F1 A chance de Nasr - Julianne Cerasoli Skip to content

A chance de Nasr

Quem vai rir por último na briga interna da Sauber?
Quem vai rir por último na briga interna da Sauber?

Até o GP do Canadá, sexta etapa do campeonato da Fórmula 1, no início de junho, a disputa interna da Sauber era uma lavada: Felipe Nasr se classificara à frente do companheiro Marcus Ericsson em cinco oportunidades e chegara na frente em todas as vezes que ambos cruzaram a linha de chegada. Nas seis corridas disputadas de lá para cá, o brasileiro ainda teve um ponto alto na Áustria, mas vem sendo consistentemente mais lento que o sueco.

A vantagem de Ericsson ficou mais clara nas últimas três provas, em que o piloto superou Nasr nas três classificações e nas três corridas. Aos sábados, a diferença é pequena, de 0s25 em média, mas é importante para pilotos que estão brigando pelas últimas posições no top 10. Não coincidentemente, Ericsson pontuou nas três corridas, enquanto Nasr bateu na trave, ficando em 11º em duas oportunidades.

O estreante credita a queda de rendimento a diversos fatores: teve problemas nos freios no Canadá, na Áustria e na Bélgica, enquanto não chegou a largar na Inglaterra e teve a corrida comprometida por um toque na largada na Itália. Em Monza, também foi detectada uma diferença de velocidade final entre os dois carros da Sauber.

Porém, é inegável o crescimento de Ericsson. O sueco, que disse ter feito “a melhor corrida da vida” em Monza, revelou ter mudado sua abordagem nos GPs, concentrando-se melhor e encontrando maneiras mais efetivas de acertar o carro com base em suas características. Quem acompanhou de perto a primeira metade da temporada sabe que o piloto não era dos mais focados do grid, mas isso parece ter mudado nas últimas etapas.

Muitas vezes, não damos o devido valor ao fator confiança na Fórmula 1 porém, quando se fala em altíssimo nível em qualquer atividade, ela pode ser o diferencial. Nesta temporada, temos vistos vários exemplos de pilotos que entraram em uma espiral positiva e isso contribuiu para que os erros ficassem de lado. Lewis Hamilton, por exemplo, tem sido excelente desde o início da temporada, mas a forma como ele não deixou que as largadas ruins o afetassem parece tê-lo tornado imbatível nesse momento. Outro caso foi o de Nico Hulkenberg, que mudou da água para o vinho depois da vitória nas 24 Horas de Le Mans. Felipe Massa também vem carregando uma confiança que há tempos não tinha devido à primeira metade positiva da temporada.

Com Ericsson, acontece o mesmo. Porém, como a missão de Nasr neste seu primeiro ano é conseguir se adaptar rapidamente e bater um companheiro cujo currículo nas categorias de base é bem mais humilde, cabe ao brasileiro virar o jogo. Sua grande esperança é retomar a vantagem com a atualização que a Sauber levará para o próximo GP, em Cingapura. Trata-se do maior update que a equipe terá no ano – incluindo assoalho, asas dianteira e traseira e o bico encurtado, tendência usada por Red Bull, Toro Rosso e McLaren. Um carro praticamente novo para o que também precisa ser um reinício para o brasileiro.

7 Comments

  1. O Nasr nos tem reclamado seguidamente de seus freios. E pra quem tem uma tocada arrojada, isto tira todo impeto na busca das melhores colocações no grid e na prova. Não adiantará nada toda essa atualização se a Sauber não resolver o problema dos freios que o Felipe tem reclamado.

  2. F1 é complicado. O carro anda tanto que ,praticamente, não tem limite. Digo que não tem limite porque sempre um companheiro coloca 0,1s ou o,2s em cima do outro. Mas em cima do melhor tempo nunca é impossível tirar mais um “pelézimo” de segundo. Logo, o carro não tem limite.

    Aí já entra a coisa da confiança. Até onde posso ir? Se passar da conta vai ser uma falação danada e pode até acontecer dano no carro, o que não é legal. Também não posso, jamais, tomar pau do companheiro.

    O mais importante é que tipo de personalidade a pessoa tem. Tem gente que numa situação de pressão dessas se tranca no quarto e começa a chorar. Outros, com postura de piloto de verdade, vai estudar detalhadamente as telemetrias, conversar com engenheiros, pessoal de área técnica, assistir vídeos pra ver estilos dos oponentes e,porque não, até treinos em simuladores e video-games.

    Acho que o Ericsson deve estar estudando uma barbaridade.

  3. Considero o Ericsson o mais fraco do grid. O Nasr um piloto mediano, capaz de estar na F1, mas não um fora de série. Acredito que ele possa chegar a uma equipe média, o que já é bastante. Não estou desmerecendo o Felipe, mas competir contra os melhores na F1 é muito dificil.
    Sobre estar com dificuldades no carro, o fato de correr numa equipe pequena dificulta encontrar o problema. Tomara que acerte o carro com os upgrades.

  4. Em geral, Ericsson é subavaliado e Nasr superavaliado. Nem sempre quem ganha muito ou tudo nas categorias de acesso se torna um vencedor quando chega à categoria máxima. Hulkenberg é o exemplo mais marcante disso (ganhou tudo nos acessos), mas houve numerosos outros: Paul Di Resta foi campeão da Fórmula 3 Euroseries em cima de ninguém menos que Sebastian Vettel; Mike Thackwell é outro exemplo, ganhou muita coisa nas categorias menores, inclusive tendo sido terceiro colocado no Campeonato Britânico de Fórmula 3, à frente de nomes como Nigel Mansell e Alan Prost mas não conseguiu se firmar na F 1; nesse mesmo Campeonato Britânico de F 3 de 1979, o brasileiro Chico Serra foi o campeão e não conseguiu se firmar na F 1; Jan Magnussen foi campeão britânico de F 3 detonando o recorde de Ayrton Senna mas fracassou na F 1, inclusive sucumbindo fragosamente à Rubens Barrichello (Hulkenberg também sucumbiu a um Barrichello já em fim de carreira) ; Nick Heidfeld ganhou o título da F 3.000 e não conseguiu uma única vitória na F 1; Bruno Junqueira também ganhou a F 3.000 e sequer conseguiu correr na F 1; Antonio Pizzonia também venceu de maneira marcante a F 3 inglesa e não conseguiu vencer nem se firmar na F 1, idem o Roberto Pupo Moreno; Ricardo Zonta, campeão de F. 3.000, também correu sem sucesso na F 1; Ken Magnussen venceu o próprio Felipe Nasr na F 3 britânica mas não conseguiu se firmar na F 1 e hoje luta para voltar à ela; o sueco Reine Wissel (a quem assisti pessoalmente correr na F1, no GP da Argentina de F 1 de 1971, ao lado de Emerson Fittipaldi) foi outro que quando assinou com a Lotus em 1970 prometia muito e teve uma passagem melancólica na F 1 (era considerado por muitos no mesmo nível de seu compatriota Ronnie Peterson, o Rei do Four Wheel Drift); o rápido e talentoso Cristiano da Matta também não conseguiu seguir na F 1; os talentosos Gil de Ferran, Tony Kanaan, Helio Castroneves também não conseguiram desbravar a F1, bem como Di Grassi, Bruno Senna e Enrique Bernoldi, todos campeões ou vencedores de corridas nas categorias de base; enfim, são muitos os exemplos e esses são apenas alguns, que me lembro assim de cabeça. Isso são fatos.

    Os motivos para esses insucessos são muitos, e vão desde a falta de sorte até mesmo à falta de foco (caso de Jan Magnussen), mas acredito que alguns pilotos têm um limite para o seu talento e, quando se deparam com os carros mais pesados, mais potentes e mais velozes da F 1 sucumbem a eles, evidenciando suas limitações.

    O contrário também acontece, embora em escala bem menor, vide Michael Schumacher e Niki Lauda, os dois exemplos mais marcantes e que me vêm fácil à memória. Sobre Schumacher nem preciso falar muito, apenas sublinhar que suas estatísticas foram pobres nas categorias onde correu antes de sua estreia na F 1 (mas certamente a chama de sua genialidade já estava à vista para os olhos mais atentos). Niki Lauda teve um início de carreira paupérrimo em termos de números e façanhas, e um início na F 1 bem obscuro, não obstante tivesse assombrado um dos proprietários da March – Robin Herd – ao decretar que o March de Ronnie Peterson (com o qual o sueco foi vice-campeão mundial de F 1 em 1971) era simplesmente inguiável. Ainda assim, depois de uma única corrida pela March, Lauda só viria a ser contratado para um time de ponta após ter sido segundo piloto – como piloto pagante – na já decadente BRM.

    Diante de tudo isso, e acompanhando também as categorias de acesso, temo que Nasr venha a se tornar apenas mais um entre tantos brasileiros que venceram nas categorias de base e não conseguiram se firmar na F 1, pois não consigo vê-lo como melhor que Zonta, Pizzonia, Di Grassi, Bruno Senna e todos os demais citados aí em cima (ainda houve outros brasileiros que foram bem nas Fórmulas menores, não citados aqui). Torço para estar completamente errado em minha avaliação, mas se Nasr repetir as carreiras de Massa e Barrichello terá superado as minhas expectativas. Não consigo imaginar Nasr como campeão mundial, ainda mais considerando a juventude de Vettel, Hamilton, além de Max Verstappen, Ricciardo, Kvyat e Vandoorne, novatos que me parecem mais talentosos que o brasileiro.

    • Em tempo: cometi um lapso quando me referi a que Magnussen ganhou a F 3 britânica em cima de Felipe Nasr: na verdade, foi o contrário, conforme eu mesmo já havia me referido a esse fato em comentários anteriores, inclusive um relativamente recente. O que eu quis foi enfatizar que, apesar de Nars ter ganho a F 3 britânica em cima de Kevin Magnussen, este chegou primeiro à F 1, quando as carreiras dos dois tomaram rumos diferentes após aquela temporada de F 3 britânica.

  5. Me lembro que em 2013, lá pelo meio da temporada, o Rosberg sempre superava o Hamilton na segunda metade da corrida.
    Foi quando realizaram uma investigação minuciosa e descobriram duas rachaduras no chassi do Lewis e fizeram outro carro pro inglês .
    O Nasr afirmou em Monza que seu carro fica “muito abaixo da velocidade do outro carro”,
    Vamos esperar o resultado após as atualizações.

  6. Ericsson esta fazendo tratamento para concentração mental e física na Italia na maior clínica de esportes de alto rendimento.
    Adiantou.


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