F1 A emoção e os pneus. A que custo? - Julianne Cerasoli Skip to content

A emoção e os pneus. A que custo?

Eles têm muito a ver com o fato de termos tido quatro vencedores vindos de equipes diferentes nas primeiras etapas da temporada. Também explicam como a Sauber apareceu com cara de quem poderia vencer a corrida na Malásia, o mesmo acontecendo com Kimi Raikkonen no Bahrein. Os pneus já eram o principal assunto de 2011, quando a Pirelli voltou à categoria com a incumbência de tornar as corridas mais emocionantes. Mas agora viraram fatores determinantes.

É curioso que pouco mudou – e esse resultado de extrema delicadeza também parece não ser proposital. Os ajustes foram sensíveis nos pneus traseiros e mais notáveis na diferença entre os compostos (os mais duros se aproximaram em termos de rendimento e durabilidade dos mais macios). Mas os problemas que as equipes vêm tendo para lidar com a borracha independente do composto aumentaram enormemente.

Não que o pneu dure pouco demais, ou se degrade muito rapidamente. A questão levantada por Michael Schumacher é de que o acerto de corrida virou um “jogo de sorte”. E isso não é chororô de quem tem dois pontos no campeonato e viu seu companheiro vencer a primeira corrida do time como Mercedes. A mínima janela operacional dos pneus deste ano – ou seja, a gama de temperaturas em que ele se comporta em seu desempenho ideal – vem sendo um desafio até maior que o desenvolvimento dos carros.

É fácil observar isso na prática durante uma corrida: sabemos que um carro não fica um segundo mais rápido de uma hora para a outra, certo? Pois foi o que aconteceu com a Red Bull entre China e Bahrein, sendo o inverso verdadeiro na McLaren. Ainda que os carros de Vettel e Webber tenham usado no último GP um escapamento ligeiramente diferente, o segredo do pulo do gato está no acerto.

E é essa a queixa de Schumacher. É inegável que estes pneus tenham trazido muito mais emoção às corridas e sejam os queridinhos do público. No entanto, quando se tem uma janela operacional muito pequena, combinada com o fato de que o acerto tem de ser feito um dia antes da prova, pois os carros não podem ser modificados enquanto estão em regime de parque fechado, a partir do treino classificatório, é compreensível a frustração de quem chega no domingo e encontra uma pista completamente diferente do que previa. E não há muito o que se possa fazer nesse caso – as equipes mexem nas asas e nas pressões de pneus durante os pit stops, mas apenas como tentativa de contornar o problema.

O fato dos pilotos terem de trabalhar para fazer com que os pneus durem, em si, não é problema e nem novidade na F-1. As corridas sempre envolveram uma dose de necessidade de poupar equipamento e hoje, como carros, motores e câmbios atingiram um excelente nível de confiabilidade, cabe aos pneus lembrarem que corrida não é apenas sentar a bota.

Era isso que tínhamos ano passado. Ainda que esses pneus sempre tenham privilegiado quem anda com ar livre na ponta, o que é um ponto negativo, mas difícil de contornar, ao menos as equipes sabiam o que esperar e podiam armar-se contra isso. Trabalhar com a previsão do tempo na mão com mais de 24h de antecedência – e precisando ter uma certeza milimétrica da temperatura de pista durante a corrida – tem deixado tanto os fãs entusiasmados, quanto muito engenheiro maluco. E com razão.

5 Comments

  1. F1 ta deprimente, é pura sorte, vence quem por sorte conseguir chegar na janela de funcionamento perfeito, alem dos pneus esfarelarem se vc tentar ser rápido, F1 sem velocidade, vale de que?

  2. Vc disse: “Era isso que tínhamos ano passado. Ainda que esses pneus sempre tenham privilegiado quem anda com ar livre na ponta, o que é um ponto negativo, mas difícil de contornar, ao menos as equipes sabiam o que esperar e podiam armar-se contra isso.”

    Bom, na verdade em algumas oportunidades vimos os pneus do Vettel acabarem antes do tempo e ele se tornar vitma dos adversários nas últimas voltas. Foi algo realmente espetacular e que acabou com aquela chatisse que era o último stint. Antes a corrida praticamente se definia logo depois do último pitstop. Aí os carros ainda corriam 20 voltas. Hj estas últimas 20 voltas são fundamentais e pode haver troca de posições até na última volta.

    Enfim… na minha opinião a coisa está espetacular. Tem que continuar assim mesmo.

  3. Isso que o Vettel tinha um carro dominante e praticamente não errou o ano inteiro. Pq senão as corridas seriam chatas como eram na era Schumacher ou mesmo no campeonato de Mansell.

  4. Não era chato, chato é saber que os pilotos rápidos e agressivos não podem correr de verdade, divertido eram disputas reais pelas posições, não essas disputas idiotas e artificiais, não há briga pelas posições, os carros com pneus mais novos simplesmente passam.

  5. Hamilton começa a ser elogiado por andar atrás e Rosberg enaltecido por ter “despachado” todo mundo. Bons meninos só andam nos trilhos. O mar vai virar sertão. O sertão vai virar mar. É o fim dos tempos. O apocalipse se aproxima! Pecadores como Kobayashi jantando Button em Abu Dhabi em 2009 – provando que naquela pista se ultrapassa sim senhor, e sem DRS – estão com seus dias contados! (Está no Youtube para quem quiser recordar). Homens que pensam a Fórmula 1: arrependei-vos enquanto é tempo!


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