 1. Uma altamente automatizada, artificial, demasiadamente segura, monótona. e ainda mais dependente do equipamento do que outrora. Schumacher, ao menos em seus primeiro anos enfrentou pilotos lendários do calibre de Senna, Piquet e Prost numa Fórmula 1 bem menos automatizada infinitamente mais perigosa e com desafios muito maiores. Porém, nenhum desses dois têm comparação com Ayrton Senna. Um piloto tão especial que era capaz de feitos extraordinários, como ultrapassar numa pista escorregadia e sem visibilidade alguma 4 carros mais velozes do que o dele antes de completar a primeira volta de um GP. Um piloto que tinha uma tocada tão fascinante que era capaz de segurar na “unha” o bólido “rebolando” a traseira em cada saída de curva de alta. Um corredor que andava no limite praticamente o tempo todo, possuidor de uma técnica inimitável, uma obstinação e determinação assustadoras. Alguém que em 20 anos ininterruptos dominou praticamente todas as listas feitas pelos “experts” (pilotos, engenheiros, jornalistas) de várias nacionalidades por toda forma de mídia existente, seja ela rádio, TV, internet, revista ou jornal. Senna foi o MELHOR e MAIOR piloto que já existiu. Sim, ele foi mesmo tudo isso. Pobre Sebastian Vettel, ele não dá nem pra saída…